quinta-feira, maio 29, 2008

Yebda

E pronto, confirmou-se a segunda contratação do Benfica versão 2008/09. Após o Ruben Amorim, foi a vez do há muito anunciado Hassan Yebda, médio francês de 24 anos, ser apresentado como reforço.

Não posso tecer grandes considerações sobre ele, dado que pouco conheço do jogador. Sei que pode jogar em várias posições no meio campo, e assim poderá ser uma alternativa ao Maxi Pereira, ou até mesmo ao Katsouranis caso o grego acabe por sair (embora eu espere sinceramente que isto não aconteça). Acho curioso no entanto que no site da Liga Francesa a sua ficha o refira como avançado. Enfim, acima de tudo espero que seja bem sucedido com a nossa camisola (pelo menos bem mais do que o último francês que fomos buscar). Como se trata de uma contratação que conta com o aval quer do Rui Costa, quer do Quique, sempre me dá confiança no seu potencial valor.

sábado, maio 24, 2008

Novelas

E pronto, acabou a novela sobre o novo treinador do Benfica. Quique Flores foi o escolhido, e já foi apresentado. Sobre o novo treinador, acho que o melhor será mesmo esperar para ver. Confesso que não é uma escolha que me deixe particularmente entusiasmado, já que outros nomes seriam mais do meu agrado. Não estou à espera que o futebol atractivo seja uma das imagens de marca do novo Benfica, mas a verdade é que neste momento estamos mais necessitados de resultados do que de futebol bonito. Mas quanto à nova equipa técnica, e a ser verdade, digo que me agradará muito ver regressar à Luz o Diamantino, um dos meus antigos ídolos como futebolista.

Agora podemos entrar em força na novela dos reforços. Passando os olhos pelos jornais de hoje, já dá para ver que um deles afirma que o novo treinador exige o Caneira e o Carlos Martins (na minha opinião o primeiro teria utilidade; o segundo seria um disparate), outro já dá como uma exigência do Quique o Albelda (o que para mim não tem pés nem cabeça), e outro ainda fala do francês Gouffran como possível reforço (e este sim, a ser verdade agradar-me-ia bastante). O que eu espero é que se faça um esforço para tentarmos integrar jogadores da formação no plantel principal. Se alguém tem prestado alguma atenção à qualificação para o Europeu de sub-19, onde estão cinco dos nossos jogadores, já deve ter reparado que a sua contribuição está a ser tudo menos discreta.

quarta-feira, maio 14, 2008

Léo

Ao menos uma boa notícia. Julgo que os benfiquistas em geral deverão estar satisfeitos com a renovação do Léo, que ao longo dos últimos três anos tem mostrado uma enorme dedicação e classe ao serviço do clube. Eu, pelo menos, estou. Porque para mim ele é o melhor lateral esquerdo que temos desde o Stefan Schwarz.

Provavelmente esta renovação será o primeiro efeito visível do Rui Costa nas suas novas funções, ele que foi hoje 'oficialmente' empossado. Seria bom que conseguíssemos também levar o processo Rodríguez a bom termo. Antes de nos preocuparmos em trazer mais um camião de jogadores, o melhor é preocuparmo-nos em manter os bons que já cá estão.

domingo, maio 11, 2008

Festa

Não ganhámos nada esta época; acabámos em quarto, fora dos lugares da Champions, e fizemos um dos piores campeonatos de sempre. Mas esta noite acabou por fazer-se festa, e bonita por sinal. Porque o Rui Costa a merece. E felizmente conseguimos, pelo menos, uma vitória tranquila nesta noite especial, perante os mais de 54.000 espectadores que se deslocaram à Luz para se despedirem do nosso 'dez'.

No início do jogo, quando a equipa do Benfica se perfilou à frente do público, não consegui evitar pensar quantos daqueles jogadores teria a oportunidade de voltar a ver com a nossa camisola vestida. Não falo do Rui Costa, que isso já era uma certeza, mas de jogadores como o Nélson, Luisão, Léo, Katsouranis ou Rodríguez. Bem sei que, face à época miserável que hoje terminou, se calhar a reacção mais óbvia seria mesmo dizer que mais valia corrermos com o plantel todo, mas na minha opinião pessoal, gostaria muito de continuar a ver estes jogadores na Luz em Agosto.

A única novidade no nosso onze foi a presença do Nuno Assis no lugar do Maxi, ocupando o preferencialmente o lado direito do losango, embora ele, o Rui Costa e o Rodríguez trocassem frequentemente de posição. Desta vez o Benfica pareceu, ao contrário do que já fez muitas vezes esta época, não querer dar uma parte de avanço ao adversário, e desde cedo começou a pressionar, muito por culpa de um Nélson bastante activo do lado direito, em combinações com o Assis e o Rui Costa. Logo nos primeiros cinco minutos o Edcarlos e o Léo, ambos de cabeça, estiveram perto de marcar. O jogo continuou com um sentido quase único, já que o Setúbal limitava-se a defender com dez, deixando o Pitbull muito sozinho na frente, e não conseguia sequer ameaçar a nossa baliza. O golo, inevitavelmente, surgiu aos 25 minutos, após uma insistência do Rui Costa na direita, na sequência de um canto. O cruzamento foi encontrar o Katsouranis ao primeiro poste, que de cabeça fez a bola entrar junto à base do segundo poste. Já tinha saudades dos golos do grego ao primeiro poste. Pela forma como o golo foi festejado, mais pareceu que o autor do golo tinha sido o Rui Costa. Pouco antes já o Benfica tinha chegado a meter a bola na baliza do Setúbal, depois de mais uma incursão pela direita e uma boa combinação entre os dois avançados, mas o golo foi (pareceu-me bem) anulado por fora-de-jogo do Nuno Gomes.

Em desvantagem, o Setúbal teve que abrir, e pouco depois acabou por ter a única situação de relativo perigo durante a primeira parte, depois de uma asneira do Edcarlos, a aliviar mal uma bola. Mas a tendência do jogo não se alterou muito, isto apesar de dar a sensação de ter havido algum relaxamento da nossa equipa após o golo, pois a velocidade do nosso jogo baixou. Não surpreendeu portanto que fosse o Benfica a voltar a marcar. Mais uma investida do Nélson na direita, bola para o Rui Costa, e este deixou de primeira para um bom trabalho do Cardozo, a demonstrar mais uma vez porque é que aquele pé esquerdo vale aquele dinheiro todo. O remate cruzado, desferido ainda de fora da área, foi indefensável e voltou a entrar junto à base do poste mais distante. Para todos os efeitos, contou como mais uma assistência do Rui Costa, que assim somou duas na sua festa de despedida. Até final, o Benfica continuou a insistir bastante sobre o lado direito, e após uma boa iniciativa o Nélson acabou por lesionar-se no momento do remate, tendo que ser substituído. Foi pena, porque estava a fazer um bom jogo, e foi responsável por muitos dos ataques que o Benfica fez durante a primeira parte.

Na segunda parte entrou, sem surpresa, o Maxi para o lugar do Nélson. O jogo foi diferente daquilo que vimos na primeira parte. Foi sobretudo jogado sem grandes preocupações defensivas de parte a parte. Foi visível a vontade do Rui Costa em coroar a despedida com um golo, mas hoje os remates não lhe saíram bem. O Benfica conseguiu criar diversas oportunidades de golo, mas estava difícil marcar o terceiro. Sobretudo pela 'inspiração' do Nuno Gomes, que mostrou mais uma vez a crise de confiança que atravessa. Pelas minhas contas, falhou pelo menos três oportunidades claras de golo. O jogo foi assim arrastando-se, ficando no ar a dúvida sobre se o Benfica conseguiria aumentar a vantagem ou se, pelo contrário, seria o Setúbal a reduzir e a reentrar no jogo (mas a verdade é que nunca conseguiram ameaçar seriamente a nossa baliza). A cinco minutos do final, conforme esperado, o Rui Costa foi substituído, para a merecida ovação em pé do público e dos próprios jogadores (a substituição deve ter demorado mais de um minuto a realizar-se). Confesso que é triste para mim ver terminar a carreira de um dos jogadores que eu sempre admirei. Eu estava na antiga Luz naquela meia-final do Mundial de sub-20, contra a Austrália, em que ele resolveu o jogo com um pontapé fenomenal do meio da rua, e me fez perguntar 'Quem é aquele? É do Benfica? Óptimo!'. Lembro-me de todos os passos da carreira dele, da estreia a titular naquele jogo memorável com o Arsenal, do hat-trick contra o Espinho, de jogos, golos e passes incríveis, e esta noite chegou o final. Obrigado por tudo, Rui, e espero que nas tuas novas funções possas continuar a dar-nos alegrias. Estou velho, caramba...

Logo a seguir à substituição o Benfica chegou mesmo ao terceiro golo. Foi após um grande trabalho do Di María
(mais uma vez o argentino veio trazer velocidade e alegria ao nosso jogo) na direita - o 'nó' que ele dá ao defesa do Setúbal sobre a linha de fundo é delicioso - e depois de dois remates do Cardozo que o Nuno Gomes conseguiu finalmente fazer a recarga vitoriosa. Fiquei contente pelo Nuno, acho que ele estava mesmo a precisar de um golo, e tinha comentado com os colegas de bancada que acreditava mesmo que ele acabaria por marcar esta noite. A forma como (não) festejou o golo pareceu-me ser exemplificativa do estado de espírito que ele deve atravessar neste momento.

Quanto aos jogadores, gostei, conforme disse, do Nélson enquanto esteve em campo. Apesar da asneira (que foi a única), gostei também bastante do Edcarlos. O final de época que tem feito está a fazer-me reconsiderar a sua utilidade. Léo e Rodríguez, como habitualmente, em bom nível (será que não dá mesmo para continuarmos com eles?). Gostei também de ver o Katsouranis à frente da defesa, e espero sinceramente que seja mais um jogador para manter. Como o jogo foi de festa, não vou falar de piores, até porque quando se vence por 3-0 é porque não deve ter havido muita coisa a correr mal.

Assim sendo, e no que a jogos do Benfica diz respeito até Agosto (como não há pré-eliminatória da Champions, desta vez não vamos começar a época tão cedo).

P.S.- Ouvi uns rumores acerca da não utilização do Adu durante estes últimos meses, e que falavam que teria algo a ver com uma cláusula no acordo da sua transferência, que nos obrigaria a pagar mais caso ele completasse um determinado número de jogos pela equipa principal. Alguém mais ouviu falar disto?

sexta-feira, maio 09, 2008

Cesteiro

Claro que, e conforme se previa, o crime compensou. Foram décadas de intrujice castigadas com uma palmadinha nos dedos, que foi a perda de uns pontos que até já nem interessavam para nada. Embora, aparências oblige, seja necessário demonstrar uma certa indignação, chegando-se ao ridículo do maior semeador de ódios de que há memória neste país dar uma conferência de imprensa em que promete fazer frente 'aos que se movem apenas pelo ódio', a verdade é que o suspiro de alívio exalado da Torre das Antas, por ver chegar ao fim este caso de uma maneira tão suave, deve ter feito estremecer as folhas das amendoeiras algarvias. De tal forma que, obviamente, nem vale a pena recorrer.

Foi interessante ouvir o presidente do Conselho de Disciplina da Liga, Ricardo Costa, explicar alguns pormenores dos castigos aplicados. A julgar pelas suas palavras, não houve dúvidas sobre os actos ilícitos praticados pelo presidente do Porto, nomeadamente nos casos mais badalados (Jacinto Paixão e Augusto Duarte, que foram brindados com quatro e seis anos de suspensão). A etiqueta da corrupção, essa, já não a conseguem descolar. O problema é o tal 'nexo de causalidade'. É que de acordo com a actual moldura jurídica da Liga, sem este existir não se pode afirmar que houve, de facto, corrupção. Como este nexo já não faz parte da definição de coacção, o Boavista lixou-se também e levou com a descida. Caso este nexo não fizesse parte da definição de 'corrupção', Porto e Leiria seriam igualmente despromovidos (palavras do próprio Ricardo Costa).

Claro que o nexo de causalidade é praticamente impossível de provar, que foi o que se passou neste caso. Um 'perito' pode sempre analisar um determinado lance de uma forma completamente díspar da de outro 'perito'. Aliás, como vemos muitas vezes aos fins-de-semana, um mesmo 'perito' no simples intervalo de uma semana consegue alterar radicalmente a forma como analisa lances semelhantes. Ou seja, de acordo com a justiça da Liga, se um indivíduo for apanhado a subornar um árbitro, por mais descarado que seja, mesmo que seja gravado, filmado ou transmitido ao vivo na televisão, desde que no jogo seguinte, apitado por esse árbitro, uma comissão de 'peritos' idóneos não considere que o clube desse indivíduo foi escandalosamente beneficiado, então o castigo será sempre mais uma palmadinha nos dedos (mas com pouca força, que os dedos são necessários para contar bem as notas que se colocam nos envelopes). Parece uma espécie de sketch dos Monty Python: o corruptor (PC) foi considerado culpado e castigado; o corrompido (árbitro) foi considerado culpado e castigado; mas a conclusão final é a de que não houve, de facto, corrupção.

Bem diz a sabedoria popular que 'Cesteiro que faz um cesto, faz um cento'. Mas felizmente, para alguns, o senso comum ainda não faz parte da justiça da Liga.

domingo, maio 04, 2008

Desperdício

Mais uma oportunidade para recuperar um lugar de acesso à Champions League, e mais uma vez a desperdiçámos. E sinceramente, a julgar pelo que vi esta noite na Reboleira, chego a duvidar seriamente da motivação da nossa equipa para conquistar esse mesmo lugar, dada a qualidade do nosso futebol e a atitude demonstrada em vários períodos do jogo. O que eu sei é que me parece que tenho que deixar de ir ver o Benfica jogar fora, porque este ano ainda não consegui ver um jogo em que ganhássemos.

A recuperação do Petit e fim do castigo do Maxi, juntamente com a suspensão do Katsouranis, significaram infelizmente um regresso dos dois primeiros à titularidade no meio campo. Na frente o Nuno Gomes, pese as inenarráveis exibições dos últimos jogos, continua a ser recompensado com o seu lugar cativo no onze. E do lado esquerdo da defesa, a indisponibilidade física do Léo permitiu a estreia do Sepsi a titular no campeonato. Tudo isto resultou numa primeira parte indescritivelmente má do Benfica - e já agora, do Estrela também, porque todo o jogo foi mau demais. Mas não era o Estrela quem tinha a obrigação de jogar; o Benfica é que deveria ter interesse em lutar por um dos três primeiros lugares, só que praticamente não conseguiu criar uma jogada ofensiva com princípio, meio e fim. O único safanão na mediocridade foi dado pelo Cardozo, que inventou um remate fabuloso de primeira do meio da rua e que só parou na barra da baliza do Estrela. Muito, muito pouco para uma equipa a quem se exigia uma vitória. De resto, o que se viu foi um meio campo demasiado complicativo e com falta de ideias, e um ataque quase estático e apático. Se do Maxi e do Petit eu já não espero grande inspiração ofensiva, o mesmo já não posso dizer do Rui Costa e do Rodríguez. Este último pareceu sentir-se quase coxo por não ter um apoio ofensivo como o que é habitualmente proporcionado pelo Léo, já que o Sepsi mostrou-se muito tímido durante estes primeiros quarenta e cinco minutos, e raramente arriscava subir no terreno. Das poucas vezes que o fez, acabou por fazer centros disparatados.

Exigia-se que algo mudasse para a segunda parte, e entrou o Di María para o lugar do Nélson, indo o Maxi ocupar o posto de lateral - eu sinceramente, e dada a produção dele na primeira parte, achava que o Maxi é que deveria ter saído. À entrada do argentino seguiu-se a do Mantorras para o lugar do ausente Nuno Gomes, e estes dois jogadores tiveram o condão de, pelo menos, movimentar mais o nosso jogo, e permitirem abrir mais espaços na defesa adversária. O Benfica pareceu estar mais perto de conseguir marcar, e dispôs de duas oportunidades flagrantes: numa o Luisão, sobre a linha da pequena área e completamente à vontade, conseguiu rematar por cima; e na outra, após um remate do Mantorras defendido em dificuldade pelo guarda-redes adversário, o Edcarlos falhou escandalosamente a recarga, rematando contra o guarda-redes ainda no chão. A verdade é que foi do Benfica grande parte do domínio do jogo durante este segundo tempo, mas muito foi feito sem cabeça nenhuma, faltando maturidade e inteligência à nossa equipa para chegarmos ao golo. No final o público benfiquista (em larguíssima maioria na Amadora) mostrou o seu descontentamento, despedindo a equipa com uma enorme assobiadela.

Melhor no Benfica talvez o Luisão, pese a oportunidade falhada. Mas teve, sobretudo durante a má primeira parte que fizemos, vários cortes oportunos, e mostrou-se sempre seguro. Quanto aos piores, haveria muito por onde escolher. Mas menciono mais uma aparição indescritível do Nuno Gomes, na linha do que tem vindo a fazer nos últimos meses. Nada contribui no ataque, está quase sempre fora dos lances - porque fica na expectativa e reage tarde demais, em vez de tentar antecipá-los - tem medo de rematar e, aliás, parece ter medo de receber a bola. Custa-me ver um jogador num momento de forma destes continuar a ser atirado para dentro do campo, no onze titular do Benfica, quando para quem está de fora até chega a dar a impressão de que ele não quer estar ali. Outra desilusão esta noite foi o Rui Costa. É que desta vez nem sequer a clarividência e qualidade de passe, que são as qualidades que mais aprecio nele, lá estiveram. Teve opções erradas, falhou inúmeros passes, e por mais que uma vez se agarrou demasiado à bola, o que resultou invariavelmente na sua perda.

Agora só mesmo um grande golpe de sorte poderá dar-nos o acesso à Champions League na última jornada. Mas também, depois do que vi esta noite, apetece perguntar: E será que estes jogadores merecem sequer esse prémio?