quarta-feira, novembro 21, 2012

Escasso

O jogo podia ser para a Champions, mas sinceramente achei que poucas diferenças teve para um jogo normal do Benfica a contar para a Liga portuguesa. Aliás, já vi muitas equipas da nossa Liga, e da parte mais baixa da tabela, conseguirem dar mais luta do que o Celtic deu hoje. Mas o mais importante foi conseguido: apesar de escasso, dado o domínio do Benfica durante todo o jogo, o triunfo e os respectivos três pontos já cá moram.


A única surpresa no onze foi a titularidade do André Almeida na direita da defesa, ficando o Maxi (provavelmente ainda sem ritmo) no banco. Mais previsível foi a escolha do Luisão para formar dupla com o Garay, relegando o Jardel para suplente apesar do excelente contributo que ele deu à equipa durante a ausência do nosso capitão. Quanto ao jogo, foi o esperado domínio do Benfica desde o apito inicial. A entrada do Benfica foi mesmo bastante forte, lançando-se sobre o adversário e cedo teve a recompensa, pois com sete minutos decorridos o Ola John aproveitou um ressalto dentro da área para rematar e fazer a bola passar entre os defesas do Celtic para o golo. Obtida a vantagem, a velocidade passou a ser um pouco menor, embora nunca deixando o Benfica de ter o controlo do jogo quase por completo. Mas teria sido importante marcar um segundo golo, coisa que o Benfica ia ameaçando e tentando, mas sem grande sucesso. Acabou por ser mesmo algo surpreendente o quanto o Celtic não conseguiu fazer qualquer tipo de oposição digna desse nome. Os escoceses foram inexistentes no ataque, quase não conseguindo passar do meio campo. Quando pouco depois da meia hora de jogo, e a seguir ao Cardozo ter falhado uma oportunidade flagrante para o segundo golo, os escoceses conquistaram um canto, os seus adeptos festejaram-no como se de um penálti se tratasse. E o pior é que tinham mesmo razão para fazê-lo, porque no seguimento do mesmo, e no único remate que fizeram à baliza na primeira parte, marcaram o golo do empate. Não me pareceu que o Artur ficasse bem na foto - ele foi bloqueado por um adversário, mas o normal numa situação dessas é o guarda-redes conseguir sacar a falta respectiva, nem que seja atirando-se contra o adversário que o está a bloquear na pequena área. Como isto não aconteceu, o marcador do golo acabou por saltar completamente à vontade junto do segundo poste, a pouco mais de um metro da baliza. Com o Benfica a teimar em não acertar na baliza (mais uma grande oportunidade desperdiçada, desta vez pelo Ola John, à beira do intervalo) e dar uma expressão justa à sua superioridade, fomos para o balneário com um injustíssimo empate no marcador.



Mais do mesmo na segunda parte: domínio claro do Benfica, mas ainda com mais oportunidades de golo. Ao contrário da primeira parte, em que insistimos muito mais pela direita, nesta segunda parte foram o Ola John e o Melgarejo a estar mais em jogo, com o lateral direito do Celtic a revelar sempre dificuldades para travar os nossos jogadores. Mas com muitos remates tortos, outros defendidos pelo guarda-redes do Celtic (parece-me ser claramente o jogador mais acima da média que têm, e já o tinha mostrado nos dois jogos contra o Barcelona), e a bola a teimar em não entrar, o que permitiria o apuramento imediato aos escoceses. Foi preciso esperar até vinte minutos do final do jogo para desfazer a igualdade que, injustamente, se mantinha no marcador. E ironicamente, acabou por ser num lance aéreo que quebrámos a resistência do Celtic. Depois de um cruzamento largo vindo da direita, o Luisão ganhou a bola nas alturas e assistiu o seu parceiro do centro da defesa, para que este fizesse o golo num remate de primeira. Perdido o empate que tanto procurava resguardar, o Celtic respondeu da melhor forma que sabe: mandou gente lá para a frente (passou a jogar praticamente em 4-2-4) e desatou a tentar despejar a bola rapidamente na direcção deles, o que lhes permitiu finalmente aumentar o número de remates feitos no jogo, que até aí se cifrava em dois. O Benfica sofreu ainda um contratempo, com a saída forçada do Matic por estar fisicamente inferiorizado, mas mesmo assim foi ao Benfica que pertenceram as oportunidades para marcar, com o Cardozo a ver o golo ser-lhe negado pelo guarda-redes por duas vezes, e o Salvio a acertar na barra.



O Garay foi para mim o melhor jogador do Benfica em campo. O Matic também esteve muito bem, sendo importantíssimo na luta do meio campo, impondo-se no estilo de jogo mais físico dos escoceses, mas o Garay 'ganha-lhe' com o golo da vitória. O Ola John esteve num bom nível e neste momento parece ser o dono da esquerda no nosso ataque. Uma menção também para o André Almeida, que parece estar cada vez mais confiante. Cumpriu sem problemas na lateral direita, e continuou a dar conta do recado quando teve que passar para a posição do Matic. Os nossos dois avançados tiveram um jogo pouco conseguido hoje.

Com a vitória de hoje o apuramento para a Liga Europa ficou garantido. Agora é mesmo ver o que acontece na última jornada. Estamos no segundo lugar e dependemos apenas de nós, mas teremos sempre que fazer em Barcelona o mesmo resultado que o Celtic conseguir em casa frente a um Spartak já sem quaisquer objectivos, o que me parece um cenário demasiado complicado.

1 Comments:

At 11/22/2012 4:15 da tarde, Blogger joão carlos said...

A crónica esta mais uma fez fiel ao que se passou em campo.


Este jogo foi o espelho fiel do que se tem passado este ano nesta competição somos claramente superiores aos nossos adversários directos jogamos melhor temos mais oportunidades de golo mas temos um índice de aproveitamento dessas mesmas oportunidades muito baixo eu diria baixíssimo demasiado baixo para a qualidade da equipa e para aquilo que são os nossos objectivos isto em contrapartida precisamente aos nossos adversários que tem um índice de aproveitamento altíssimo o que lhes permite estar numa excelente posição com um decimo da nossa qualidade.
E este problema não tem a ver com o avançado A ou B como temos visto ou só um problema dos avançados é um problema global da equipa e que se vem a arrastar à demasiado tempo sem vermos melhorias significativas sendo mais visível neste jogos de elevado grau de dificuldade.

 

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