segunda-feira, novembro 12, 2012

Luta

Num jogo difícil, o Benfica foi obrigado a trabalhar muito para conseguir arrancar uma justa vitória em Vila do Conde. Ainda assim, poderíamos ter construído um resultado mais dilatado, que nos poupasse as preocupações na parte final do encontro.


A juntar às longas ausências do Luisão, Carlos Martins e Aimar, para este jogo vimos o Maxi juntar-se-lhes, saltando o pronto-socorrro André Almeida para o onze inicial. Na frente, a aposta foi para a dupla Cardozo/Lima. O Benfica assumiu desde o início as despesas do jogo, com o Rio Ave a fechar-se bem no seu meio campo e a sair rápido para o ataque. Isto resultou num jogo bastante disputado, num ritmo elevado e com a bola a viajar rapidamente de uma baliza à outra. As oportunidades claras de golo, no entanto, foram todas do Benfica, e quase sempre da autoria do Cardozo. Foi ele o mais rematador da equipa, tendo mesmo visto um remate seu levar a bola ao poste. A meio da primeira parte, o Benfica sofreu uma contrariedade grande, com a lesão muscular do Enzo Pérez. Foi substituído pelo Bruno César, mas com a sua saída o Benfica perdeu muita capacidade quer para transportar a bola para o ataque, quer para a segurar no meio campo e organizar jogadas, passando a optar mais frequentemente por futebol directo para os extremos. Foi sobretudo pelo lado esquerdo que atacámos mais, onde o Melgarejo se revelou mais atrevido a subir e mostrou um razoável entendimento com o Ola John. Pelo outro lado, o Salvio tinha que optar quase sempre por iniciativas individuais, pois o André Almeida não arriscou tanto. O golo decisivo surgiu já em período de descontos, através de uma jogada que o Benfica tenta frequentemente: lançamento lateral longo para a área, onde na zona do primeiro poste surge um dos centrais ou o Matic a desviar para trás. Desta vez foi o Jardel a ganhar a bola lançada pelo Salvio, e no meio surgiu o Lima a encher o pé num remate de primeira, sem possibilidade de defesa.


Foi cedo na segunda parte que o Rio Ave construiu a melhor oportunidade de golo de todo o jogo, com o João Tomás a ganhar de cabeça ao nossos centrais na pequena área, mas enviou a bola para fora. O nosso adversário entrou com vontade de arriscar um pouco mais no ataque, mas para além desse lance não ia criando grandes oportunidades para marcar, enquanto que parecia que o Benfica poderia até aproveitar esse maior atrevimento do Rio Ave para marcar um golo que resolvesse o jogo. Mas quando entrámos nos últimos vinte e cinco minutos de jogo o Rio Ave começou a ganhar uma clara superioridade na zona do meio campo, recuperando muitas bolas e empurrando o Benfica mais para junto da sua área. Talvez isto tenha sido também reflexo de um maior cansaço dos nossos jogadores, mas o que é certo é que mesmo sem obrigar o Artur a muito trabalho, a bola passou a rondar mais as imediações da nossa baliza. O Benfica só conseguiu estancar um pouco o caudal ofensivo do Rio Ave quando nos minutos finais fez entrar o Miguel Vítor para o lugar do Lima, adiantando o André Almeida para o meio campo para contrariar a superioridade numérica que o nosso adversário ia tendo nessa zona. No último lance do jogo, oportunidade para o Artur brilhar com uma fantástica defesa, mesmo que o lance já não contasse porque o cruzamento do jogador do Rio Ave já tinha sido feito fora do campo.


Para mim o melhor jogador do Benfica foi o Matic. Houve alturas em que ele foi, por si só, todo o meio campo do Benfica. Tem uma enorme capacidade de luta, e mostra uma permanente evolução nos movimentos defensivos de compensação e na colocação no campo. Gostei muito do jogo que Lima fez também, de grande trabalho e constante movimentação, a mostrar mais uma vez o quão errada foi a decisão de emprestar o Nélson Oliveira e ir contratá-lo ao Braga. Bom jogo também da nossa dupla de centrais. E já agora, suspeito que o Jan Oblak um dia ainda irá ser o dono da nossa baliza.

Com muitas ausências de jogadores importantes, com jogadores da equipa B, constantes adaptações, remendos ou o que quer que lhes queiram chamar, a nossa equipa vai mostrando capacidade de luta, e mesmo se não somos 'galácticos' o que é certo é que seguimos no topo da tabela sem derrotas. Se soubermos manter esta humildade e concentração durante toda a época, poderemos ter alegrias no final.

2 Comments:

At 11/12/2012 8:36 da manhã, Anonymous Filipe said...

Faltou na tua análise, uma palavrinha para o Ola John, que jogou muito bem.. :)

 
At 11/13/2012 5:38 da tarde, Blogger joão carlos said...

A crónica é mais uma vez o espelho do jogo.


Eu percebi a primeira substituição estávamos empatados e perante as duas opções que o treinador tinha, fazer entrar um jogador de cariz mais defensivo ou outro mais ofensivo, ele optou pelo mais ofensivo entendesse a verdade é que não resultou não só pela péssima forma em que o jogador que entrou se encontra como sobretudo porque ele se adianta muito e a equipa fica claramente partida em duas e perdemos dessa forma o fio de jogo habitual.
O treinador já sabia porque o disse no fim que a equipa ia acusar o desgaste do jogo anterior, que estava em inferioridade numérica no meio campo, que estava a ser empurrada para a sua área só não percebo é o porquê da demora em fazer a terceira substituição como se viu equilibrou mais o jogo e afastou-o um pouco mais da nossa área.
Esta opção para defesa direito que mais uma vez tivemos não satisfaz traduziu-se num quase zero completo no ataque pelo franco direito, e não tem nada a ver com a qualidade do jogador como podemos ver no jogo anterior em que na minha opinião fez uma grande exibição, mas mais com inadaptação do jogador aquela posição acho que já seria altura de ver como se comporta o defesa direito titular da equipa b.

 

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