segunda-feira, agosto 25, 2014

Trabalho

Não sendo possível uma exibição de encher o olho, foi fazendo um jogo de muito trabalho que conseguimos uma vitória difícil mas justíssima contra o Boavista, o relvado artificial e uma arbitragem no mínimo irritante. Antes do jogo esperava mais do que uma vitória pela margem mínima, mas estou satisfeito com o mais importante, que são os três pontos conquistados.


O Enzo esteve em dúvida até à última para este jogo e acabou mesmo por ficar de fora, o que fez com que, em relação ao último jogo, o Talisca recuasse para médio centro e o Jara entrasse no onze. Quanto ao jogo, não consigo fazer grandes apreciações técnicas ou tácticas sobre o mesmo. Essencialmente, pareceu-me um jogo bastante feio e de muita luta. O Boavista foi um adversário bastante chato - não o classifico de incómodo porque foi praticamente inofensivo no ataque, não tendo criado uma única real ocasião de golo (as únicas vezes em que criou a sensação de perigo foi em jogadas já interrompidas por fora de jogo). Foi uma equipa muito à imagem do seu treinador Petit, a jogar de forma muito agressiva (mas não violenta): os seus jogadores caíam imediatamente em cima do adversário para pressionar e metiam sempre o pé sem contemplações ou receio de fazer falta - até porque a renitência do árbitro em apitar faltas contra o Boavista a isso ajudava, o que complicou a nossa capacidade para fazer jogadas organizadas. Outro adversário foi o relvado sintético do Bessa. É que não me lixem; que aquilo seja aprovado para se jogar lá futebol tudo bem, mas é completamente diferente de um relvado natural. A bola salta muito mais e os jogadores mostram muito maiores dificuldades para a controlar, sendo frequente vê-la a fugir-lhes dos pés ao mais ligeiro toque. De qualquer forma, com maior ou menor dificuldade, o Benfica assumiu o controlo do jogo desde o apito inicial e procurou chegar à vantagem, com o Eliseu e o Gaitán na asa esquerda a revelarem-se bastante activos. Foram aliás dos pés destes dois jogadores que surgiram as melhores ocasiões durante a primeira parte, sendo de realçar a apetência do Eliseu para rematar à baliza. Depois de ter feito um grande remate de fora da área, na ressaca de um canto, que obrigou o guarda-redes a uma defesa apertada, foi já quase sobre o apito para o intervalo que num novo remate de fora da área, desta vez cruzado ao poste mais distante, marcou o golo que decidiu o jogo. A lamentar nesta primeira parte termos perdido o Rúben Amorim por lesão, que aconteceu não por culpa de alguma patada boavisteira, mas sim talvez do piso sintético (uma pena, até porque estava mais uma vez a fazer um bom jogo).



A segunda parte foi mais equilibrada na posse de bola. Sem que saibamos porquê, o Jorge Jesus apareceu na bancada ao lado do Manuel do Laço, já que terá sido expulso pelo árbitro Marco Ferreira. Provavelmente terá sido aplicado o mesmo critério da jogada que valeu o amarelo ao Jara na primeira parte. O Boavista conseguiu subir mais um pouco no terreno, mas o Benfica teve sempre o jogo controlado. Durante esta segunda parte, ao contrário da primeira, o Benfica insistiu no ataque mais pelo lado direito, através do Salvio e do Maxi, enquanto que do lado oposto o Eliseu esteve bem mais comedido nas subidas ao ataque e preocupou-se em fechar bem atrás. Conforme já referi, o Boavista não criou uma única ocasião de golo ou obrigou o Artur a qualquer intervenção de dificuldade mais elevada. Os dois remates perigosos que fizeram foram em jogadas que já estavam interrompidas por posição irregular dos seus jogadores, e as jogadas mais perigosas voltaram a ser nossas. O Gaitán falhou um chapéu ao guarda-redes por muito pouco, depois de duas excelentes intervenções do André Almeida, primeiro a recuperar a bola e a travar o contra-ataque do Boavista, e depois no passe longo para o argentino; e o Lima apareceu em boa posição depois de combinar com o Gaitán, mas só viu a baliza e rematou muito torto quando tinha o Salvio completamente solto do seu lado direito. O desvario do Boavista em tentar chegar ao golo do empate nos minutos finais, em que até subiu um central para o ataque e tentou despejar bolas de qualquer maneira para a frente, valeu-lhe ficar reduzido a dez nos últimos cinco minutos, depois de uma tentativa parva de um seu jogador de jogar voleibol em vez de futebol que lhe valeu o segundo amarelo.



Num jogo com poucos motivos de realce no aspecto técnico, o homem do jogo acaba por ser o Eliseu, quanto mais não seja pelo golo que marcou e fez o resultado final. O facto de já conhecer bem o treinador parece fazer com que se tenha identificado depressa com a forma de jogar da equipa, parecendo já completamente integrado na mesma. Houve suspeitas levantadas sobre o seu estado físico quando chegou ao Benfica, mas pelo que deu para ver até agora ou essas suspeitas eram infundadas, ou recuperou rapidamente a forma. Não me parece que tenham havido outros jogadores a destacarem-se em particular.

Como disse no início, antes do jogo começar esperava uma vitória mais tranquila do Benfica neste jogo, mas depois dos noventa minutos fiquei com a sensação de que seria difícil produzir futebol com muita qualidade esta noite. Por isso o que interessa mesmo é que trouxemos os três pontos do Bessa, e isso deixa-me satisfeito. Agora vou aguardar pelo final da semana, para ver se depois dá para descansar um pouco das novelas sobre os nossos cobiçados jogadores (antes que os jornais entrem em novas novelas sobre os mesmos, envolvendo os mercados turco ou russo).

1 Comments:

At 8/25/2014 6:13 da tarde, Blogger joão carlos said...

O post esta muito bem conseguido.


Mais um jogo em que produzimos pouco e que se traduz em poucas possibilidades de marcar se muito se deve não só ao inicio de época, quase sempre com este treinador com jogos pobres, mas também à falta dos dois titulares do meio campo por lesão a que se somou mais uma em pleno jogo mas se esse facto pode ter uma explicação que se aceita o facto de as poucas oportunidades criadas nenhuma ter sido feita pelos avançados quer dizer muito da necessidade que temos urgentemente de reforçar o ataque é que avançados são para marcar, se depois a essa sua qualidade lhe somarmos pressão, movimentação e empenho melhor agora ter só isso e não ter golos de pouco serve.
Temos um problema com os avançados um porque esta forma, e temo que esteja a acusar a pressão de ter de ser ele a decidir os jogos, e por isso não marca nem tem oportunidades e o outro muito aguerrido sem duvida mas nunca foi goleador, e provavelmente nunca o será, o problema é que por isso os dois não podem ser neste momento titulares ao mesmo tempo e a evidencia disso é que dois terços dos golos foram marcados pelos laterais.
Este é o tipo de jogo em que a utilidade do nosso defesa esquerdo fica mais evidente perante equipas que pouco ou nada atacam, como foi o caso da primeira parte, e em que precisamos mais de um extremo que de um defesa e mesmo na segunda quando tentaram bastou alguma qualidade mínima a defender, que isso sempre achei que tinha, e sobretudo experiência para resolver o assunto agora as duvidas que eu tinha, e que mantenho, é perante equipas com valor próximo ao nosso ou até superiores em que não sei se as suas qualidades e experiência chegam e isso ainda não tivemos nenhum caso para poder tirar as duvidas.

 

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