domingo, janeiro 17, 2016

Transformação

Uma transformação da equipa do Benfica ao intervalo permitiu alcançar uma reviravolta completa no resultado e a conquista de três importantes pontos, que aproximam a equipa do primeiro lugar e recompensaram também os muitos adeptos do Benfica que se deslocaram à Amoreira para empurrar a equipa para a vitória.


Mais uma vez não houve mexidas na equipa, e jogámos com o mesmo onze dos dois últimos encontros para o campeonato, onde o Fejsa se impõe cada vez mais como dono da posição seis. O Benfica entrou no jogo de forma decidida, com vontade de começar a resolver cedo o assunto. O primeiro sinal foi dado pelo Pizzi, num remate em arco que não passou longe, e pouco depois o Jonas acertou no poste, isto num lance em que me pareceu que poderia ter tentado o passe para o Jiménez, que estava completamente sozinho no meio. O Estoril tentava responder sobretudo com lançamentos longos sobre a direita da nossa defesa, aproveitando uma entrada no jogo um pouco tremida do André Almeida, mas acabou por ser pelo outro lado que, na primeira vez que desceu efectivamente até à nossa área e no primeiro remate que fez no jogo, chegou ao golo. Estavam passados doze minutos no jogo, e o Bonatini correspondeu da melhor forma a um cruzamento rasteiro, colocando a bola no lado oposto da baliza, com o Lisandro a ficar mal no lance, pois deixou escapar o adversário que estava a marcar. O golo pareceu afectar o discernimento da nossa equipa, que passou a apresentar um futebol confuso e revelava grandes dificuldades para ultrapassar uma equipa do Estoril que defendia com os onze jogadores atrás da bola, quase sempre acantonados junto à sua área. Até poderíamos ter começado a facilitar as coisas mais cedo, repondo rapidamente a igualdade, mas o Jiménez voltou a falhar um lance em que ficou isolado em frente ao guarda-redes, depois de um erro enorme de um defesa do Estoril. Insistimos demasiado pelo meio e acabámos por tornar fácil a tarefa de um Estoril que apenas se preocupava em defender - o remate que lhes deu o golo manter-se-ia como o único remate feito no jogo durante praticamente todo o encontro. Isto ajuda a explicar em parte o motivo pelo qual, apesar de termos tanto domínio territorial e posse de bola, para além da ocasião do Jiménez, poucas mais ocasiões de golo conseguimos criar.


Para a segunda parte, o Benfica regressou com o Mitroglou no lugar do Jiménez e com uma atitude guerreira, de querer encostar o Estoril às cordas desde o apito inicial. O grego deu-nos uma presença na área mais constante e incómoda para a defesa do Estoril, o Benfica subiu ainda mais as linhas de pressão - foram várias as vezes em que vimos o Fejsa a pressionar e a recuperar a bola praticamente à entrada da área adversária - e jogámos a toda a largura do campo, explorando muito mais frequentemente as laterais. A recompensa surgiu muito cedo, logo aos sete minutos, precisamente com um golo do Mitroglou (que minutos antes já tinha desperdiçado uma grande ocasião, também após cruzamento rasteiro da direita, em que colocou mal o pé na bola e atirou ao lado) que conseguiu receber um cruzamento rasteiro do Pizzi, rodar, e rematar, com a bola ainda a sofrer um desvio num adversário. Sempre impelidos pelo apoio constante vindo das bancadas, o assalto do Benfica à baliza estorilista prosseguiu, com o Estoril a não conseguir sequer chegar ao meio campo. Houve um lance em que se gritou golo do Benfica, após uma confusão que se seguiu a um cruzamento do Carcela na esquerda, mas eu estava do outro lado do campo e não posso opinar se de facto a bola terá ou não entrado. Mas nem deu para ficar muito tempo a pensar nisso, pois dois minutos depois (aos sessenta e sete) o Benfica consumava a reviravolta no marcador numa das melhores jogadas que teve no jogo. A bola passou pelos pés de vários jogadores e foi finalmente passada pelo Jonas ao Pizzi. O primeiro toque não foi dos melhores, e deixou a bola fugir ainda mais para a direita, mas quando parecia que a probabilidade de conseguir rematar era diminuta, acabou por sair mesmo um remate cruzado muito puxado ao segundo poste que deu golo - o Mitroglou estava completamente sozinho em frente à baliza para poder aproveitar um cruzamento. O golo foi praticamente o KO para o Estoril, que não tinha mais ideias para além de defender. Até tentou subir um pouco no campo, mas foi o Benfica quem desperdiçou mais de uma ocasião para ampliar a diferença, com especial destaque para uma situação em que o Jonas, depois de mais um excelente trabalho do Mitroglou no centro da área a segurar a bola e a soltá-la para o colega, não conseguiu fazer a bola ultrapassar o guarda-redes. Só mesmo no último lance do jogo é que o Estoril voltou a rematar à nossa baliza, na sequência de um canto e com um desvio de cabeça ao primeiro poste, a que o Júlio César correspondeu de forma excelente.


O meu primeiro destaque neste jogo vai para o Fejsa, que foi um autêntico monstro no meio campo. Recuperou inúmeras bolas e impôs-se quase à vontade por onde quer que andasse. Ganhou praticamente todos os lances que disputou, pelo chão ou pelo ar, cortou passes e foi o primeiro a lançar os contra-ataques. Foi simplesmente brutal. Em oposição,  o Renato Sanches teve um jogo menos conseguido, com demasiadas perdas de bola e passes errados. O segundo destaque vai para o Mitroglou, que foi um dos factores chave para a mudança da primeira para a segunda parte. Dominou dentro da área, aproveitando o poder físico para causar inúmeros problemas a defesa adversária e criar espaços para os colegas jogarem. O Pizzi voltou a mostrar a importância que tem no momento actual da equipa, e será um caso sério tirá-lo de lá, mesmo quando o Salvio regressar. O 'Cérebro' foi elogiado por aquilo que conseguiu retirar do Pizzi a época passada, mas neste momento ele está a jogar para aí o dobro disso. O André Almeida começou o jogo de forma algo tremida e revelou algumas dificuldades com a velocidade do Gerso, mas foi gradualmente subindo de produção e acabou por fazer uma segunda parte muito boa, incluindo no apoio ao ataque. O Carcela também subiu de produção na segunda parte, quando começámos a explorar mais as alas.

Estamos a atravessar uma boa fase - a melhor da época - que se reflecte em dez vitórias e um empate nos últimos onze jogos disputados para o campeonato. Pelo caminho, ganhámos já dez pontos aos adversários mais próximos (5+5) e o primeiro lugar já só dista dois pontos, o que significa que voltámos a depender exclusivamente de nós próprios para o alcançar. Tudo isto significa também o progressivo levantar do mar vermelho que sustenta a nossa equipa, e quem esteve esta noite no frio da Amoreira, a começar pelos próprios jogadores, sentiu bem o que isso significa. Talvez seja essa perspectiva que assusta quem nos odeia.

2 Comments:

At 1/17/2016 12:11 da tarde, Anonymous NauBenfica said...

O tareco e o bobi de dentuça arreganhada; a miss Pigui à trolha a tudo o que mexe; o cocas ainda há de falar na tel visão (é assim que o bicho fala) pra mostrar à saciedade que é um lapónio (consulta o dicionário, ó lambe-cus); o palhaço há de debitar piadolas para asnos (asno como é...); todos os avençados e marretas da Parada da Paródia irão andar 4 meses de carantonha e na rezinguice contra os árbitros e o Benfica. Tudo isto, afinal de contas, por um motivo banal que já se tornou um hábito: estão a ver que o Glorioso está aí, capaz de vitórias e de mais glória, e que o Marquês, em maio, vai ser, uma vez mais, pela terceira época consecutiva, inundado de benfiquistas.

 
At 1/17/2016 7:36 da tarde, Blogger joão carlos said...

A crónica mais uma vez com a qualidade que nos tens habituado.


A equipa entrou muito bem a movimentar-se bem teve duas ou três oportunidades para marcar infelizmente não o fez e depois num lance em que facilitou muito sofreu o golo no único remate que eles fizeram mas o pior é que acusamos muito a contrariedade e já não é a primeira vez que tal acontece a partir dai somamos uma quantidade enorme de passes errados, perdas de bola e entramos quase sempre pelo lance individual que por norma pouco resulta valeu o intervalo par reverter a situação com mérito para a motivação que aí foi feita mas convêm rever esta situação da equipa acusar muito os revés que acontecem durante o jogo.
Não vou discutir quem é o nosso melhor ponta de lança, embora eu tenha uma preferência clara, acho que é útil termos dois com características diferente que podem ser úteis cada um consoante as características dos nossos adversários é uma opinião que já vem de outros anos em que tivemos outros ponta de lança com características idênticas que contra equipas que se fecham e recuam muito é muito mais útil um ponta de lança fixo que de luta e foque sobre si a atenção dos dois centrais libertando espaços para os restantes jogadores do que um ponta de lança móvel que mais não faz do que permitir que o adversário tenha dois liberos que assim são dois prontos socorro que cortam tudo o que aparece pela frente este foi um caso em que nem sempre não mexer na equipa é bom felizmente que não se demorou a rectificar o erro.
Mais uma vez desperdiçamos um lance isolado só com o guarda redes pela frente e neste caso é recorrente neste jogador que já tem uma quantidade enorme de lance iguais e só por uma vez foi bem sucedido e mais grave se torna para quem actua naquela posição mais grave ainda quando as características do jogador até propiciam este tipo de lance que depois se não aproveitadas como é o caso acaba por não servir de nada ser rápido e saber jogar no espaço isto para não falar no custo do jogador um jogador que custou o que custou não pode falar tantas vezes como as que já falhou nem que tenham que o por os dias todos a treinar estes lances é que assim é que não pode continuar.

 

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