quinta-feira, dezembro 22, 2016

Gestão

Um jogo que o Benfica começou a resolver cedo e depois limitou-se a manter controlado no ritmo que mais lhe convinha, fazendo uma gestão bastante sóbria do esforço sem que alguma vez tivesse deixado a ideia de que a conquista dos três pontos pudesse estar em causa.


O Rio Ave entrava neste jogo apresentando as credenciais de estar 100% vitorioso desde que o Luís Castro assumiu o comando da equipa. Quatro vitórias noutros tantos jogos eram um sinal bastante claro que este jogo teria que ser encarado com toda a seriedade pelo Benfica. E foi isso mesmo que fizemos, desde o apito inicial. Com o Mitroglou a ser desta vez o escolhido para ocupar a posição mais avançada da equipa, o Benfica tomou imediatamente conta do jogo e remeteu o Rio Ave para a defesa, procurando chegar ao golo o mais cedo possível. Tirando partido sobretudo da grande mobilidade e constantes trocas de posição do Gonçalo Guedes, Rafa e Cervi, sempre com o apoio do Pizzi, o cerco à baliza adversária foi-se apertando e o golo chegou, com toda a naturalidade, com catorze minutos decorridos. O Mitroglou, que no início da jogada tinha demorado um pouco mais a concluir e acabou por tentar finalizar de calcanhar, acabou por ficar com a bola nos pés bem no centro da área depois de um remate enrolado do Gonçalo Guedes, e enquanto os defesas do Rio Ave pediam um fora de jogo inexistente finalizou com toda a calma. Conseguido o golo, o Benfica imediatamente levantou um pouco o pé. Não passou a defender o resultado, simplesmente começou a querer sair de forma mais organizada e estruturada para o ataque, privilegiando a posse de bola, e recuou também a linha de pressão. O Rio Ave aproveitou então para ter mais alguma bola, mas foi incapaz de construir qualquer lance de perigo, e pelo menos de memória digo que nem sequer um remate conseguiu fazer. O melhor que conseguiu foram alguns cruzamentos para a nossa área, que morreram quase todos nas mãos do Ederson. O Benfica, mesmo neste ritmo mais pausado, dava ideia de poder marcar um segundo golo sem precisar de forçar muito mais, pois as iniciativas individuais dos nossos jogadores eram suficientes para semear a atrapalhação na defesa adversária. Já quase sobre o intervalo veio a confirmação disto, quando o Pizzi arrancou com a bola, tabelou com o Rafa à entrada da área, e depois picou a bola sobre o guarda-redes à saída deste. Tudo aparentemente simples, a resultar num golo muito bonito.


Sobre a segunda parte, não tenho praticamente nada a dizer. Se com um golo de vantagem o Benfica já parecia estar tranquilo e sem grande vontade de forçar muito, então com dois isso foi ainda mais notório. Acho que as notas de maior destaque foram a entrada do Jonas, para somar mais alguns minutos à tarefa de ganhar ritmo de jogo, e uma grande defesa do Ederson, lá para o meio desta segunda parte, naquele que terá sido o primeiro (ou na melhor das hipóteses o segundo) remate do Rio Ave no jogo. Mais uma vez o Ederson a confirmar a sua qualidade e aptidão para guarda-redes de equipa grande: quase todo um jogo sem ter que fazer uma defesa, tendo tido mais acção a jogar com os pés para os colegas do que a tocar na bola com as mãos, e quando finalmente foi chamado, correspondeu de forma brilhante. O outro facto a realçar é a expulsão do Pizzi, forçada pelo próprio. O amarelo que tinha visto a meio da segunda parte (não percebi bem qual o motivo, só se foi por palavras e foi o único amarelo mostrado pelo árbitro em todo um jogo no qual teve um critério disciplinar larguíssimo, optando por deixar jogar sempre que era possível - e às vezes até quando isso não parecia ser a opção correcta) deixava-o suspenso para o próximo jogo do campeonato, em Guimarães. Por isso nos instantes finais ele retardou a marcação de um livre até ser admoestado com o segundo amarelo e consequente expulsão, o que faz com que se mantenha à beira da suspensão por amarelos, mas cumpra o jogo de castigo no próximo compromisso do Benfica, contra o Paços de Ferreira para a taça da liga. Parece estúpido, mas os regulamentos estão redigidos assim, e recordo-me perfeitamente de há uns anos o Fucile, então no Porto, ter feito a mesma coisa num jogo contra o Belenenses, de forma a estar disponível para jogar contra nós. Quanto ao jogo jogado, o Rio Ave ainda tentou durante alguns minutos chegar a um golo que relançasse o resultado, mas mostrou demasiada incapacidade para o fazer, e na fase final do jogo já nem sequer conseguia ter bola para tentar o que quer que fosse.


Destaques no Benfica, para mim, o Fejsa por mais uma exibição sólida e sóbria, a dobrar sempre bem os colegas da defesa e a cobrir com eficácia a sua zona, o Cervi e, a espaços, o Pizzi. Não foi jogo para grandes destaques individuais mesmo.

Gosto destes jogos. Não é necessária grande nota artística nem números de circo. Temos uma tarefa a cumprir, e fazemo-la de forma eficaz e segura. Quem tiver assistido ao jogo viu que em nenhuma altura do mesmo a vitória do Benfica pareceu ser algo menos do que uma certeza. E é assim que se somam três pontos em cima de três pontos, e que no final se conseguem somar mais pontos do que todos os outros adversários. É esta competência que nos permite passar o ano confortavelmente instalados no topo.

1 Comments:

At 12/22/2016 6:54 da tarde, Blogger joão carlos said...

O post esta com a qualidade que já nos tens habituado.


A gestão que os jogadores fizeram a partir do momento em que se colocaram em vantagem tem muito a ver com a quantidade de jogadores na equipa que estão a atravessar um momento menos bom de formo a maioria por apresentar um desgaste grande provocado pelo numero enorme de jogos consecutivos sempre a jogar alias basta ver o caso do nosso ponta de lança que bastou ter ficado dois ou três jogos de fora no banco a descansar para agora ter voltado novamente bem fisicamente e em melhor forma do que aquela que tinha quando saiu da equipa.
Um dos defeitos do nosso treinador é insistir em demasia nos jogadores mesmo quando eles apresentam uma forma péssima, a maioria das vezes até por desgaste físico por utilização consecutiva, é verdade que altera isso durante os jogos mas muito poucas vezes de jogo para jogo isto num plantel com tantas soluções não se percebe que este sinais positivos vistos na posição mais avançada sejam para repetir em outras posições.
Agora que o mercado esta preste para abrir vimos mais uma vez que ficamos com um plantel demasiado extenso e com jogadores que nem foram utilizados, ou foram muitíssimo pouco, na equipa principal nem na equipa B esperamos agora a colocação daqueles que ficaram excedentários desde o inicio da época, alias aqueles que nem inscritos estavam nas competições europeias, agora não podemos é cair no exagero de outros anos de fazer sair mais que estes e acabar como já aconteceu de ficar com o plantel demasiado curto principalmente quando agora mais necessária vai ser a rotação no plantel.

 

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