domingo, maio 06, 2018

Frustrante

Já regressei do estádio há algumas horas, e ainda me custa aceitar que não tenhamos ganho este jogo. Tal como na primeira volta, fomos claramente superiores e acabamos com um empate muito frustrante como resultado. Pouco tenho a apontar à nossa equipa a não ser eventualmente a finalização, que foi um dos principais motivos para não termos ganho.


O onze para este jogo era um pouco uma incógnita devido aos vários jogadores que estavam em dúvida, embora na minha opinião aquele que mais poderia alterar a escolha da equipa seria o André Almeida, porque com a presença do Douglas no onze achei que o nosso treinador iria alterar mais peças. Foi isso que aconteceu mesmo, embora tivesse ficado surpreendido com a titularidade do Samaris, que assim 'empurrou' o Pizzi para a direita e o Rafa deslocou-se para a esquerda, ficando o Cervi no banco. Um pouco mais de músculo no meio campo, que se revelou adequado para equilibrar as forças com os dois médios mais defensivos que o Sporting também apresentou. Se o facto de jogarmos com Douglas e Samaris a titulares e ainda termos o Jonas de fora poderia causar alguma apreensão, esta depressa se dissipou. É que durante a primeira parte não nos limitámos a ser a melhor equipa em campo; fomos mesmo muito melhores. Com o Bruno Fernandes completamente engolido pelo Fejsa e os nossos dois centrais a fazerem um excelente trabalho quer na marcação ao Bas Dost, quer a cobrir a profundidade, o Sporting foi uma equipa muito manietada e que apenas esperava que o Gelson conseguisse resolver alguma coisa num rasgo individual. Do nosso lado o Zivkovic, Jiménez, Pizzi e Rafa (sobretudo este) mostravam uma enorme mobilidade e baralhavam as marcações adversárias, sempre com um bom apoio ofensivo por parte dos laterais. E logo nos instantes iniciais criámos uma grande oportunidade, com o Rafa a fugir pela esquerda (era ali que estava o ponto mais fraco do nosso adversário) e a atirar ao poste - e apesar de não ter visto ainda nenhuma repetição, ninguém me convence que o Patrício não cometeu penálti sobre o Rafa, porque não tocou na bola e derrubou o nosso jogador. Foi o mote para a primeira parte. O Sporting não conseguia quase ligar uma jogada de ataque - o Varela não fez uma defesa digna desse nome em todo o jogo - e o Benfica ia, por vezes até com alguma facilidade, criando ocasiões de perigo, desperdiçando-as ou por falta de pontaria, ou por excesso dela (o Rafa voltou a acertar no poste), ou mérito do Patrício (boas defesas a remates do Pizzi e do Samaris, isolado) ou por demorarmos um bocadinho mais e aparecer um pé no limite a conseguir o desvio. Algumas destas situações surgiam até como resultado de vários maus passes dos nossos adversários, que pareciam acusar alguma intranquilidade quando tentavam sair a jogar. Perto do intervalo, um lance a que já nos vamos habituando a ver em jogos contra a equipa que mais pontos pode agradecer a erros de arbitragem esta época: canto para o Benfica, o Jardel mesmo com o William a puxar-lhe a camisola consegue cabecear, a bola vai encontrar o braço do William e... falta assinalada ao Jardel. Brilhante. A melhor ocasião de golo do Sporting surgiu já no período de descontos depois de uma boa acção individual do Bas Dost, mas quando este estava em boa posição para tentar o remate optou pelo passe para o Gelson e o lance perdeu-se.


O nulo ao intervalo era extremamente injusto, e temia que tivéssemos desperdiçado uma grande ocasião para ter este jogo resolvido, já que certamente o Sporting corrigiria alguma coisa e não permitiria uma segunda parte igual à primeira. Foi basicamente isso que aconteceu. O Sporting conseguiu pelo menos estancar o perigo que o Benfica tinha criado na primeira parte e conseguiu aparecer mais vezes no ataque, conseguindo até conquistar alguns cantos para gáudio dos seus adeptos - num deles até pareceu que quase marcaram, mas o cabeceamento saiu uns três metros por cima. Durante pelo menos dois terços da segunda parte houve um equilíbrio de forças, com as defesas a superiorizar-se claramente aos ataques, e por vezes parecia que quase se jogava num curto espaço de 30-40 metros na zona do meio campo. O empate não nos interessava e foi lançado o Salvio para o lugar do Pizzi, mas foi apenas na fase final do jogo, quando entrou o Jonas para o lugar do Zivkovic e passámos a jogar com dois avançados, que voltámos a ganhar um ascendente mais claro. Não que o Jonas tenha tido tempo para fazer muito, ou tenha deslumbrado, mas a sua presença em campo e movimentações ajudaram a renovar o nosso jogo ofensivo. Já o Sporting continuava a depender quase exclusivamente de acções individuais do Gelson para sair para o ataque e ia parecendo cada vez mais satisfeito com o empate a zero, que era um resultado que lhe servia. Mas apesar de mais acutilante, o Benfica já não conseguia criar tantas ocasiões como na primeira parte, destacando-se sobretudo uma jogada em que o Jiménez chega um pouquinho atrasado a um cruzamento da direita. Entretanto o Bruno Fernandes (um jogador que eu admiro, mas que não fez absolutamente nada neste jogo, muito por culpa do Fejsa e também do Samaris) provavelmente já frustrado resolveu agredir a pontapé o Cervi. Deu amarelo. Já em período de descontos, e para fechar com chave de ouro, o Patrício tem um erro grosseiríssimo ao largar uma bola após um lançamento longo para a área, e o solícito Xistra poupou-o ao embaraço ao assinalar uma suposta falta completamente inexistente, ainda por cima fora da pequena área. Compreende-se, não queremos traumatizar o guarda-redes que vai defender as balizas da equipa da FPF no Mundial que se aproxima. A forma eufórica como público e equipa da casa celebraram o nulo é um bom indicador do alívio com que o apito final foi por eles recebido. Não mereciam sequer um empate.


Acho que no cômputo geral todos os nossos jogadores estiveram num bom nível, tendo até ficado surpreendido com alguns deles, casos do Douglas ou do Samaris. Nada de extraordinário, mas fizeram um bom jogo para jogadores que têm jogado muito pouco esta época. Muito bem para mim esteve a nossa dupla de centrais, acompanhada pelo Fejsa. O Rafa esteve também muito bem durante a primeira parte, e poderia facilmente ter resolvido o jogo por si só. Acho que nosso treinador também esteve bem quer na forma como montou a equipa, quer nas substituições. Talvez a entrada do Cervi tenha pecado por um pouco tardia porque o Rafa parecia já ter perdido gás há algum tempo, mas ele foi o nosso jogador mais perigoso durante uma boa parte do jogo e por isso aceita-se que o tenha querido manter em campo mais algum tempo.

O segundo lugar agora fugiu-nos e deixou de depender de nós. Digo desde já que para mim já está mesmo perdido, porque não espero nenhuma ajuda na Madeira: a forma descarada como esta equipa (nem uma vitória ou sequer um futebol decente nos jogos contra os outros três dos quatro primeiros classificados) tem sido ajudada esta época significa que, se for necessário, alguma coisa acontecerá para os manter no segundo lugar. Nem que seja um pé de vento a derrubar o Bas Dost. Fica a frustração de, em dois jogos contra eles esta época os termos feito parecer uma equipa muito mediana e apesar disso não termos conseguido ganhar nenhum deles. Vitórias morais é coisa que não serve para nada. Em ambos o Rui Vitória ganhou claramente o duelo táctico ao auto-intitulado 'Mestre da Táctica', que nas declarações após o jogo voltou a mostrar o homem pequenino e mesquinho que é, incapaz de reconhecer mérito num adversário. Ou anda a aspirar do mesmo que o presidente dele, ou então durante os noventa minutos esteve noutro planeta a ver um jogo completamente daquele que ocorreu.

1 Comments:

At 5/07/2018 5:53 da tarde, Blogger joão carlos said...

Muito bem o treinador a montar a equipa só que já vem tarde não só para esta época como diria para este tipo de jogos é que só ao fim de três épocas e de mais duas dezenas de jogos de grau elevado é que percebeu que não só precisávamos de um meio campo a três como de ter ai mais do que um jogador que saiba defender que tenha capacidade de luta e capacidade física já gora colocar os jogadores nas posições onde rendem mais em vez de os colocar em posições onde podem jogar mas onde não rendem o seu máximo também ajuda muito.
Se repararmos todas os lances em que eles criaram perigo, excepto um aquele mesmo no fim da primeira parte onde acabaram por nem sequer rematar, foram de bola parada demonstrando que temos ainda muito que melhorar e que deveremos considerar e muito não contratar jogadores mais jogadores baixos, até porque já temos muitos até demais, por outro lado ficou mais uma vez provado o patético que somos nos lances de bola parada ofensiva por de todas a possibilidades que tivemos apenas por uma vez, no ultimo lance, e ainda por cima só aconteceu por uma fífia do guarda redes adversário se não nem isso e basta ver a maneira como são executados todos de forma displicente e condenados ao insucesso logo à partida.
Mais uma vez e pelo terceiro jogo consecutivo a finalização foi uma completa desgraça e se nos podemos queixar de muita coisa o que nos devemos queixar sobretudo é desta patética finalização e deste índice de finalização neste período que foi ao nível absolutamente impensável mas é o que dá trocar jogadores que fazem da finalização a sua arma por uns que toda a sua carreira marcam quando o rei faz anos e ou voltamos a ter mais do que um goleador na equipa ou vamos ficar dependente do único que temos e esperar que não se lesione e que esteja sempre em forma porque de resto vai acontecer o que temos visto muita produção mas depois muito pouco aproveitamento com os efeitos que temos visto.

 

Enviar um comentário

<< Home