quinta-feira, dezembro 20, 2012

Reviravolta

Quase que já começa a parecer de propósito: pelo terceiro jogo consecutivo o adversário chega à vantagem, e depois o Benfica acelera o jogo e faz a reviravolta no marcador, conquistando a vitória.

Muitas alterações no onze, como era esperado. Em relação ao jogo com o Marítimo, apenas o Jardel e o André Gomes mantiveram a titularidade. Mesmo assim, o onze apresentado pelo Benfica tinha qualidade mais do que suficiente para esperarmos uma vitória em Olhão, num campo onde não temos sido felizes nas últimas época - isto, combinado com o facto do jogo ser transmitido pela TVI (um ódio pessoal) deixava-me com um mau pressentimento. Os jogadores do Benfica também devem ter achado que a sua qualidade acabaria por resolver o assunto mais cedo ou mais tarde, e talvez por isso, depois de uns primeiros minutos relativamente agradáveis, tenham relaxado um pouco. O jogo foi bastante disputado, mas relativamente mal jogado, com a qualidade do futebol de ambas as equipas a deixar muito a desejar. O Benfica errou demasiados passes, e durante uma boa parte do primeiro tempo insistiu num futebol mais directo, em vez de tentar construir as jogadas de forma mais elaborada - isto apesar de hoje termos iniciado o jogo com um meio campo formado por três jogadores, com o Gaitán a actuar no centro, à frente do Enzo e do André Gomes. As ocasiões de golo foram naturalmente muito poucas, já que se rematou muito pouco devido ao facto das equipas estragarem a maior parte das jogadas ainda antes da bola chegar a posições mais próximas das balizas.


A segunda parte começou praticamente com o golo do Olhanense, que aproveitou uma saída da baliza do Paulo Lopes para desarmar um adversário que se isolava e não conseguiu aliviar a bola com força suficiente, permitindo a recuperação da mesma a um adversário, que se limitou a rematar de muito longe para a baliza deserta. Despertou o Benfica, que se terá decidido então a colocar mais velocidade no jogo. Para o jogo foram lançados o Salvio e o Lima, que substituíram o André Gomes e o Bruno César (que teve uma actuação apagadíssima), que também trouxeram maior movimentação ao ataque. O Benfica passou a jogar quase exclusivamente no meio campo adversário e a ter a bola quase sempre em seu poder, mas continuámos a falhar muito no passe final ou no momento da decisão - houve situações em que um jogador nosso tinha oportunidade para rematar e optava por fazer mais um passe, que saía quase sempre mal, ou em que jogadores completamente soltos junto à linha final acabavam por centrar a bola para zonas onde não havia nenhum colega. O golo do empate surgiu a vinte minutos do final, numa bola parada em que o Jardel acreditou e foi captar sobre a linha final, tocando-a para trás de forma a permitir o remate vitorioso do Rodrigo (foi uma das poucas contribuições positivas que fez no jogo). Obtido o empate, o Benfica foi à procura do golo da vitória, mas à medida que o jogo se aproximou do final fomos perdendo alguma clarividência e o nosso jogo ressentiu-se disso, aproveitando o Olhanense para respirar um pouco e responder também aos ataques do Benfica. A dois minutos do final, e numa altura em que já pouco acreditava que tal sucedesse, o Ricardo e um defesa do Olhanense atrapalharam-se com um remate cruzado do Salvio, e a bola acabou por sobrar para o Lima à boca da baliza, que se limitou a empurrá-la para o fundo da mesma.


Não consigo mesmo dar um grande destaque um jogador do Benfica esta noite. Acho que estiveram todos mais ou menos a um nível semelhante, com o Gaitán, talvez, a evidenciar-se um pouco mais. Os já referidos Bruno César e Rodrigo, na minha opinião, produziram menos do que seria esperado. O segundo salvou a exibição com o golo, mas até lá somou muitas perdas de bola e decisões erradas - em compensação mostrou uma boa atitude, pois por mais do que uma vez o vi recuar no terreno para perseguir adversários e lutar para recuperar bolas que tinha perdido. Continua claramente a atravessar uma fase menos boa, mas espero que o golo em cada um dos dois últimos jogos lhe possam devolver a confiança. O André Almeida, sobretudo na segunda parte, deu algum espaço no seu corredor, permitindo entradas de adversários nas suas costas - foi assim que nasceu o golo do Olhanense.

Fiquei agradado com esta vitória. O facto de ser para a Taça da Liga não a desvaloriza - a Taça da Liga é um troféu oficial do futebol português, cujas últimas quatro edições nós conquistámos. E eu desejo conquistá-la pela quinta vez consecutiva.

1 Comments:

At 12/21/2012 4:15 da tarde, Blogger joão carlos said...

A análise espelha muito bem aquilo que se passou em campo.



Este jogo para mim veio demonstrar que no nosso plantel nos falta um médio defensivo que possa ser alternativa ao titular habitual, é verdade que existe uma alternativa mas essa alternativa passa o tempo todo a jogar a defesa direito, o que obriga neste tipo de jogos ou a sobrecarregar em demasia o titular ou a recorrer a adaptações de recurso que tem como resultado um menor rendimento dos jogadores em relação ao que podem e nos tem habituado a fazer, como foi claramente o casos dos dois jogadores utilizados nessa posição, mesmo que as suas exibições até nem tenham sido muito más, como foi claramente o caso.
Se a equipa se quiser manter em todas as frentes tem de se reforçar com um médio defensivo ou em alternativa com um defesa direito, já que nos bês não existe ninguém com qualidade que possa subir e na outra posição, eu acho que até existe uma alternativa muito interessante, o treinador não parece confiar muito no que existe nos bês.

 

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