quinta-feira, fevereiro 20, 2020

Lisonjeiro

Face ao que jogámos, a derrota por 2-1 na Ucrânia acaba por ser um bom resultado, que permite trazer a discussão da eliminatória para a Luz na próxima quinta-feira. Mas será necessário melhorar muito se queremos ter qualquer possibilidade de passar.


Para este jogo as mudanças passaram pelas entradas do Seferovic e do Chiquinho no onze para os lugares do Vinícius e do Rafa. Uma pequena novidade táctica na colocação do Chiquinho sobre a direita, com o Pizzi no apoio directo ao avançado - o que na prática significou não termos ataque, porque à ineficácia e indiferença do Seferovic juntou-se um Pizzi que vem jogando quase sempre a passo e a complicar tudo. O Florentino também regressou, mas isso era uma inevitabilidade face à suspensão do Weigl. De uma forma geral, as melhorias exibicionais que se viram no jogo contra o Braga (apesar da derrota) desapareceram todas neste jogo. Estamos no meio de um ciclo pobre em termos de futebol jogado, e o jogo de hoje esteve ao nível dos piores que temos feito. Defendemos pessimamente e atacámos ainda pior. Ainda mantivemos uma certa solidez durante a primeira meia hora de jogo, mas depois começámos a meter água por todos os lados. Um fora de jogo no limite evitou o golo do Shakthar ainda na primeira parte, depois de um erro clamoroso do Florentino, mas nessa altura já o Shakhtar ia conseguindo criar diversas ocasiões de perigo. E a tendência não só se confirmou como ainda se acentuou no regresso para a segunda parte. Até ao ponto em que nem o Vlachodimos ou o poste conseguiram impedir o inevitável golo ucraniano, num remate rasteiro muito colocado ainda de fora da área. Tivemos a felicidade de pouco depois chegar ao empate e ao importante golo fora de casa, porque a reacção ao golo sofrido até foi positiva. Uma boa iniciativa do Tomás Tavares permitiu-lhe marcar à boca da baliza depois de uma insistência do Cervi, mas o VAR anulou o golo para assinalar penálti sobre o Cervi, que o Pizzi converteu. Era um resultado muito bom e muito lisonjeiro também. Mas depressa voltámos a entregar o ouro ao bandido com mais um erro defensivo inacreditável. O Rúben Dias, quando tentava proteger a saída de bola pela linha final, deixou-se desarmar e o passe atrasado que se seguiu permitiu uma finalização fácil. Na fase final, já com o Vinícius e o Rafa em campo, ainda tentámos acelerar um pouco o jogo e pressionar mais, mas sem quaisquer efeitos práticos.

Para não variar, em termos individuais safa-se o Vlachodimos. Não fosse ele e regressaríamos a Lisboa com muito poucas hipóteses de discutir a passagem. O Taarabt voltou também a ser dos poucos a conseguir dar alguns safanões no jogo ofensivo da equipa, mas em contraponto cometeu diversas falhas no aspecto defensivo. A defesa no geral esteve péssima. Pela direita o Ismaily passou vezes sem conta pelo Tomás Tavares, o Rúben ofereceu um golo, o Ferro voltou a cometer vários erros e o Florentino esteve pavoroso. Na frente, já não há palavras para classificar o Seferovic. É um jogador completamente descrente, que não ataca uma bola, não tenta antecipar um lance e simplesmente limita-se a esconder-se atrás dos defesas na esperança que de alguma forma ele deixe passar a bola. O Pizzi está claramente muito abaixo de forma e complica mais do que ajuda - por mais de uma vez tivemos lances de ataque que morreram nos seus pés quando se exigia dar muito melhor continuidade aos mesmos.

Não consigo prever qual o nosso futuro nesta eliminatória. Se jogarmos aquilo que sabemos e já mostrámos esta época, passamos facilmente. Se mantivermos o mesmo registo dos últimos jogos, seremos inevitavelmente eliminados. O que me preocupa mais é que este jogo não mostrou grande evolução ou sinais de que podemos deitar para trás das costas a fase menos positiva. É urgente regressar às vitórias o quanto antes.

1 Comments:

At 2/22/2020 7:00 da tarde, Blogger joão carlos said...

Estamos até a fazer alguma rotação mas com essa rotação temos que alguns jogadores jogam sempre e ficam sempre de fora dos jogadores que são poupados saltando aos olhos de todos que os mesmos se arrastam pelo campo os jogos todos e o tempo todo sendo que a ser assim a tendência é os jogadores com esta insistência cada vez estarem em pior forma física e não servirem de nada em campo, e mesmo que mais uma ou outra alteração até nem fosse descabido o pior até é mesmo não se fazer descansar os jogadores no jogo é que fazer substituições nos últimos minutos do jogo de pouco ou nada serve e então fazer nos descontos é ainda mais parvo.
A verdade é que os problemas defensivos da equipa não se resumem á defesa e começam em outras zonas do campo que depois acabam por confluir todas na defesa mas algo vai muito mal quando num determinado jogo o nosso melhor jogador do sector defensivo foi o defesa esquerdo quando todos sabemos, não é novidade nenhuma, que ele sempre teve dificuldades em defender e a parte defensiva nem sequer é o seu forte pior é que ele foi o melhor não por ter feito uma exibição sequer boa, alias esteve ao nível habitual neste tipo de jogos que não é bom, mas simplesmente porque os outros conseguiram estar bem piores.
Mais uma vez, tirando uma ou outra raríssima excepção, não vemos um jogador disputar e conquistar um duelo, uma bola dividida, um ressalto, uma segunda bola não existe agressividade na disputa da bola tudo feito muitas vezes de forma displicente, amorfa sem concentração e que os níveis físicos baixo não explicam tudo e ou a atitude da equipa e os seus níveis de concentração e agressividade sobem rapidamente, e aqui o treinador tem muita responsabilidade porque não serve só para treinar, ou vamos passar por dificuldades.

 

Enviar um comentário

<< Home