domingo, janeiro 26, 2020

Consolidação

Mais uma vitória fora de casa obtida de forma inquestionável e alicerçada sobretudo numa primeira parte de grande qualidade, e de grande importância na consolidação da liderança. Não houve qualquer tipo de relaxamento e voltámos a encarar o jogo e o adversário com a máxima seriedade, o que tem sido uma das chaves para a sequência de bons resultados.


É de assinalar que, apesar do jogo ser disputado longe da Luz, o Benfica jogou literalmente em casa pois as bancadas estavam preenchidas de vermelho. Houve uma mudança no onze, não muito surpreendente, com o Rafa a entrar para o lugar do Chiquinho. O Benfica entrou a todo o gás, apostado em marcar cedo, contra um Paços extremamente aguerrido que tentava pressionar alto e disputar cada bola como se fosse a última. Mas cedo as ocasiões de golo se começaram a acumular para o lado do Benfica, enquanto que o Paços só conseguia ter posse de bola em zonas mais recuadas e quase nunca conseguia incomodar o Vlachodimos. Um livre do Grimaldo deu início às hostilidades, obrigando o guarda-redes do Paços a uma defesa apertada para canto. Na sequência do mesmo, o Vinícius cabeceou à barra. A pressão do Benfica inevitavelmente acabou com o Pizzi a introduzir a bola dentro da baliza do Paços, aos dezoito minutos, mas o lance acabou por ser anulado após revisão do VAR. Percebemos depois que foi por uma suposta posição irregular do Vinícius, que fez o passe para o golo, de 4 centímetros. É simplesmente absurdo, porque uma margem destas torna a coisa aleatória. Basta parar a imagem um centésimo antes ou depois para ser posição irregular ou não. Este tipo de lances vai completamente contra o que deveria ser o espírito do VAR, e só ajuda a matar o futebol. Enfim, o Benfica não abanou e continuou a procurar o golo que já justificava. O Rafa ia conseguindo encontrar espaço entre a defesa e o meio campo do Paços e era uma ameaça constante, e foi mesmo ele quem começou a desatar o nó. A cinco minutos do intervalo, um bom passe do Rúben Dias lançou-o em direcção à baliza e depois ele com o pé direito tirou um defesa do lance e com o esquerdo rematou para o golo. Um pormenor muito interessante no lance é a movimentação do Pizzi, a fugir para a linha e a arrastar o lateral com ele de forma a abrir o espaço entre este e o central por onde o Rafa entrou. Antes do intervalo ainda poderíamos ter chegado ao segundo golo, que só foi evitado por uma excelente defesa do guarda-redes a um remate do Pizzi.


Entrada na segunda parte a matar, para chegarmos cedo ao segundo golo. Canto conquistado logo no primeiro minuto, e quando o Paços tentou sair para o ataque na sequência deste a bola foi recuperada e o Ferro fez um lançamento longo para as costas da defesa, para o inevitável Rafa. Progressão pela direita e cruzamento rasteiro para o Vinícius encostar para o golo. Tudo simples e eficaz. Minutos depois o Benfica voltou a introduzir a bola na baliza do Paços, pelo Vinícius depois de um excelente passe do Weigl, mas o golo foi novamente anulado por posição irregular do nosso avançado. Depois disto fiquei com a sensação que o Benfica optou claramente por gerir a vantagem e o jogo. O Paços nunca baixou os braços e continuou a ser uma equipa aguerrida na procura de um golo que lhes permitisse voltar à discussão pelo resultado, mas o Benfica controlou o jogo com relativa facilidade. Apesar da maior posse de bola, creio que não estarei enganado se disser que não só o Paços não conseguiu criar uma única ocasião de perigo como nem sequer terá chegado a rematar à nossa baliza até ao final do jogo - só me recordo de um único remate do Paços na segunda parte, na sequência de um canto, por volta dos cinco minutos. Para o quarto de hora final o Benfica optou por colocar um terceiro médio em campo (Taarabt) por troca com o Pizzi, o que nos permitiu ter um pouco mais de posse e também reaproximar-nos na baliza adversária. Pouco depois fizemos uma troca directa de avançados, entrando o Seferovic para o lugar do Vinícius. Isto na prática resultou num momento Bryan Ruiz por parte do Seferovic, que depois de um cruzamento do Grimaldo na esquerda (desmarcado por um grande passe do Gabriel), completamente sozinho e a um par de metros da linha de golo, enviou a bola para a bancada.


Melhor do Benfica, outra vez o Rafa. Marcou o golo que inaugurou o marcador e fez a assistência para o segundo, o que já seria mais do que suficiente. Mostrou ser a opção certa para a posição de segundo avançado, e a sua velocidade e mobilidade permitem-lhe explorar os espaços que se vão abrindo nas costas dos médios mais recuados. Vinícius também muito bem, a fazer o tipo de movimentações que víamos o Seferovic fazer a época passada, com mais um golo para a conta pessoal e uma assistência que lhe foi retirada por quatro centímetros. Mas no geral acho que toda a equipa fez uma exibição sólida, confiante e equilibrada.

O Paços é uma equipa que luta pela permanência e o Benfica entrava neste jogo confortavelmente instalado no topo da tabela. Mas este jogo era particularmente importante. Primeiro, porque não queríamos desperdiçar logo na jornada seguinte a vantagem que alcançámos na anterior. E depois porque, face à situação conturbada que o Porto atravessa neste momento, a última coisa que interessava era perder pontos e assim dar um novo fôlego ao nosso perseguidor mais directo. Assim sendo, missão totalmente cumprida.

1 Comments:

At 1/27/2020 7:20 da tarde, Blogger joão carlos said...

A analise esta com a qualidade que nos tens habituado.


Percebo que num jogo não se poder estar sempre a forçar o ataque e que por vezes se faça uma gestão do mesmo e que se passe a atacar com menos frequência e só pela certo já não percebo é a incapacidade da equipa fazer essa gestão no meio campo do adversário e a faça no nosso meio campo, muitas vezes defensivo, com o evidente risco disso mais ainda quando a troca de bola para alem de pausada, o que é natural, seja displicente sobretudo em zonas próximas da nossa área sem necessidade nenhuma, é que este problema já se arrasta á anos sem que nenhum treinador, e já vão três seguidos, consiga resolver a questão.
Bem a alteração ao onze inicial não só porque uma ou outra alteração não tem qualquer influencia na dinâmica da equipa no seu todo para alem de que jogadores diferentes podem ser ideais para adversários diferentes, mas sobretudo porque o jogador que saiu estava numa forma absolutamente deplorável pena é que o treinador não faça o mesmo no eixo da defesa com um dos centrais também ele numa força deplorável é verdade que desta vez nem cometeu os já habituais erros graves, e básicos, mas mesmo assim a quantidade de vezes que o outro central o teve que ir dobrar foi enorme.
Se duvidas existissem sobre a falta de qualidade do nosso ponta de lança, que agora é a única alternativa ao titular, ficaram completamente desfeitas naquele lance perto do final do jogo e ficou evidente a necessidade urgente de contratarmos outro avançado, nem que seja um segundo avançado, e ou aproveitamos estes poucos dias de mercado ainda aberto para colmatar esta falha ou vamos passar por dificuldades.

 

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