terça-feira, fevereiro 25, 2020

Sucesso

Uma vitória complicada num campo onde poucos tinham passado. Não foi uma exibição de encher o olho, mas nesta altura o mais importante era mesmo voltar às vitórias e somar os três pontos.


A principal novidade neste jogo foi o regresso do Samaris à titularidade, o que significou o avançar no terreno do Taarabt para apoiar o Vinícius. Na esquerda, o escolhido foi o Rafa e o Cervi ficou no banco. O Benfica teve uma boa entrada no jogo. O que aliás seria a atitude mais avisada. Depois do cansaço do jogo a meio da semana somado à viagem longa até à Ucrânia e com novo jogo já daqui a três dias, o pior que poderia acontecer seria deixar o nulo arrastar-se durante muito tempo. O Benfica entrou a pressionar alto e a cortar cerce a saída de bola do Gil Vicente, que até ao golo do Benfica praticamente não conseguiu montar uma jogada de ataque. Golo que surgiu relativamente cedo: precisamente quando estava decorrido o primeiro quarto de hora. Depois de um livre a favor do Benfica ser mal marcado na direita pelo Pizzi (para variar) o Taarabt recolheu a segunda bola do outro lado do campo e junto à esquina da área fez um cruzamento perfeito que levou a bola a encontrar o Vinícius completamente sozinho bem no centro da área. O cruzamento foi tão bem feito que o Vinícius até conseguiu marcar de cabeça, quase nem precisando sequer de saltar. Foi muito importante termos marcado primeiro e ainda numa fase inicial do jogo. Face ao momento da equipa, o arrastar do nulo ou, pior ainda, um eventual golo inaugural por parte do adversário poderiam ter consequências desastrosas. Depois de obtida a vantagem, houve uma natural reacção por parte do Gil Vicente, que começou a conseguir finalmente surgir no ataque com perigo, mas o Benfica ia sempre respondendo e ameaçando chegar ao segundo. Aliás, chegou mesmo, mas este foi anulado porque a equipa de arbitragem considerou que o Vinícius, em posição irregular no início da jogada, terá tido influência na mesma. É discutível mas posso aceitar, embora consiga imaginar o que se escreveria se o lance fosse ao contrário. Já tenho muito mais dificuldades em aceitar que não se tenha assinalado penálti por um corte com a mão a um cruzamento feito em esforço pelo Grimaldo. Depois do penálti absurdo marcado contra nós no Estádio do Ladrão não há nenhuma justificação que me possam dar para que isto não tenha sido penálti. No Benfica notou-se uma clara preocupação do Samaris em ajudar a fechar o lado esquerdo, já que seria previsível que o Gil Vicente tentaria explorá-lo. E quando o nosso adversário conseguia rematar à baliza, o Vlachodimos esteve sempre em bom plano. Perto do intervalo o Vinícius esteve muito perto de fazer o segundo golo depois de uma incursão do Rúben Dias como autêntico extremo direito.


Na segunda parte a palavra de ordem foi segurar o resultado. Não sei se houve fadiga do jogo anterior ou gestão de esforço a pensar no próximo jogo, mas recuámos as linhas e arriscámos muito menos no ataque - apesar de termos tido uma grande ocasião logo a abrir o segundo tempo, mas o Vinícius primeiro controlou mal a bola, e depois o remate que ainda conseguiu fazer desviou num defesa e passou ligeiramente ao lado. Ao contrário do que vem sendo habitual, as maiores preocupações acabaram por surgir não na esquerda mas na direita, onde o Tomás Tavares revelou dificuldades para estancar as iniciativas do Gil Vicente, tendo até cometido alguns erros básicos que resultaram em situações complicadas. O Gil Vicente conseguiu equilibrar um pouco as contas no que à posse de bola diz respeito e foi muito mais rematador, embora a grande maioria desses remates não tenham levado grande perigo à nossa baliza. A situação mais perigosa foi um remate do recém entrado Hugo Vieira, que apareceu solto sobre a direita e rematou à figura do Vlachodimos (depois do Tomás Tavares ter perdido o duelo aéreo junto à linha final). No Benfica, o momento alto foi uma jogada individual do Taarabt, que dentro da área recebeu um passe longo no peito, com o pé direito tirou o defesa do lance, e com o esquerdo rematou de primeira e fez a bola acertar com estrondo na barra. Teria sido um golo olímpico. Só nos dez minutos finais é que o Bruno Lage mexeu na equipa, tendo feito trocas quase directas: Vinícius por Dyego, Rafa por Cervi e Samaris por Chiquinho (o Taarabt recuou para o meio campo). A equipa até ganhou algum fôlego com as alterações e na fase final do jogo conseguiu manter o Gil Vicente longe da nossa baliza sem grande dificuldade (nem sei se o Gil Vicente voltou a conseguir rematar) tendo até construído uma boa oportunidade para sentenciar o jogo, que o Cervi não conseguiu concretizar.


Para melhores no Benfica escolheria o Vlachodimos e o Rúben Dias. Têm sido dos jogadores em melhor nível durante esta fase mais titubeante da nossa equipa, e hoje não fugiram à regra. O Taarabt não esteve mal, mas por motivos óbvios a jogar nesta posição mais avançada perdeu protagonismo, já que não intervém tanto no jogo. O Samaris foi útil a ajudar a fechar aquele espaço entre o Grimaldo e o Ferro, mas esteve muito mal no passe. Pizzi e Rafa continuam abaixo daquilo que precisamos, e o Tomás Tavares foi o jogador que maiores dificuldades revelou durante todo o jogo. Foram demasiados duelos individuais perdidos (também é verdade que foi muitas vezes deixado em situações de 1x1) e somou a isso erros graves, como um passe atrasado péssimo que quase deixou um adversário isolado, ou perdas de bola infantis.

Era um campo complicado e um jogo que muitos tinham esperança que desse continuidade à senda de maus resultados que atravessamos. Por isso mesmo era importantíssimo ganhar, mesmo que fosse a jogar mal - era mesmo uma situação em que tínhamos primeiro e acima de tudo que jogar para o resultado. Sob esse ponto de vista, este jogo foi um sucesso. Claro que teria preferido uma exibição convincente e uma vitória por uma margem folgada, mas nesta fase eu aceito tudo o que for um passo na direcção desejada. Agora é preciso aproveitar para reforçar os níveis de confiança da equipa e dar sequência à vitória. Esgotámos toda a margem de manobra que tínhamos, por isso agora teremos que andar sempre no fio da navalha.

1 Comments:

At 2/25/2020 7:01 da tarde, Blogger joão carlos said...

A analise esta com a qualidade que nos tens habituado.


Continuo sem perceber que com tantos jogos uns atrás dos outros jogadores nitidamente cansados que a partir de determinado momento do jogo passam a fazer gestão física e depois temos as substituições todas feitas após os oitenta minutos ou será que existe uma regra escrita em qualquer lado que nós não podemos fazer substituições antes desse tempo, desta vez a ainda foi pior já que os jogadores só saíram porque foram obrigados por problemas físicos senão ficavam até ao fim e depois vemos invariavelmente que a equipa sobre de produção depois das substituições fitas e com jogadores frescos.
Finalmente conseguimos estancar e tapar aquela cratera que era o lado esquerdo e por isso como agora a esse lado chegou muito menos jogo os erros foram por isso muito menores embora eles lá continuem, então aquelas entradas á queima, mas depois tapamos de um lado e destapamos do outro com o nosso defesa direito a cometer erros de júnior, pois mas dado que ele ainda é um júnior isso é normal e a culpa nem é dele é de quem achou que ele já tinha capacidade para ser alternativa ao titular e de quem achou que numa defesa que já é muito jovem as alternativas devem ser jogadores ainda mais jovens.
Mas não são só os livres que são mal executados os cantos de igual forma invariavelmente pouco ou nenhum perigo criamos nos mesmos, até porque quase todos marcados pelo mesmo, ou mesmos, e quase todos marcados sempre da mesma forma por outro lado vemos que na nossa defesa estes lances são aproveitados pelos nossos adversários para criar quase sempre perigo, muitas vezes a única maneira que eles tem de o fazer, e ou rapidamente melhoramos, e muito, a maneira como executamos, e defendemos, as bolas paradas ou vamos passar por dificuldades.

 

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