domingo, maio 10, 2015

Qualidade

Mais uma vitória folgada, mais uma casa quase cheia e mais um passo dado em direcção ao bicampeonato. Desta vez até nem houve uma nota artística muito elevada e o jogo foi quase sempre disputado a um ritmo relativamente baixo, mas houve eficácia e lampejos de qualidade mais do que suficientes para vencer sem sobressaltos e deixar-nos a uma vitória do objectivo.


Regressou o Salvio ao onze mas confirmou-se a ausência do Gaitán, portanto em relação ao último jogo o Sulejmani passou da direita para a esquerda, mantendo-se o resto da equipa.O Benfica nem teve uma entrada em jogo tão fulgurante como tem sido habitual nos jogos em casa. O Penafiel, que lutava pela salvação (uma derrota selaria a descida de divisão) procurou pressionar no campo todo e apareceu a jogar de uma forma desinibida. Mas com sete minutos decorridos e praticamente no primeiro ataque digno desse nome, o Benfica construiu uma jogada muito bonita pela direita, com a bola a passar do Salvio para o Jonas e a seguir deste até ao Maxi, que cruzou de forma certeira para a cabeçada fulgurante e certeira do Lima. O Benfica marcou no primeiro remate que fez no jogo e com isso abria o caminho para um fim de tarde tranquilo. E quase de seguida esteve muito perto do segundo, numa arrancada do Salvio novamente pela direita que viu depois o seu passe para a zona do segundo poste ser cortado mesmo no limite por um defesa (quase fazia autogolo) quando o Lima já se preparava para bisar. O Benfica foi hoje uma equipa menos equilibrada no ataque, causando muito mais perigo pela direita, onde o Salvio e o Maxi estiveram sempre muito activos, do que pela esquerda, onde o Sulejmani teve um jogo bem mais apagado do que a semana passada. Não baixou os braços o Penafiel, que continuou a jogar da mesma forma, mas que obviamente dessa forma ficava mais exposto atrás e sujeito a contra-ataques perigosos. E foi dessa forma que o Benfica, à meia hora de jogo, chegou ao segundo golo, no segundo remate que fez no jogo - o facto de termos tão poucos remates feitos ao fim de meia hora é exemplificativo da menor exuberância do nosso jogo hoje. Depois de uma disputa de bola entre o Lima e um defesa adversário no meio campo a bola sobrou para o Salvio, que progrediu até à entrada da área e fez o passe para a zona central, onde o Jonas teve tempo para controlar e rematar a contar. Não atacámos muito durante a primeira parte, mas fizemo-lo quase sempre com qualidade e a causar muito perigo: até ao intervalo, por duas vezes mais a bola esteve muito perto de voltar a entrar na baliza do Penafiel. Primeiro foi o Jonas a obrigar o guarda-redes a uma grande defesa, a centro do Lima, e depois foi o Lima a cabecear ao poste uma bola cruzada pelo Pizzi.


A segunda parte não teve muita história. O Benfica foi mais dominador no jogo do que tinha sido durante a primeira, e após se cumprir uma hora de jogo selou a goleada com dois golos no espaço de três minutos, sempre com o Lima nas jogadas. O primeiro começou num alívio de cabeça do Jardel, ainda no nosso meio campo, que colocou a bola nas costas da defesa do Penafiel. O Lima ganhou em corrida aos adversários, subiu pela esquerda e fez um passe atrasado para a entrada da área, onde o Pizzi apareceu para rematar sem muita força mas de forma colocada, fazendo a bola entrar bem junto da base do poste. E logo a seguir o Lima recebu um péssimo passe atrasado de um jogador do Penafiel, contornou o guarda-redes e marcou com facilidade. Já teria sido bom se o jogo não tivesse tido mais qualquer acontecimento digno de ser mencionado, mas a vinte minutos do final deu-se o único facto negativo, que foi o amarelo mostrado ao Samaris e que o retira do próximo jogo em Guimarães. Num jogo mais do que decidido infelizmente o grego deixou-se levar pelas provocações do adversário (coincidência ou não, um jogador formado no Porto) e acabou por ver o cartão. O árbitro, aliás, que até aí tinha estado a fazer uma arbitragem com critérios bastante largos e sem mostrar qualquer cartão (e até acho que terá havido pelo menos um lance entre o Rabiola e o Luisão  e ainda um outro em que o Salvio foi pisado que se calhar mereciam sanção disciplinar) entrou depois num pequeno desvario e conseguiu mostrar cinco amarelos no espaço de cinco minutos. A partir do lance do amarelo ao Samaris o jogo praticamente acabou mesmo. O Benfica não voltou a criar mais nenhum lance de grande interesse, muito contribuindo para isto as péssimas entradas em jogo do Talisca e do Ola John, que substituíram o Sulejmani e o Salvio. O lance mais perigoso deu-se até junto da nossa baliza, quando um jogador do Penafiel se isolou e conseguiu evitar o Júlio César, mas acabou por ver o seu remate para a baliza ser cortado para canto pelo Jardel.


O Lima é indiscutivelmente o jogador em maior destaque, pois teve intervenção em todos os quatro golos que marcámos. Marcou dois, fez a assistência para o Pizzi, e no golo do Jonas está no iníco da jogada, quando a bola é recuperada, e no final, em que deixa o passe do Salvio passar para o Jonas. Para além disso esteve em praticamente todas as outras jogadas de perigo que o Benfica teve durante o jogo. O Jonas esteve também em muito bom plano e voltou a mostrar toda a sua classe (o lance perto do final em que tem um controlo de bola incrível e depois consegue fazer o defesa adversário ir ao relvado é fantástico). Maxi e Pizzi também em bom plano, e bom regresso do Salvio.

E agora já só falta mais uma vitória. Ou ainda falta mais uma vitória, consoante se veja o copo meio cheio ou meio vazio. Para usar uma terminologia do vólei, que hoje brilhantemente foi aos Açores vencer a 'negra' e conquistar o primeiro tricampeonato da nossa história na modalidade, temos agora duas bolas de jogo. O ideal seria fechar as contas já na próxima jornada, mas a tarefa obviamente não será fácil. Se no entanto a nossa equipa mantiver a mesma atitude e concentração que tem mostrado nos últimos jogos, a vitória que nos falta poderá estar muito perto de acontecer.

1 Comments:

At 5/10/2015 7:56 da tarde, Blogger joão carlos said...

A analise esta com a qualidade que nos tens habituado.


Um jogador em risco de ser suspenso não pode deixar-se envolver num lance de picardias ele que durante o jogo esteve muito menos agressivo que o normal procurando a todo o custo evitar contactos que o pudessem penalizar mas o treinador não fica isento de culpa não tanto por não ter utilizado este jogo para limpar os castigos, como alguns defenderam, mas sobretudo por não ter feito a este jogador aquilo que foi lesto a fazer na segunda substituição com o resultado confortável no jogo fez sair um jogador em risco e fê-lo muito bem desnecessariamente arriscou em manter este mais tempo em jogo, alias já tinha arriscado em outros jogos mantê-lo mais tempo que o aconselhável, e acabou por dar mau resultado era perfeitamente evitável.
Este jogo veio mostrar que nem todos os jogadores são polivalentes e tem posições onde jogam bem mas tem outras onde podem jogar, é um facto, mas produzem muito menos, sobretudo quando a sua forma não é das melhores, ter jogadores polivalentes é um trunfo muito grande mas andar a mudar os jogadores constantemente de posição sobretudo quando eles não estão no seu pico de forma não trás vantagens nenhumas nem para os jogadores, que assim demoram ou não chegam a atingir os picos de forma, nem para a equipa que no fundo é como se tivesse um jogador a menos em campo.
Desta vez o nosso ponta de lança esteva quase perfeito e fez um jogo brilhante pena é que esta época tenha sido de uma inconstância tremenda em que alterna entre um jogo absolutamente fantástico com quatro ou cinco muito fracos no meio e isto acaba por não ser muito bom para que fica de fora já que a titularidade não é inequívoca e fica sempre a sensação de alguma injustiça porque quem não é opção acha legitimamente que se tivesse a confiança de poder jogar quatro ou cinco jogos mesmo produzindo muito pouco também depois conseguiria fazer um grande jogo mais quer ser brilhante por vezes pede-se que seja bom de forma regular.

 

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