Estreia
É sempre bom começar o campeonato com uma vitória, e depois de uma série de anos em que parecia que fazíamos questão de não o conseguir, hoje voltámos a dar um pontapé nessa má tradição e arrancámos uma vitória difícil mas inteiramente justa na estreia, em casa do Tondela.
Apresentámo-nos com o onze inicial esperado ou seja, apenas com uma alteração na equipa que tinha entrado em campo no jogo da Supertaça: Gonçalo Guedes substituiu o lesionado Jonas. O início de jogo foi frenético, com um para de boas ocasiões para cada uma das equipas a surgir dentro dos primeiros cinco minutos. Para o nosso lado, destaque para a ocasião em que o Mitroglou, logo no segundo minuto de jogo, ficou isolado frente ao guarda-redes mas rematou de forma a permitir a defesa deste. Depois deste início algo louco, as equipas encaixaram melhor uma na outra e deixou de haver tanta emoção junto das balizas, mas o jogo continuou a ser disputado de forma muito intensa. O que ficou claro desde o início foi que o Tondela nunca encarou o jogo com a postura típica de equipa pequena, de defender de forma exasperante e explorar o antijogo. O Tondela encarou o Benfica olhos nos olhos, tentou sempre exercer pressão a quase todo o campo, o que nos dificultava a saída de bola e obrigava muitas vezes ao pontapé longo, e durante vários períodos conseguiu supremacia na zona central do campo. Isto fez com que o Benfica não conseguisse criar muitas ocasiões de perigo, e passámos mesmo muito tempo sem conseguir sequer fazer um remate. Cedo no jogo tivemos o contratempo do Luisão se ter lesionado, o que forçou à sua substituição pelo Lisandro logo aos vinte e seis minutos, mas às vezes acontece que há males que vêm por bem, e foi mesmo o Lisandro quem nos colocou em vantagem no marcador. Depois de um livre muito bem marcado na direita pelo Pizzi, o Lisandro apareceu nas costas de defesa do Tondela para cabecear com sucesso - e se por acaso não tivesse chegado à bola, ainda tinha atrás dele o Lindelöf completamente à vontade. O golo surgiu já perto do intervalo (trinta e nove minutos) mas até lá ainda voltámos a estar perto do golo, num livre do Grimaldo.
A segunda parte começou quase como a primeira, com o Tondela quase a chegar ao empate, valendo-nos uma grande defesa do Júlio César, depois o Benfica respondeu com um remate do Gonçalo Guedes, e a seguir o Tondela voltou a ficar muito perto do golo, na sequência de um lançamento lateral seguido de um pequeno desvio de cabeça, para depois o jogador do Tondela falhar a emenda quase em cima da linha de golo. Respondeu o Benfica com um cabeceamento do Grimaldo que fez a bola passar muito perto do poste. Este tipo de jogo era demasiado perigoso para uma vantagem mínima no marcador. Poderíamos marcar o segundo golo que nos daria tranquilidade, mas também a qualquer momento o Tondela poderia empatar o jogo e colocar-nos numa situação complicada. Pareceu-me portanto que depois desta fase inicial muito aberta, o Benfica apostou em controlar mais ritmo de jogo, e começou por fazê-lo com uma pequena alteração táctica, desviando o Gonçalo Guedes para a direita e colocando o Pizzi numa posição mais central, o que permitiu o reforço do meio campo. Alguns minutos depois esta opção foi reforçada com a troca do Cervi pelo Samaris - o Pizzi foi para a esquerda e o André Horta adiantou-se um pouco. A verdade é que depois disto o Tondela praticamente deixou de ameaçar seriamente a nossa baliza, e a nossa vitória começou a parecer-me muito mais certa. Em aberto estava ainda a oportunidade para marcar um segundo jogo que decidiria tudo, pois quando o Tondela subia no terreno ficava bastante exposto a contra-ataques. Isso acabou por acontecer mesmo, mas apenas em tempo de compensação, numa jogada individual do André Horta, que aproveitou uma bola recuperada para subir no terreno, ultrapassar três adversários à entrada da área e depois fuzilar a baliza quando ficou em frente ao guarda-redes. Foi um belo trabalho do nosso jovem médio e a forma ideal de se estrear na Liga com a camisola do seu clube do coração.
No Benfica começo por destacar o Fejsa. Continua a ser um gigante no meio campo e às vezes parece estar em todo o lado ao mesmo tempo. São incontáveis as bolas que recupera e o auxílio que presta à nossa defesa. Repito que será muito importante para a nossa época que consiga manter-se afastado das lesões o mais possível. Outro destaque é o Grimaldo. Já não é novidade para ninguém a importância que têm nas acções ofensivas pelo seu flanco, mas hoje pareceu-me francamente melhor no aspecto defensivo. Foram várias as bolas recuperadas e os cortes efectuados, com destaque para aquele desarme no limite quando um avançado do Tondela estava isolado em frente á nossa baliza e se preparava para rematar. O André Horta é outro jogador a merecer menção, e as últimas exibições parecem estar a cimentar o seu lugar na equipa. Comparando-o directamente com o seu antecessor naquela posição, parece-me que em relação ao Renato perdemos capacidade física e poder de choque naquela posição, mas ganhamos no capítulo da qualidade de passe e na técnica individual. Quando estiver mais rotinado e habituado a jogar no Benfica, poderá ser um jogador muito importante para nós. Por último, uma menção para o Lisandro. Tenho imenso respeito pelo Luisão, mas pareceu-me que a nossa defesa melhorou com a entrada dele. O Mitroglou continua a parecer-me ainda muito enferrujado.
Foi preciso lutar muito pelos três pontos, como julgo que será a norma durante toda a época. Somos tricampeões e o alvo a abater por todas as equipas, que ambicionam a glória de nos conseguirem bater. O Tondela foi um digníssimo adversário que valorizou a nossa vitória, e que se continuar a jogar desta forma não deverá passar pelas aflições da última época, e vai causar grandes dificuldades também às outras equipas. Mas como tem sido a norma desta nossa equipa, fomos humildes, fomos competentes e soubémos arregaçar as mangas e cumprir a nossa obrigação, mesmo com várias contrariedades - continuamos com diversos jogadores nucleares lesionados, incluindo o nosso melhor marcador. É isto que nos mantém cheios de confiança para a nova época.
1 Comments:
A crónica é um espelho daquilo que se passou em campo.
Muito desse jogo frenético e de toada de parada e resposta e que de todo não é do nosso interesse dado que o jogo fica um pouco anárquico muito se deve, mas não só, aos facto dos nossos laterais atacarem muito mas sobretudo atacarem os dois ao mesmo tempo o que deixa a equipa quase sempre descompensada esse facto parece que foi identificado pelo nosso treinador nas declarações que fez resta agora saber se o vamos conseguir corrigir.
O nosso melhor marcador pelas suas características obriga-nos a jogar com dois avançados sem ele é de equacionar outra táctica até porque a quantidade e qualidade dos jogadores de outras posições também a isso favorece não será para todos os jogos mas será para uma boa quantidade deles e até será para alguns mesmo tendo o nosso melhor marcador apto e foi claramente isso que nos faltou o ano passado nos jogos de maior dificuldade e acho que deve ser uma hipótese a considerar seriamente este ano.
Ter um terço do plantel lesionado é algo impensável, quase uma equipa inteira, isto não é normal e não se vê em mais lado nenhum quanto mais ao nível que pretendemos que a nossa equipa esteja é absolutamente urgente rever toda a envolvência física dos jogadores, preparação, recuperação, treino, reabilitação, etc porque isto ainda por cima não é esporádico é uma situação recorrente anos após ano e que convêm resolver o mais rapidamente possível é que a não ser feita as coisas ainda tem tendência a piorar como se tem visto.
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