domingo, maio 22, 2016

Consagração

O jogo que permitiu ao Benfica conquistar a sua sétima Taça da Liga em nove edições e vincar ainda mais o seu domínio incontestável nesta competição - que, precisamente por via deste domínio, continua a 'não ter interesse' para os outros - serviu também como uma nova consagração da equipa que com todo o mérito se sagrou tricampeã nacional.


Num jogo em que o Benfica se apresentou com algumas alterações no onze - Luisão, Grimaldo e Samaris foram titulares, deixando de fora Lindelöf, Eliseu e Fejsa - o Marítimo teve uma entrada muito forte, que permitiu desde logo verificar a falta de ritmo do Luisão e a enorme qualidade do Ederson na nossa baliza. Mas depois de uns primeiros cinco minutos complicados, o Gaitán pegou na batuta e assim que o Benfica se chagou à frente, num ápice deixou o jogo praticamente resolvido. Três golos na primeira parte, da autoria da nossa dupla de avançados, com o Jonas a abrir o activo e o Mitroglou a somar dois golos, poucas dúvidas deixaram sobre o vencedor do jogo. A nossa ala esquerda funcionou muito bem, com o Gaitán a abrir o livro e a ser muito bem acompanhado pelo Grimaldo, e fez do lado direito da defesa do Marítimo uma verdadeira auto-estrada. O Marítimo nunca baixou os braços, jogou olhos nos olhos com o Benfica e pagou por isso, mas mesmo a fechar a primeira parte ainda conseguiu marcar um golo, aproveitando uma má saída do Ederson, que lhes deixava uma réstia de esperança para a segunda parte. Por isso mesmo o Marítimo voltou a entrar decidido, em busca do golo que relançasse a partida, mas foi perdendo ímpeto e tudo ficou definitivamente resolvido com o grande golo do Gaitán, a treze minutos do final, numa jogada bem iniciada pelo Talisca que ainda passou pelo Jonas. O Gaitán foi substituído imediatamente a seguir a este golo e saiu em lágrimas do campo, porque terá sido este o último jogo que fez com a nossa camisola. Parece-me por isso muito apropriado que o último toque que ele deu numa bola com a camisola do Benfica vestida tenha sido para marcar este golo. O Marítimo ainda reduziu de penálti, mas já nos instantes finais o Benfica marcou por duas vezes de rajada e construiu um resultado bastante expressivo. Primeiro marcou o Jardel, de cabeça após livre do Pizzi, e depois o Jiménez, de penálti, que ele próprio tinha conseguido.

Um jogo enorme do Gaitán para se despedir de todos nós, e da parte que me toca digo que estou já com saudades. Foi um privilégio vê-lo jogar cá durante seis anos, e apesar de saber que um jogador com o talento dele estava destinado a deixar-nos mais cedo ou mais tarde, à medida que os anos passavam e ele ia ficando cada vez mais alimentava a esperança que ele fizesse o resto da carreira por cá, até pela sua personalidade, pouco típica para um jogador de futebol. O Grimaldo deixou muito boa imagem, a mostrar que é um candidato à titularidade. Ederson (apesar da falha no primeiro golo do Marítimo), Pizzi, Jonas e Mitroglou em bom nível, e o Renato Sanches também um pouco melhor do que naqueles pouco conseguidos jogos da fase final da época. O Talisca entoru bem no jogo. Luisão e Samaris foram os que estiveram menos bem.

E em ambiente de grande festa se fechou uma época que à partida quase todos esperavam que fosse para esquecer, mas que acabou por ser memorável. Acabámos por conquistar um tricampeonato que nos fugia há quase quarenta anos, manter o título da Taça da Liga, e ter uma presença mais do que condigna na Champions League. Isto enquanto vimos fortalecer-se a unidade entre clube e adeptos, e um espírito de equipa como há muito não via. Agora resta-me aturar a sempre insuportável silly season e ver quantos dos nossos jogadores serão vendidos duas ou três vezes cada. Para a próxima época teremos como motivação extra a possibilidade de um inédito tetra.

1 Comments:

At 5/23/2016 5:58 da tarde, Blogger joão carlos said...

Analise com a qualidade que é habitual.


Defensivamente não estivemos tão bem como nos vínhamos a apresentar nos últimos tempos a que não é alheio as muitas alterações, para o que é usual, mas que não se explica só por isso o pouco tempo de preparação do jogo e alguma descompressão, distracção, pelo que se passou durante a semana contribuiu e muito para sobretudo a pouca segurança na posse de bola e o facto de nunca termos conseguido pausar o jogo deixando que ele tivesse um frenesim que a determinada altura em nada nos era benéfico muito pelo contrario.
Muito bem a primeira substituição que resolveu uma serie de problema que estávamos a enfrentar permitiu pausar o jogo, que na altura em nada nos interessava que estivesse muito vivo, reforçou o meio campo que sempre esteve em inferioridade e com isso permitiu voltar a ter um ataque perigoso coisa que ainda não tínhamos fito na segunda metade e como se viu por vezes em determinados momentos, por vezes até certos jogos, ter muitos avançados, ou mais, não significa criar mais perigo.
Orgulho é aquilo que temos de sentir por um jogador que após seis anos no nosso clube e naquele que terá sido o seu ultimo jogo com a nossa camisola sai do terreno de jogo a chorar um muito obrigado por aquilo tudo que nos destes foi uma honra teres cá estado e volta sempre por que mereces que te recebam ao mais alto nível, ao contrario de outros que não o merecem mas que são tratados como se o merecessem, porque serás sempre um de nós.

 

Enviar um comentário

<< Home