segunda-feira, abril 04, 2016

Confiança

O resultado deste jogo não é mais do que o espelho da enorme confiança que reina na nossa equipa. Uma vitória por margem tão dilatada frente ao Braga certamente que não estaria nas previsões da maior parte de nós, e ainda menos depois daquele início de jogo. Mas os nossos jogadores voltaram a mostrar uma confiança inabalável, e com a ajuda de um ambiente fantástico criado por um Estádio da Luz praticamente cheio, ultrapassaram mais este difícil obstáculo na caminhada para o título.


Depois da razia que sofremos para o jogo contra o Boavista, desta vez já pudemos apresentar um onze mais forte e com menos adaptações. O Ederson manteve-se na baliza e o André Almeida regressou à lateral direita, já que o Fejsa já estava apto. No centro da defesa, o Lindelöf agarrou com unhas e dentes a oportunidade e continua a manter a titularidade, apesar do Lisandro já estar recuperado. Importantíssimos também foram os regresso do Gaitán e do Mitroglou à equipa. O início do jogo foi assustador. Logo nos primeiros segundos vimos uma bola embater no poste da nossa baliza. O Braga entrou a exercer uma pressão em todo o campo, e a nossa equipa demorou a atinar com as movimentações dos adversários, que jogavam com dois avançados bastante móveis, cujas movimentações abriam espaços para as diagonais de jogadores mais recuados. A pressão do Braga também dificultava as nossas saídas em ataque organizado, acabando quase sempre os nossos jogadores por ter que optar por um pontapé para a frente, sob pena de perder a bola. Apanhámos novo susto quando o Rafa apareceu isolado, mas felizmente a tentativa de chapéu ao Ederson saiu demasiado torta. Felizmente para nós, voltámos a mostrar a eficácia que nos tem caracterizado em grande parte dos jogos esta época, e praticamente na primeira ocasião que criámos, marcámos (digo praticamente porque pouco antes já o Mitroglou tinha tido uma boa ocasião para rematar, após um pontapé de baliza muito longo). Acabou por ser o Braga a provar o seu próprio veneno, já que ao tentar sair a jogar acabou por permitir a recuperação do Gaitán, com a bola a acabar nos pés do Mitroglou que, isolado, não perdoou. O golo, que apareceu aos dezassete minutos, alterou significativamente o jogo, e a partir desse momento o Benfica ganhou superioridade. Também atinámos com as marcações e o Braga deixou de conseguir criar jogadas de perigo para a nossa baliza. E a superioridade do Benfica acabou por materializar-se com dois golos quase de rajada, aos trinta e sete e quarenta minutos, que deixaram tudo quase resolvido. O primeiro foi marcado pelo Jonas, de penálti, a punir uma mão na bola depois de uma boa iniciativa do Renato Sanches pela direita. O segundo teve a autoria do Pizzi, num remate rasteiro de fora da área após um lançamento longo do Gaitán e uma assistência com as costas do Jonas.


Talvez o Braga pudesse ter alguma esperança de reentrar na partida caso conseguisse marcar logo a seguir ao intervalo. Mas quem esteve mais próximo de marcar mal o jogo se reiniciou foi o Benfica, com destaque para um lance em que a bola só não entrou porque o Mitroglou ficou na frente do remate do Gaitán. Durante os primeiros dez minutos, o resultado só não aumentou porque o Benfica foi pouco eficaz, ou porque o guarda-redes do Braga brilhou - excelente defesa a um remate em jeito do Pizzi que tinha tudo para dar golo. Depois disso o Braga voltou a ter uma fase melhor, durante a qual conseguiu discutir o jogo com o Benfica, ser mais rematador, e até mesmo voltar a atirar uma bola ao poste, pelo Hassan. Mas o Benfica pôs cobro a quaisquer veleidades do Braga, e mais uma vez com dois golos quase de rajada, aos setenta e um e setenta e cinco minutos. O primeiro nasce de mais um passe do Gaitán para o Jonas, a rasgar a linha defensiva do Braga e que deixou o brasileiro isolado pela esquerda. À saída do guarda-redes, não houve qualquer egoísmo e em vez de tentar fazer o golo, passou a bola para o Mitroglou. O grego ainda se embrulhou um bocado com a bola mesmo à boca da baliza, mas acabou por conseguir concretizar mesmo o golo, depois de evitar um defesa. Pouco depois foi o Samaris - que tinha entrado dez minutos antes para o lugar do Fejsa - a revelar dotes pouco conhecidos nos livres directos, marcando de forma exemplar um descaído para a esquerda da área. Faltavam quinze minutos para o final, mas o jogo praticamente terminou aí, pois o Benfica preocupou-se sobretudo em poupar esforços, tendo mesmo substituído o Gaitán e o Jardel. A única mancha no jogo acabou por ser já em período de descontos, quando o Nélson Semedo cometeu um penálti que assim nos impediu de prosseguir na perseguição ao notável registo do Sporting de Lisboa de quase cinco anos sem ter um penálti assinalado contra. O Pedro Santos concretizou o penálti sem dificuldade e estabeleceu assim o resultado final.


Foi mais um bom jogo da nossa equipa, no qual diversos jogadores estiveram num nível muito bom. Nem se notou que o Jonas veio directamente da selecção e nem treinou para este jogo. A classe dele dá e sobra para compensar pormenores destes. O colega de ataque esteve também muito bem, somou mais dois golos à conta, e a este ritmo ainda nos arriscamos a acabar o campeonato com os dois primeiros lugares da tabela dos melhores marcadores a pertencerem a jogadores nossos. O Gaitán foi outro que fez um jogo muito bom, estando directamente envolvido nas jogadas de três dos nossos golos. O Pizzi não começou bem, mas foi subindo muito de produção e marcou um óptimo golo.

Mais um obstáculo superado, o que reduz agora para seis os passos que faltam dar. No papel este seria o jogo mais complicado até final, mas isso não passa de teoria mesmo. Temos que continuar a encarar cada jogo como uma final, e a manter exclusivamente nas nossas mãos a possibilidade de chegarmos ao título. Agora será necessário mudar de registo para o jogo mais complicado de toda a época. Enquanto nos dedicamos a isso, deixemos os outros a digerir a frustração de verem o final cada vez mais próximo e a nossa equipa a não vacilar.

1 Comments:

At 4/04/2016 6:28 da tarde, Blogger joão carlos said...

Analise que é o espelho do que se passou em campo.


Neste jogo tivemos o oposto do que temos feito neste jogos de maior dificuldade por um lado entramos muito mal surpreendidos pela entrada do adversário por vezes atarantados até, nós que por norma em quase todos os anteriores jogos temos tido entradas muito boas, por outro lado pela positiva foi a nossa postura após termos alcançado a vantagem mantivemos a intensidade procuramos aumentar a vantagem mesmo após termos uma vantagem bastante confortável, ao contrario dos outros jogos de dificuldade elevada em que cedo passamos a gerir o jogo por vezes até cedo de mais.
Em alguns jogos temos arriscado e não temos nenhum central de raiz no banco o que atendendo ao que tem sido esta época é um risco demasiado, mesmo tendo outras opções de recurso, e neste caso até nos tinha sido útil na ultima substituição para dar ritmo ao central que ficou de fora e que tanto esta a precisar dele para mais quando não tem sido politica nossa, a meu ver errada, utilizar a equipa B para dar ritmo a jogadores vindos de lesão.
Finalmente marcamos um golo de livre directo é verdade que não são lances que abundem muito já que todas as equipas evitam ao máximo cometer faltas nas proximidades da área ainda assim não era motivo para estarmos tanto tempo sem concretizarmos um e até temos jogadores que tem jeito para os marcar, embora não exista um claro especialista, e talvez seja mesmo este o problema temos vários jogadores que se ajeitam que vão dividindo entre si a marcação dos que vamos tendo ao invés de ter apenas um que os marque sempre e por isso tenha mais rotina e sobretudo mais confiança a marca-los decididamente uma coisa a rever esta politica de quem marca os livres já que a que existe tem resultado numa taxa ridiculamente baixa de concretização e este, como outros lances de bola parada, podem ser decisivos em certos jogos em que tudo o resto não esteja a resultar.

 

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