segunda-feira, agosto 22, 2016

Desgarrada

Fizemos uma exibição desgarrada e com pouca chama durante 80% do jogo e fomos, sem surpresas, punidos com um empate.


Claro que na maior parte das vezes uma exibição menos conseguida do Benfica ainda dá para criar ocasiões suficientes para ganhar um jogo (e a haver um vencedor neste jogo, só poderia ser o Benfica) mas se tivéssemos jogado mais tempo com a atitude que mostrámos nos últimos quinze minutos provavelmente não estaríamos a lamentar os dois pontos deitados fora. É que ao fim de uns vinte minutos de jogo já eu estava a perceber que só muito dificilmente venceríamos o jogo. A equipa jogava com muito pouca velocidade, perante um adversário que se fechava atrás, com um guarda-redes que engatou para uma boa exibição, e cujos jogadores se deixavam cair como tordos, sempre com a respectiva falta a ser assinalada quer existisse mesmo ou não - 'critério largo' era apenas quando os nossos jogadores caíam. A opção hoje tomada de colocar o Pizzi como apoio mais próximo do avançado (jogou o Salvio na direita) claramente não resultou - o Pizzi hoje estava naqueles dias em que complica quase todas as jogadas e dá sempre um toque a mais na bola. As ocasiões que o Benfica conseguia criar vinham quase todas de bolas paradas, porque em bola corrida raramente conseguíamos chegar com velocidade suficiente à frente para provocar grande aflição à defesa do Setúbal.

No regresso para a segunda parte, mais do mesmo. Tendo em conta a forma como o Setúbal jogava, seria muito complicado conseguir criar grandes desequilíbrios a jogar com o ritmo que apresentámos. E quando, mais ou menos a meio desta segunda parte, parecemos começar a melhorar um pouco, sofremos um golo infantil, numa falha de marcação básica após um livre despejado de longe para o interior da área. Apesar do mau jogo que fizemos, uma derrota era um castigo demasiado pesado e o Benfica finalmente reagiu. Mesmo que tenha sido mais em desespero e com o coração, arriscámos tudo o que havia para arriscar, lançaram-se para dentro do campo todas as opções de ataque que havia no banco (o Jiménez e o Gonçalo Guedes foram úteis e mexeram com o jogo, o Carrillo foi, sem surpresas para mim, inútil) e a oito minutos do final chegámos ao empate num penálti marcado pelo Jiménez, a punir uma falta clara sobre o recém-entrado Gonçalo Guedes. Ainda havia tempo suficiente para procurar a vitória, que poderia mesmo ter acontecido nos minutos finais: depois de um livre muito bem marcado pelo Grimaldo, defendido pelo Varela, a recarga do Lindelöf levou a bola a bater na barra e depois a cair quase sobre a linha de golo, mas ninguém foi capaz de dar o toque final para dentro da baliza.

Em suma, não gostei do que vi. Nem da atitude demasiado mole da equipa durante grande parte do tempo, nem da qualidade do futebol apresentado, nem da falta de soluções para ultrapassar a forma como o adversário se fechou atrás. Foi dos jogos menos conseguidos da nossa equipa a que assisti nos últimos meses, e como acontece sempre que baixamos o nível, fomos imediatamente punidos pelo resultado. A atitude terá que ser necessariamente muito diferente no próximo jogo, a visita ao Nacional. Até por razões históricas: que eu me recorde, nunca o Benfica conseguiu ser campeão numa época em que não tenha ganho na Madeira ao Nacional.

1 Comments:

At 8/23/2016 6:38 da tarde, Blogger joão carlos said...

Eu ia para dizer que demos meia parte de avanço mas é que nem foi isso foi bem pior se analisarmos as oportunidades que tivemos foram todas elas, tirando aquela em resposta imediatamente a seguir a termos ficado em desvantagem, criadas já nos dez minutos finais de cada parte se a atitude da primeira parte embora não se aceite se perceba com algum facilitismo com que os jogadores encararam a partida a entrada na segunda parte não se percebe depois daquilo que não se fez na primeira parte a atitude tinha de ser outra.
Sem o nosso melhor marcador disponível das duas uma ou mantemos a táctica e temos que jogar com um avançado no seu lugar sabendo que não existe igual, nem a concretizar nem nas movimentações, ou alteramos a táctica e jogamos com mais um médio ofensivo e com outro tipo de jogo que não o habitual jogar com o médio ofensivo a fazer de avançado que não tem características para isso, nem sabe ser, que depois nem é avançado nem é médio ofensivo decididamente não resulta contra este tipo de equipas muito fechadas.
Ficou claro neste jogo que se o nosso único oito tem um jogo em que não esta bem, ou como foi o caso que na segunda parte desapareceu completamente do jogo, não temos mais nenhuma alternativa para o seu lugar e para mexer com o jogo se for necessário não se percebe esta politica de contratar jogadores atrás de jogadores para certas posições em que se acotovelam uns aos outros e alguns entram para saírem de seguida e temos outras posições em que ano após ano temos deficit crónico de jogadores nessas posições por vezes nem titulares temos e já não temos muito tempo para resolver o assunto é que este ano não temos ninguém na B para esse lugar.

 

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