sábado, fevereiro 01, 2020

Preguiçoso

Uma exibição a meio gás de um Benfica algo preguiçoso acabou por ser suficiente para somar mais três pontos, mas o B SAD ainda conseguiu assustar e foi preciso acabar o jogo a segurar a vantagem.


O André Almeida estava em risco de suspensão mas jogou mesmo, sendo a única alteração no onze a entrada do Taarabt para o lugar do Gabriel. Quanto ao jogo, não gostei. O Benfica entrou nele sem grande intensidade, com uma atitude que quase parecia sobranceira, como se tivesse a certeza que mais cedo ou mais tarde os golos acabariam por aparecer. Ritmo muito baixo por parte da nossa equipa, com alguns jogadores quase alheados do jogo, e foi até o Belenenses quem esteve melhor durante a primeira fase. O Benfica até teve o primeiro remate perigoso, num livre do Grimaldo, mas a resposta do Belenenses, também de livre, foi ainda mais perigosa e obrigou o Vlachodimos à defesa da noite. A partir dos vinte e cinco minutos o Benfica finalmente pareceu acordar e acelerou um pouco, e bastou isso para começar a desatar o nó. O André Almeida deu o primeiro aviso na sequência de um pontapé de canto, e pouco depois da meia hora o golo chegou mesmo. Tudo nasceu numa iniciativa individual do Taarabt, que progrediu pelo meio com a bola controlada e deixou para trás metade da equipa adversária. Perto da área soltou para o Cervi na esquerda, que cruzou para o cabeceamento do Vinícius à barra. O B SAD não conseguiu afastar a bola e foi o mesmo Vinícius quem a foi recuperar, para depois marcar num remate rasteiro e cruzado que fez a bola passar pelo meio de uma floresta de pernas. O Benfica continuou a carregar e o Rafa obrigou, com um remate de longe, o guarda-redes adversário a uma grande defesa. E aos trinta e oito minutos, chegou o segundo golo. No segundo pontapé de canto consecutivo a bola seguiu da esquerda para o segundo poste, onde o André Almeida a devolveu de cabeça para o meio da área para um remate fulminante de primeira do Taarabt. Finalmente o primeiro golo do marroquino pelo Benfica. Parecia que vinte minutos de alguma velocidade seriam suficientes para ganhar o jogo.


O pior é que a segunda parte do Benfica foi muito má. Simplesmente o Benfica quase que abdicou de atacar e não havia qualquer tipo de pressão sobre os adversários; as marcações eram feitas à distância com os olhos. Deixámos o B SAD ter bola e ir ganhando confiança, e apesar do jogo parecer estar controlado tinha a sensação que um golo do adversário poderia mudar tudo. Já a época passada tínhamos conseguido desperdiçar uma vantagem de dois golos frente a esta equipa e convinha não deixarmos que a história se repetisse. Só que não havia maneira da nossa equipa acordar, e então a partir da hora de jogo o B SAD começou a dar sérios avisos que poderia chegar ao golo, com situações a serem salvas no limite pelo Vlachodimos ou a nossa defesa. Nem mesmo assim acordámos, e a vinte minutos do final o golo apareceu mesmo - um autogolo do Ferro, na sequência de um contra-ataque, quando tentava interceptar um cruzamento. Nesta altura já o Chiquinho tinha rendido um completamente inoperante Pizzi, e foi mesmo ele quem, oito minutos depois, fez o terceiro do Benfica. Um passe vertical do Rúben Dias para o Vinícius, que com um excelente toque de primeira deixou o Chiquinho isolado. Depois foi só contornar o guarda-redes e colocar a bola na baliza deserta, apesar de pressionado por um defesa. Agora sim, parecia que estava tudo terminado. Mas mais um lance displicente da nossa equipa permitiu ao B SAD regressar ao jogo. Displicência sobretudo por parte do Rafa, que acabou por perder a bola para um adversário e depois agarrou-o até que este caísse na área. Sinceramente, pareceu-me que a falta foi feita fora da área e que o penálti assinalado foi manhosíssimo, mas de alguma forma o VAR conseguiu confirmar o penálti e assim voltámos a ficar apenas com um golo de vantagem a cinco minutos do final. Foram penosos os minutos que decorreram até ao apito final, não porque o B SAD tenha causado grande perigo (não me lembro sequer de um remate ou ocasião mais perigosa) mas sim porque nós jogámos muito mal. Fomos incapazes de acalmar o jogo ou manter a posse de bola, e em vez disso os nossos jogadores chutavam para onde estavam virados ou entregavam rapidamente a bola ao adversário com maus passes.


Melhor em campo claramente o Taarabt. Fez a jogada do primeiro golo, marcou o segundo, e quando perdeu gás a produção do Benfica no jogo caiu a pique. Quem melhor o acompanhou foram o Vinícius e também o Cervi. Pelo oposto, jogadores importantes como o Pizzi e o Rafa estiveram francamente desinspirados esta noite.

O mais importante foi conseguido: os três pontos, que asseguram que iremos jogar ao Porto com pelo menos sete pontos de vantagem. Mas este foi dos jogos com menor intensidade que vi o Benfica de Bruno Lage fazer, e isso podia ter-nos custado bem caro. O jogo na próxima terça não pode servir de justificação para termos desligado tão cedo.

1 Comments:

At 2/01/2020 10:44 da tarde, Blogger joão carlos said...

A crónica esta fiel aquilo que se passou em campo.


Desta vez não foi quase desistir de atacar desistimos foi mesmo de atacar já que na segunda parte só tivemos uma oportunidade, e só depois de já estarmos aflitos, que foi o nosso primeiro remate nesta parte e se isto de desistirmos de atacar, ou quase, já tem acontecidos noutras ocasiões embora nessas vezes pelos menos vamos mantendo a atitude defensiva, embora a equipa recuem em demasia para perto da nossa área, desta vez levamos a coisa mais longe é que desistimos praticamente foi de jogar porque nem defender sequer fazíamos como deve ser até parecia que os jogadores ficaram todos no balneário ao intervalo.
Neste jogo ficou provada a falta que faz termos um segundo avançado de raiz, se os que temos adaptados vão servindo para um ou outro jogo conforme o adversário, nalgum até podem ser a melhor opção, noutros como por exemplo com equipas que defendem com muitos jogadores ou muito recuados junto da sua área a utilidade de um segundo avançado é mais que evidente foi um erro não o termos aproveitado esta janela de transferência para o colmatar.
Continuamos a ter um problema no eixo central da defesa com um dos centrais completamente fora de forma, e que o facto de permitirmos os nossos adversário de chegarem mais vezes à nossa área só vem colocar mais em evidencia as suas lacunas quer na marcação quer no posicionamento ou na falta de agressividade e insistir num jogador em má forma só tem tendência a essa má forma se prolongar e ou o nosso treinador promove a alteração por outro em melhor forma, como fez com outros jogadores noutras posições, ou vamos passar por dificuldades

 

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