Confortável
Mais uma vitória incontestável, completa com goleada construída pelos suspeitos do costume com uma novidade, e exibição bastante convincente. Parece que voltámos ao hábito de chegar ao final dos jogos e apesar do resultado dilatado ainda ficamos a pensar que podiam ter sido mais.
Voltámos a apresentar o mesmo onze dos últimos jogos, que tão boa conta tem dado de si. Pela frente apanhámos a equipa sensação do campeonato, que apesar da má sequência de resultados nos últimos jogos ainda se mantém no terceiro lugar. O Famalicão tem mostrado ser uma equipa que gosta de jogar um futebol positivo e foi assim que entrou no jogo - apesar da tendência excessiva para o seu guarda-redes atrasar as reposições de bola. Tentavam sempre sair a jogar, atacavam com vários jogadores e havia sempre a intenção de colocar pressão sobre a saída de bola do Benfica. No ataque a tendência era quase sempre fazer a bola chegar aos alas, com o Fábio Martins a tentar quase sempre concluir as jogadas em que intervinha. O Benfica foi aquilo que tem sido nos últimos jogos. Muita capacidade de construção no meio do campo, com o Gabriel nos passes longos e o Taarabt no transporte de bola, Pizzi e Chiquinho muito móveis, e na direita um Tomás Tavares cada vez mais confiante a aparecer mais frequentemente nas acções ofensivas - o corredor direito, onde o Chiquinho também aparecia regularmente em trocas constantes com o Pizzi, foi hoje tão ou mais activo do que o esquerdo, quando normalmente o Grimaldo costuma ter muito mais preponderância no outro flanco. Durante os primeiros minutos tivemos a sensação de um jogo relativamente equilibrado, onde apesar do ligeiro sinal mais do Benfica o Famalicão ia conseguindo manter a organização defensiva e dar sinais de vida no ataque. Pouco antes da meia hora conseguiram mesmo um remate que obrigou o Vlachodimos a aplicar-se, mas esse acabou por ser quase uma espécie de canto do cisne do Famalicão no jogo. Isto porque a partir desse momento a superioridade do Benfica tornou-se simplesmente avassaladora e as ocasiões de perigo começaram a aparecer em catadupa, de tal forma que o golo do Benfica acabou por ser uma inevitabilidade. Depois de várias ameaças sérias, quase sempre pelos pés do Pizzi, o golo apareceu a seis minutos do intervalo. Jogada pela direita com o Tomás Tavares a libertar o Chiquinho, que depois fez o cruzamento rasteiro para uma finalização fácil do Vinícius na zona do segundo poste. Até pareceu fácil.
No regresso do intervalo o Benfica voltou a fazer aquilo a que nos tem habituado nos últimos jogos: uma reentrada muito forte no jogo, que resultou rapidamente num segundo golo. O Taarabt até já tinha ficado muito perto de marcar antes disso, mas o remate em zona frontal saiu perto do poste. Já o inevitável Pizzi não desperdiçou uma bola solta na mesma zona, depois de um alívio a um cruzamento do Chiquinho, e rematou de primeira de pé esquerdo para o golo. A superioridade do Benfica no jogo era nesta altura quase total, e naturalmente voltou a antecipar-se uma goleada. O terceiro golo surgiu novamente dos pés do Pizzi - momento antes já o Tomás Tavares tinha desperdiçado uma ocasião soberana para o fazer. Mais um passe do Chiquinho, da esquerda para a direita do campo, e dentro da área o Pizzi controlou com o pé direito, tirou um defesa do caminho e rematou de pé esquerdo para o fundo da baliza. Faltava ainda quase meia hora para o final, mas o jogo estava mais do que resolvido. O Famalicão nunca baixou os braços e tentou sempre atacar na procura de um golo que pudesse relançar alguma dúvida no encontro, mas o Benfica estava demasiado confortável no jogo para que pudesse passar por demasiados calafrios - a situação mais complicada foi uma bola metida em profundidade para as costas da defesa que obrigou o Vlachodimos a sair da baliza para se antecipar de carrinho ao adversário à entrada da área. O Benfica estava tão confortável que deu para o Bruno Lage dar minutos ao Seferovic, Jota e até ao Caio. Nos minutos finais o jogo ficou de tal forma partido, com o Famalicão a colocar tanta gente a atacar, que havia dois cenários possíveis: ou o Famalicão chegava finalmente ao golo que tanto desejava, ou o Benfica marcava o quarto num contra-ataque. Mas era esta segunda possibilidade que parecia muito mais provável, e depois de termos desperdiçado algumas ocasiões para a concretizar, no último minuto conseguimo-lo. Saída rápida com o Pizzi a solicitar o Caio na esquerda, que depois de entrar na área rematou para o primeiro poste e assim fez o seu primeiro golo oficial pelo Benfica - e se não quisesse rematar, tinha o Seferovic e o Pizzi completamente à vontade no segundo poste para encostar.
O homem do jogo é obviamente o Pizzi. Dois golos e uma assistência, e poderia ainda ter sido muito melhor se na primeira parte estivesse com a mira mais afinada, ou fosse um pouco menos egoísta - pelo menos num par de ocasiões optou pelo remate mas creio que teria feito melhor em passar para o Vinícius no meio. O Chiquinho é um jogador muito importante nesta táctica, e hoje provou-o com duas assistências 'e meia'. Passes para o primeiro e terceiro golos, e o segundo resulta da intercepção a um cruzamento seu. Voltei a gostar bastante da dinâmica imprimida pela dupla do meio campo, com ambos os jogadores a mostrarem também muito empenho na recuperação da bola. O Tomás Tavares continua a crescer de jogo para jogo, e hoje terá feito a sua melhor exibição pela equipa principal, o que é ainda mais assinalável quando apanhou como adversário directo um dos jogadores que se tem destacado nesta fase inicial do campeonato, Fábio Martins. Convém não esquecer que ele tem 18 anos, ou seja, ainda é júnior. Uma palavra final para o Vlachodimos. Está cada vez mais confiante e sóbrio na baliza. Como guarda-redes de equipa grande não tem muito trabalho, mas tem-se mostrado sempre muito atento quando é chamado. Se o Benfica não sofreu golos em 10 dos 14 jogos do campeonato, também é muito a ele que isso se deve.
Missão cumprida e temos a garantia de passar o ano confortavelmente instalados no topo da tabela. Agora espero que o Benfica saiba transportar este bom momento no campeonato para a taça, porque até agora não o temos sabido fazer - as exibições nas outras competições têm deixado muito a desejar. O adversário da próxima quarta-feira será certamente um osso duro de roer, e vamos precisar do melhor Benfica para seguir em frente.
1 Comments:
O post esta muito bem conseguido.
Com dois dos pontas de lança a terem um jogo de cabeça bastante fraco e apenas o outro a ter nesse aspecto alguma qualidade acho que não faz nenhum sentido, sobretudo quando esse ponta de lança não esta em campo, fazer cruzamento para a área por alto, excepto nas bolas paradas, até porque é invariavelmente lance desperdiçado já que ou é mal finalizado ou a bola fica em poder do adversário isto em contrapartida a cruzamentos baixos ou a meia altura que são na sua grande maioria sempre perigosos, até porque os outros jogadores do meio campo ofensivo nenhum deles sequer são jogadores de altura elevada, muito pelo contrario.
Pese embora os muitos elogios feitos ao novo relvado a verdade é que neste jogo voltamos a ver muitos jogadores a escorregarem embora a quantidade de relva levantada não seja a mesma do relvado anterior, nem ele parece estar tão fofo como estava o anterior, esperemos é que isto tenha sido apenas uma coisa ocasional e não um sintoma de degradação do mesmo até porque ele com tão poucos jogos não deveria apresentar essas mazelas como apresentou.
Jogando no miolo do meio campo com dois jogadores como aqueles com que temos jogado que gostam de ter a bola durante muito tempo mas que enquanto estão bem fisicamente a sabem guardar é imperioso que pelo menos um deles seja substituído durante o jogo é que depois com ambos desgastados a tendência é conseguirem menos segurar a bola e provocar aquilo que vimos que foi um jogo partido no final, que pouco ou nada nos interessa, põe isso ou pelo menos um deles é substituído refrescando assim o meio campo ou vamos passar por dificuldades.
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