segunda-feira, abril 08, 2013

Avassalador

Só podia haver um resultado neste jogo. Apenas o Benfica o quis ganhar, e a sua superioridade foi tão evidente que a única dúvida era saber por quanto tempo o Olhanense, que fez o primeiro remate à baliza aos oitenta e nove minutos, conseguiria suster o nosso ataque. Foi pouco mais do que uma parte, e mais por culpa do nosso desperdício do que por mérito da sua exibição.


Em nome de uma coisa chamada 'verdade desportiva' que alguns se apressaram a invocar agora (em Setembro a 'verdade desportiva' estava de férias ainda) o Benfica defrontou o Olhanense no habitual batatal do José Arcanjo com apenas uma surpresa no onze, já que o André Almeida foi chamado a ocupar o lugar do castigado Melgarejo na esquerda da defesa. Apesar das dúvidas, o Matic e o Salvio foram mesmo titulares e aparentemente não acusaram qualquer inferioridade física. Quanto ao jogo, nem sequer há muito a dizer. Foi uma superioridade avassaladora do Benfica sobre o Olhanense desde o primeiro minuto, com ataques constantes e com o Olhanense remetido ao seu meio campo e a dedicar-se exclusivamente à defesa. Por volta da meia hora de jogo pareceu-me que o Benfica perdeu alguma exuberância, como que para respirar e ganhar fôlego, para depois voltar a carregar nos minutos finais. Remates do adversário, nem um para amostra, e o Benfica só se pode queixar do desperdício dos seus jogadores (a eficácia do Lima, por exemplo, esteve abaixo daquilo que lhe é habitual) e do acerto do guarda-redes Bracali por não ter chegado já ao intervalo em vantagem.


Nada faria esperar alguma mudança no pendor do jogo na segunda parte, e foi isso que se verificou, com o Benfica a manter a pressão no ataque. Felizmente o golo surgiu cedo, com apenas sete minutos decorridos, e portanto ainda antes que algum eventual nervosismo pudesse surgir com o arrastar do nulo. O golo foi obra do Salvio, que progrediu com a bola pelo centro e à entrada da área desferiu um remate rasteiro que fez a bola entrar junto ao poste. Estava feito o mais difícil, e para quem tinha estado a ver o jogo até então, salvo a possibilidade de se dar algum fenómeno do tipo Jekyll and Hyde, não haveria quaisquer dúvidas que o jogo estava decidido. Apesar da reacção fortíssima do Olhanense (sim, porque a seguir ao nosso golo fizeram um remate para fora, e portanto isto para uma equipa que ainda não tinha rematado tem que ser considerado uma reacção fortíssima), dez minutos depois do primeiro golo o Matic, com um remate de primeira desferido novamente à entrada da área a aproveitar um cruzamento do Lima que foi desviado, fez o segundo golo e arrumou de vez com a questão. Isto permitiu ao Benfica, mesmo nunca deixando de ter o domínio absoluto no jogo, abrandar o ritmo, fazer substituições e gerir esforços para o compromisso que se segue.


Os dois jogadores que estavam em dúvida acabaram por ser dos melhores no jogo. O Salvio marcou o importante golo que desfez o nulo e desbaratou os planos de jogo do Olhanense, e o Matic esteve ao nível a que já nos habituou, somando a isso o golo da confirmação da vitória. O André Almeida cumpriu sem problemas na esquerda da defesa, apesar de ter tido como adversário directo o rápido Targino. Mas como o Olhanense foi inexistente no ataque, o André Almeida acabou por não ser muito posto à prova.

Está ultrapassada mais uma final. Os jogadores do Olhanense foram briosos e mesmo com ordenados em atraso deram o seu melhor para fazer frente ao Benfica, mas isso esteve longe de ser suficiente para nos deter. Provavelmente com este resultado terão dito adeus a um eventual prémio da parte de algum amigo do seu presidente. O lagartinho Hugo Miguel nada podia fazer hoje, a não ser que pegasse na bola e a metesse ele na nossa baliza. Na minha opinião, será nestas três jornadas (entre a 25ª e a 27ª) que o campeonato se decide. Se o Benfica não perder pontos nos próximos dois jogos - onde, tenho poucas dúvidas, será jogado tudo o que puder ser jogado em termos de nomeações e manobras de bastidores - acredito que o título já não nos escapará.

1 Comments:

At 4/09/2013 4:59 da tarde, Blogger joão carlos said...

Mais uma crónica que espelha fielmente aquilo que se passou em campo.


Não percebo com tantas coisas que se exigem aos clubes nas condições dos estádios não se exija também que tenham o relvado em mínimas condições e se durante um curto período de tempo, até fruto das condições atmosféricas, se admite que nem sempre os relvados estejam no seu melhor agora o que não acho que seja admissível é que um clube durante uma época inteira, neste caso o problema já se arrasta à dois ou três anos, tenha o relvado em tão mau estado com implicações na qualidade do jogo e com manifesto perigo para a integridade física dos jogadores.
Não percebi a necessidade de fazer a adaptação que fizemos na esquerda da defesa, e nem esta aqui em causa sequer a capacidade do jogador que foi adaptado em fazer o lugar já que esteve muito bem na sua função e sabemos a partir daqui que numa emergência podemos contar com ele naquela posição, o que esta em causa é a necessidade de recorrer a esta solução de emergência quando temos uma solução no plantel, alias jogador que veio a pedido do treinador e que recebeu no inicio da época rasgados elogios sem que víssemos razões na qualidade do jogador para tal, para não falar nas soluções que existem na equipa b mais uma vez este treinador deixa cair um jogador e como sempre com grande estrondo para o próprio jogador que deixa assim de ter condições psicológicas para poder voltar a jogar.
Já começaram as movimentações e até ao fim ainda se vão acentuar mais, neste momento decisivo os nossos dirigentes tem de estar preparados e preparar a equipa para aquilo que nos vão atirar e a partir de agora não basta ficar incomodado temos de reagir veemente e antecipar os problemas evitando-os isto se queremos alcançar os objectivos que temos para esta época.

 

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