quinta-feira, março 07, 2013

Resultado

Num jogo de qualidade muito baixa, ao menos no final pudemos sorrir com o mais importante: o resultado, já que o Benfica, apresentando uma equipa com várias alterações, conseguiu vencer o Bordéus pela margem mínima, tendo ainda evitado sofrer golos, o que é sempre um factor a não menosprezar nas competições da UEFA.


Muitas poupanças mais uma vez, com o André Almeida (já quase que se pode considerar que é o lateral direito titular na UEFA), Roderick, Carlos Martins, Gaitán e Rodrigo no onze inicial, o que permitiu deixar descansar outros tantos jogadores. Sobre o jogo, não posso alongar-me muito, porque conforme referi no primeiro parágrafo, a qualidade foi muito má. Da parte das duas equipas. O Benfica jogou bem menos do que aquilo que sabemos ser capaz, e o Bordéus mostrou muito poucos argumentos. O resultado disso foi um jogo em que se calhar os dedos de uma mão chegam para contar as jogadas com princípio, meio e fim que conseguiram ser construídas pelas duas equipas. O futebol foi quase sempre aos repelões, jogado a um ritmo extremamente baixo, os passes disparatados foram de uma quantidade absurda, e as más decisões tomadas pelos jogadores uma constante. A opção pelo Roderick na posição à frente da defesa mostrou que não passa mesmo de uma opção de recurso, pois ele ocupa aquela zona do terreno, mas obviamente não consegue fazer a posição de forma minimamente semelhante ao Matic, pelo que a equipa perde bastantes metros no posicionamento em campo. Ganhou o Benfica o jogo porque, num momento de maior inspiração do Rodrigo, saiu um pontapé de fora da área que, com a colaboração entre a barra e as costas do guarda-redes, acabou por fazer a bola parar dentro da baliza francesa.


A segunda parte nem sequer foi mais do mesmo, porque conseguiu ser ainda mais mal jogada do que a primeira. Mesmo as alterações feitas na equipa, que lançaram o Lima, Pérez e Salvio no jogo, pouco ou nada conseguiram mudar. O Benfica teve talvez duas jogadas de perigo, uma que foi bem construída e que terminou num remate do Cardozo para defesa mais apertada do guarda-redes, e outra uma incursão do Melgarejo pela esquerda que depois foi mal finalizada, com algo que acabou por ficar a meio caminho entre o remate e o cruzamento para dois colegas que estavam mais bem colocados. Perto do final o Bordéus também dispôs de um lance de relativo perigo, em que o Artur foi obrigado a aplicar-se para defender o remate cruzado do jogador francês. A exibição do Benfica foi má - aliás, o jogo todo em si foi bastante mau - mas é sempre desagradável estar no estádio e ouvir a equipa a ser assobiada durante o jogo. E isto começou muito cedo, porque antes dos dez minutos já os assobiadores profissionais estavam no seu labor. Os jogadores claramente sentiram-no, mas também me desagradou a atitude do Luisão no final, que chamou imediatamente a equipa para sair do campo sem sequer agradecer aos adeptos, o que é algo que quase nunca vejo acontecer na Luz. Se é verdade que houve assobios, também houve muitos que apoiaram a equipa e certamente não mereciam isso.


Os mais certinhos da nossa equipa acabaram por ser os dois centrais, que mantiveram a serenidade e evitaram males maiores para a nossa equipa. De resto, a mediania foi geral, mas o Gaitán destacou-se pela negativa no capítulo do passe, porque não creio que alguma vez o tenha visto fazer tantos maus passes num jogo.

Repetindo-me: o mais importante foi o resultado. A vitória, ainda que pela margem mínima, sem sofrer golos deverá ser suficiente para nos permitir discutir a passagem aos quartos sem muitos sobressaltos, a não ser que no espaço de uma semana o Bordéus sofra uma transfiguração surpreendente e mostre algo que eu nunca vi durante este jogo (nem sequer no jogo contra o Dínamo Kiev, a que eu também assisti). A exibição do Benfica é naturalmente preocupante, porque esteve muito abaixo daquilo a que esta equipa nos habituou. Espero que no Domingo, contra o Gil Vicente, consigamos dar uma imagem mais positiva, que permita aos adeptos encarar esta fase decisiva da época com confiança acrescida - a maré vermelha também depende, e muito, disso.

1 Comments:

At 3/09/2013 6:07 da tarde, Blogger joão carlos said...

Mais uma vez a crónica é fiel ao que se passou em campo.


Se o número de alterações se justifica e era mais ou menos esperado já as posições que foram alteradas deixam algo a desejar o treinador arriscou demasiado em mexer totalmente no miolo do meio campo, ainda por cima utilizando mais uma vez uma dupla que me parece de difícil compatibilidade atendendo ás características individuais de cada um dos jogadores, em contraponto a não ter arriscado nada nos extremos e se a equipa vem acusando desgaste até porque tem mantido durante o ultimo mês quase todos os jogos em aberto até ao fim o que provoca um desgaste mental acrescido jogar com um meio campo que emperra o jogo e que não o faz fluir é agravar os problemas da equipa.
Não percebi a ultima substituição se nas primeira a equipa mudou e bem para um só avançado já que se previa até ao fim um período de mais contenção da nossa parte e explorar o maior adiantamento do adversário que se previa não percebo de todo porque se voltou a trás para voltar a ter dois avançado a jogar em contenção ter dois avançado é o mesmo que jogar com menos dois já que ficam demasiado isolados em sempre sem bola que foi o que aconteceu.
Já o disse e volto a repetir não assobio nunca e então se for durante o jogo não gosto e acho uma estupidez agora no intervalo e no fim embora não o faça aceito-o dado que é uma forma legitima de as pessoas se manifestarem tal como os aplausos o são e isso os jogadores tem de perceber mesmo que para alguns eles sejam injustos, como neste jogo foram para dois ou três, e elogiar as claques não me parece uma atitude correcta é verdade que apoiaram sempre neste jogo mas não nos podemos esquecer do petardo nem de outras ocasiões em que invadem os treinos, de à um mês para cá, tirando um ou outro jogo, e independentemente dos resultados as exibições oscilam entre o fraco e o mau e estes protestos foram muito pelo acumular de jogos mal conseguidos é urgente que a equipa e treinador percebam que é necessário rapidamente um jogo bem conseguido para voltar a unir equipa e adeptos caso contrario vamos entrar num período de desgaste entre ambos que só vai agravar a situação.

 

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