sexta-feira, fevereiro 22, 2013

Feliz

Foi uma vitória bastante feliz a do Benfica esta noite. O Leverkusen mostrou que não é uma equipa qualquer. Controlou o jogo durante largos períodos do mesmo, criou as melhores oportunidades de golo, e honestamente só posso admitir que a vitória por 2-1 acaba por ser um resultado lisonjeiro para o Benfica.



Foi desde o apito inicial que os alemães mostraram vir decididos a não dar esta eliminatória como perdida. Com o pragmatismo habitual, como precisavam de vencer para se apurarem, não estiveram com cautelas e jogaram para vencer, atacando imediatamente a nossa baliza, e forçando o Artur à primeira defesa apertada logo com dois minutos de jogo. Com os laterais extremamente subidos no terreno, depois dois dos avançados (Schürrle e Castro) flectiam para o meio para explorar o espaço entre a defesa e o meio campo, o que fizeram com bastante eficácia, entrando depois muitas vezes entre os centrais e os laterais. No meio campo, a luta também foi ganha pelos alemães, fruto de uma muito boa organização e ocupação eficaz dos espaços, e também porque o Benfica, apesar de em teoria jogar com três médios, na prática jogava quase com um jogador a menos - o Carlos Martins, que seria o terceiro médio, jogou muito quase ao lado do Cardozo, o que o retirou efectivamente do jogo. Depois, os muitos passes falhados na zona do meio campo impediam o Benfica de construir lances de ataque eficazmente, já que poderíamos ter tentado explorar o constante adiantamento dos laterais adversários. Apenas ao fim de quinze minutos, e já depois de ter levado com uma bola no poste, o Benfica deu algum sinal de si, com o Gaitán a ter um cabeceamento perigoso após centro do André Almeida. Este lance teve o condão de acordar um pouco o Benfica, que teve então o seu melhor período na primeira parte, mas com o aproximar dos minutos finais o Leverkusen voltou a ser mais forte, e mais uma vez vimos uma bola a ser devolvida pelo poste da baliza do Artur. O Benfica podia portanto considerar-se feliz com o nulo à saída para o intervalo.


Na reentrada no jogo, o pendor do mesmo manteve-se, e nos primeiros minutos o Leverkusen voltou a deixar um sério aviso, pois o Kiessling chegou mesmo a marcar golo, mas este foi anulado por fora-de-jogo. Novamente aos quinze minutos, o Benfica voltou a dar sinal de si, e da melhor forma possível, com um grande golo do Ola John - que até então tinha passado praticamente despercebido no jogo. Já depois de ter passado para a sua posição natural na esquerda - o Carlos Martins, lesionado (que surpresa!), tinha dado o lugar ao Salvio - aproveitou da melhor maneira o adiantamento do lateral e depois de ultrapassar o adversário de ocasião e ganhar um ressalto, colocou a bola em arco para o ângulo mais distante. Mas este golo pouco afectou o ímpeto do Leverkusen, que continuou a procurar o golo e pouco depois obrigou o Artur a uma enorme defesa para canto, logo seguida de nova defesa apertada no seguimento do canto. Claro que, ao lançar-se mais declaradamente ao ataque, o Leverkusen também se expôs mais na defesa, e o Benfica poderia ter tirado partido disso e resolvido a eliminatória de vez mais cedo, quando a quinze minutos do final o Salvio falhou de uma forma algo escandalosa um cabeceamento a um centro do Ola John, quando estava completamente sozinho na área. Não marcou o Benfica, marcou o Leverkusen na resposta. Um alívio da defesa para a zona frontal da área resultou num pequeno toque de cabeça para o remate de primeira do Schürrle, que não deu hipóteses ao Artur. Mas o Benfica voltou a ser feliz no jogo, pois quando se adivinharia um assalto final dos alemães na procura do golo que lhes daria a passagem, foi o Benfica quem marcou praticamente na resposta. Um pontapé longo do Artur apanhou a defesa alemã em contrapé, e depois o Lima (que tinha substituído o Cardozo) teve a calma suficiente para ver bem as movimentações dos colegas antes de centrar com perfeição para a entrada de cabeça do Matic, que colocou a bola com classe junto ao poste mais distante. Este segundo golo partiu literalmente o Leverkusen, que acusou o golpe e foi para o ataque de uma forma muito mais desordenada, correndo imensos riscos atrás. Na fase final do jogo o Benfica poderia ter aproveitado todo o espaço concedido para dilatar o resultado, tendo mesmo falhado uma oportunidade flagrante para o fazer, novamente pelo Salvio. Mas caso tal tivesse acontecido, seria certamente um castigo demasiado pesado para aquilo que o Leverkusen jogou.



Esta noite o Artur foi um dos jogadores em destaque. Defendeu tudo o que havia para defender, não teve hipóteses no golo sofrido, e ainda teve um papel fundamental no segundo golo. Gostei também bastante das exibições do André Almeida, do Luisão (teve diversos cortes providenciais) e do Matic - só foi pena que tenha visto o amarelo que o retira do primeiro jogo da próxima eliminatória.

Com maior ou menor grau de felicidade, conseguimos eliminar um adversário forte e marcar presença nos oitavos-de-final, onde mediremos forças com o Bordéus. A exibição não foi a melhor, mas o resultado foi o mais importante - e a verdade é que na Europa muitas vezes o que nos acontece é o contrário, e somos nós que ficamos a queixar-nos da falta de sorte e a elogiar a eficácia do adversário. De qualquer forma, não devemos ignorar o facto do Benfica já ir no terceiro jogo consecutivo com exibições de menor fulgor. Segue-se um importante jogo contra uma das melhores equipas da Liga, e urge corrigir esta situação.

2 Comments:

At 2/22/2013 9:44 da manhã, Anonymous Anónimo said...

http://www.youtube.com/watch?v=X02Gw4ApFRo

o segredo do meio campo do fcp

 
At 2/23/2013 7:08 da tarde, Blogger joão carlos said...

A crónica esta mais uma vez muito bem conseguida.


Desta vez até acho que o jogo menos bem conseguido sobretudo na primeira parte deveu-se mais aquilo que o nosso adversário jogou e não nos deixou jogar do que a erros ou defeitos nossos, que foi claramente aquilo que aconteceu nos dois jogos anteriores para o campeonato, a isso ainda se somou como bem o referes o facto de termos jogado grande parte do jogo com menos um em campo e a partir da sua substituição o comportamento da equipa quer a nível defensivo mas sobretudo atacante foi completamente diferente.
A felicidade deste jogo e desta eliminatória foi sobretudo eles terem sido algo perdulários em relação ás oportunidade que dispuseram, pelo nosso lado fomos razoavelmente eficazes nada mais que isso, mas temos que referir que eles só tiveram e procuraram essas oportunidades depois de estarem em desvantagem na eliminatória enquanto esta esteve empatada fomos sempre a melhor equipa e praticamente a única que podia ter marcado.
O relvado esta num estado absolutamente lamentável numa altura em que os jogos sucedem-se uns atrás dos outros e o cansaço acumula-se o estado do relvado só vem acentuar essa situação para mais tenho a ideia que no estado em que esta ele torna mais lenta a circulação da bola e é um dos motivos para a equipa estar a jogar de modo mais lento neste momento o relvado é mais um obstáculo que a equipa tem de ultrapassar é urgente que se resolva o mais de pressa possível este problema.

 

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