terça-feira, março 18, 2014

Reacção

Mais uma vitória importantíssima para a conquista do título, num jogo em que entrámos mal mas onde também tivemos uma reacção muito boa e demos a volta a um resultado adverso, deixando mais uma boa demonstração da enorme confiança que existe na nossa equipa e da qualidade do nosso plantel.

Apenas a alteração esperada no onze que vem sendo habitual, o Rúben Amorim no lugar do castigado Fejsa. O Benfica teve uma má entrada no jogo - ou, vistas as coisas de outra maneira, foi o Nacional quem entrou muito bem. Bastante agressivos e a pressionar alto, os jogadores do Nacional mantinham o Benfica no seu meio campo e não davam tempo nem espaço para que saíssemos a jogar de forma organizada. E cedo tiveram a recompensa, chegando à vantagem com seis minutos decorridos, através de um penálti. O golo sofrido não motivou uma reacção imediata do Benfica, que continuou a mostrar algumas dificuldades para impor o seu futebol. Só depois dos vinte minutos de jogo é que o Benfica deu o primeiro ar da sua graça no jogo, num remate do Rodrigo que quase deixou a sensação de golo, levando a bola à malha lateral. E pouco tempo depois (aos vinte e quatro minutos) chegámos ao empate, num golo bonito que começou com um cruzamento rasteiro do Markovic na direita, para depois o Rodrigo no interior da área amortecer e deixar a bola redondinha para o remate de primeira do Lima. A partir daqui soltou-se o vendaval ofensivo do Benfica, e o Gaitán, Markovic, Lima e Rodrigo passaram a executar um carrossel ofensivo que parecia incontrolável. As oportunidades começaram a aparecer, e o Gaitán por duas vezes teve o golo nos pés (ainda me parece incrível como não marcou na segunda dessas ocasiões), mas quase nem deu tempo para ficar irritado com isso, já que na jogada seguinte o Rodrigo apanhou a bola na direita, flectiu para o meio e desferiu um pontapé indefensável ao ângulo. Um golão. Estavam decorridos trinta e três minutos, o que significa que no espaço de nove minutos o Benfica tinha construído quatro oportunidades flagrantes de golo e dado a volta ao resultado. Não parou de atacar o Benfica, enquanto o Nacional procurava responder sempre, e o jogo entrou numa toada muito animada, disputado em grande velocidade e com a bola a viajar rapidamente de um lado ao outro do campo. Mas o Benfica mostrava ser mais forte, e quase sobre o intervalo dilatou a vantagem, num canto marcado pelo Enzo para a zona do segundo poste, onde surgiu o Garay quase sobre a linha final a cabecear a bola, levando-a a bater ainda no poste mais distante e a entrar. Pareceu-me que a intenção seria colocar a bola na frente da baliza para que alguém finalizasse, mas o forte vento que se fez sentir terá dado uma ajuda a que a bola entrasse directamente.

Com uma vantagem relativamente confortável ao intervalo, impunha-se baixar o ritmo de jogo na segunda parte, e foi o que o Benfica foi fazendo sem grande dificuldade. Procurando contra-atacar apenas pela certa e mantendo a bola na sua posse o máximo possível, o Benfica conseguiu que o jogo fosse bem mais lento e quase sem qualquer ocasião de perigo. Nem sequer esperava que houvesse algum sobressalto, dado que noutras ocasiões esta época já vimos o Benfica a gerir tranquilamente resultados mais magros. Mas de forma algo inesperada, já que salvo uma saída um pouco mais apertada para aliviar uma bola com os pés depois de uma falha do Siqueira, o Oblak tinha sido pouco mais do que um espectador na segunda parte, o Nacional reduziu a diferença quando faltavam dez minutos para o final. Aproveitando a subida da equipa do Benfica, um contra-ataque rápido (no qual me pareceu que terá havido alguma hesitação do Oblak em sair imediatamente da baliza) deixou o Djaniny numa situação de finalização simples. Depois de parecer que tínhamos o jogo completamente controlado, adivinhavam-se agora uns minutos finais de algum sofrimento. A verdade é que a pressão do Nacional foi tudo menos sufocante, mas ainda passámos por um calafrio num livre que fez a bola cruzar toda a nossa área, aparecendo depois um adversário na zona do segundo poste que felizmente não conseguiu cabecear a bola com êxito. As dúvidas sobre o resultado dissiparam-se no entanto completamente a um minuto do final. Numa jogada em que parecia que o interesse principal do Benfica seria manter a bola na zona da bandeirola de canto, o Sílvio arrancou um bom cruzamento e o Garay, na zona da marca de pnálti, cabeceou de forma colocada para junto da base do poste, deixando o guarda-redes sem reacção.

É complicado decidir entre o Garay e o Rodrigo para o melhor em campo. Talvez a escolha mais justa seja o Rodrigo, pela importância que teve na reacção da equipa ao mau início de jogo e à desvantagem no marcador, sendo decisivo na reviravolta do marcador. Nesse período foi uma seta apontada à baliza do Nacional, deu o primeiro sinal de perigo do Benfica, fez a assistência para o golo do Lima e marcou o golão que foi o nosso segundo. Pelo meio ainda teve uma simulação fantástica, a deixar passar a bola para o Gaitán, num lance que continuo sem perceber como não deu golo. O Garay mereceria sempre destaque pelos dois importantes golos que marcou, mas esteve também em muito bom nível a defender, sendo o mais esclarecido da nossa defesa. Gostei também do jogo do Gaitán. O Maxi revelou bastantes dificuldades na primeira parte, quando apanhou com o Candeias pela frente. E achei o Oblak algo inseguro hoje. Se no lance do segundo golo do Nacional ainda posso compreender alguma hesitação, dado que a bola foi para perto da linha de fundo e o vento provocava trajectórias esquisitas na bola (e tenho dúvidas que conseguisse chegar primeiro à bola), já no lance perto do final em que o Nacional ameaçou empatar achei que deveria ter atacado a bola em vez de ficar na baliza.

Mais uma etapa superada, e restam agora sete para o final. Estamos no topo, com o melhor ataque e defesa do campeonato, e dependemos só de nós próprios: a conquista de catorze dos vinte e um pontos que faltam disputar garantir-nos-á o título. O melhor do jogo de hoje foi mesmo ver a forma como a nossa equipa não se deixou abalar e teve uma reacção firme e confiante às adversidades. Se conseguirmos manter esta atitude, tudo será mais fácil.

1 Comments:

At 3/18/2014 4:57 da tarde, Blogger joão carlos said...

A crónica é muito fiel ao que foi o decorrer do jogo.


Por alguns momento não gostei da forma como a equipa trocou a bola na segunda parte é verdade que nunca foi arrogante, como por exemplo foi no jogo em belem, mas por vezes foi displicente na forma como trocava a bola e por esse motivo algumas vezes a perdeu muito rapidamente é verdade que o segundo golo que sofremos não resultou disso mas demasiadas vezes perdemos depressa de mais a bola quando se impunha mantê-la até porque se impunha desgastar o adversário.
Desta vez eu teria feito mais duas alterações na equipa percebo que dada a dificuldade e a importância deste jogo não se tenha mexido na extrema direita até porque a alternativa ainda esta muito longe sequer de uma forma razoável mas a outra, no lado esquerdo da defesa não era risco nenhum não só por ser um jogador com ritmo como estar a corresponder bem sempre que é utilizado e como se viu obrigou a que se utiliza-se uma das substituições para fazer descansar um jogador que vai ter de jogar muito num curto espaço de tempo e que é muito atreito a lesões.
Por termos queimado uma das substituições para fazer descansar o nosso defesa esquerdo faltou-nos a substituição que por norma reforça o meio campo e que permite manter os níveis de pressão e ter mais bola não a fizemos e isso foi uma das razões até para termos sofrido o golo permitindo um contra ataque porque o meio campo foi incapaz de para-lo e numa altura de muitos jogos e em que no final alguns já acusam o natural desgaste ter só dois jogadores o miolo do meio campo é insuficiente e muito arriscado.

 

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