Idiota
De uma forma perfeitamente idiota, interrompemos a nossa série de bons resultados. Perdemos dois pontos contra uma das piores equipas da Liga (estamos a ficar peritos nisso) e com isso perdemos também a possibilidade de tirar o máximo partido da derrota do Porto e deixá-los a seis pontos, com todo o impacto psicológico que isso acarretaria.
Um dos adversários mais incómodos do Benfica neste jogo, foi visível logo desde início, foi o relvado, em péssimo estado. Isso e, pelo menos na minha forma nervosa de ver os jogos do Benfica, a derrota do Porto. Porque para mim é quase uma fórmula matemática: sempre que temos oportunidade de arrancar e deixar decisivamente o Porto para trás, fazemos asneira. A equipa que o Benfica apresentou não teve surpresa alguma, sendo a habitual dos últimos jogos. O Gil Vicente tambem não foi surpresa nenhuma: jogou exactamente da mesma maneira que tinha jogado a semana pasada, no Restelo, frente às nossa reservas. Tudo encafuado no seu meio campo, e abdicação quase total de atacar. O Benfica até entrou a jogar de uma forma razoável, face a estas condicionantes. Sobretudo por influência do Gaitán, muito activo na esquerda e o principal criador de lances de ataque do Benfica, e também do Rodrigo, que jogava com bastante mobilidade e conseguia quase sempre aparecer solto para dar opções de passe aos colegas. Ainda cedo no jogo vimos precisamente o Rodrigo falhar um golo quase certo por culpa do mau estado do relvado, mas a verdade é que frente a um adversário tão fechado atrás e impossibilitados de jogar de forma mais rápida, as ocasiões de golo foram raras. Para além da ocasião do Rodrigo, apenas um remate do Siqueira, quase sobre o intervalo, deu a sensação de perigo. De resto, os poucos remates que conseguimos fazer foram quase todos frouxos e levaram sempre a direcção do guarda-redes do Gil Vicente, que os defendeu sem grande dificuldade.
Até gostei da entrada do Benfica na segunda parte. A metade do campo para a qual atacámos parecia estar em condições ligeiramente melhores, e o nosso jogo atacante foi também melhor, ainda e sempre com o Gaitán como jogador em maior destaque. Só que, ainda não tinha terminado o primeiro quarto de hora, num momento de profunda idiotice o Siqueira viu o segundo amarelo e foi expulso. A situação complicava-se, mas não houve muito tempo para preocupações, porque apenas três minutos depois o Benfica chegou à vantagem. Penálti assinalado depois do Gaitán (claro) ser atingido de forma atabalhoada com um pontapé nas costas, e o Lima marcou com a segurança do costume nestes lances. O mais difícil estava feito, perante uma equipa que até então, a exemplo do jogo da Taça da Liga, não tinha feito um remate no jogo. Esperava que o Benfica, em vantagem, fizesse alguma alteração, com o reforço do meio campo por troca com um dos avançados - o Gaitán nesta altura actuava como lateral esquerdo, mas não havia ninguém no banco para fazer esta posição. O Gil Vicente reagiu ao golo e incrivelmente conseguiu, com sessenta e cinco minutos de jogo decorridos, fazer o primeiro remate no jogo. Pouco depois, fez o segundo e infelizmente marcou. Aproveitando um alívio do Luisão para a entrada da área, após um canto, o jogador adversário rematou de primeira e a bola entrou mesmo, com enormes culpas para o Oblak. A bola era defensável, porque não foi muito colocada, mas fiquei com a sensação que ele tentou fazer uma defesa para a fotografia e acabou por dar uma palmada na bola para dentro da própria baliza. O Benfica foi novamente obrigado a fazer as despesas do jogo, porque o Gil Vicente voltou a remeter-se á defesa, e mesmo com dez o nosso controlo do jogo foi quase completo. Nos cerca de vinte minutos que se seguiram ao golo do empate, acho que atacámos e rematámos mais do que tínhamos feito no jogo até então. O Cardozo (que tinha entretanto substituído o Rodrigo) falhou um golo de forma incrível, ao acertar na perna do guarda-redes. Mas o pior foi no período de descontos: o Bruno Paixão inventou um penálti a nosso favor (pareceu-me uma carga normalíssima sobre o Djuricic, sem qualquer falta) e o Cardozo fez aquilo que de pior por vezes resolve fazer: fechou os olhos e chutou a direito com força. Acertou no guarda-redes.
O Gaitán foi o melhor jogador do Benfica, o Siqueira obviamente o pior. O Rodrigo esteve bem a espaços, o Lima lutou bastante e movimentou-se bem, mas continua a ser um desastre na finalização (excepção feita ao penálti). Muito mal o Oblak no golo sofrido. Para sofrer um golo no único remate que o adversário faz à baliza já lá estava o Artur.
Mais dois pontos perdidos, a juntar aos que perdemos com o Arouca e com o Belenenses, contra uma equipa indescritivelmente má. Menos mal que o Porto do Fonseca fez o que se esperava e por isso ainda lhes ganhámos um ponto, mas isso não apaga a frustração de dois pontos muito mal perdidos. Nem um penálti caído do céu soubemos aproveitar.
1 Comments:
O treinador não tem a culpa de um jogador ver estupidamente o segundo amarelo, nem que o seu guarda-redes tenha dado uma fífia tremenda ou que se tenha falhado um penalty no último minuto, e nem o critico pela escolha do marcador é verdade que a alternativa tem marcado os penalty de forma exemplar mas é a única coisa boa que tem feito e a confiança também não deve abundar por aqueles lados, mas com a equipa a vencer com menos um em campo e perante o estado do terreno não equilibrar a equipa só demonstra a arrogância deste treinador achou que tinha o jogo ganho que o adversário não ia responder e como ele já deveria saber a sua arrogância custa-nos sempre muito.
Fazer entrar num campo que é tudo menos um relvado e na maior parte dos sítios era um lamaçal os mesmos jogadores como se estivesse num frondoso relvado ou jogar da mesma forma que se joga num relvado de qualidade é pura estupidez, este jogo pedia força luta fato de macaco e existem nestas condições jogadores melhores que outros e eram esses que deveriam ser utilizados ninguém pede uma revolução uma ou outra alteração tinha sido o suficiente.
Mais uma vez tal como no final da época os jogadores a ter no banco foram mal escolhido, esta escolha é feita naquilo que o treinador espera que o jogo vá dar e com base naquilo que são as alterações que ele quer fazer como sempre nunca prevê todas as soluções nunca se precaveu para o imponderável desta vez foi uma expulsão mas poderia ter sido uma lesão e nem tem desculpas com tantos jogadores polivalentes o difícil é não ter todas as hipóteses cobertas no banco e também é para isso que os polivalentes servem porque tê-los e não tirar partido deles faz muito pouco sentido e tal como no passados esta politica tem-nos saído muito cara.
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