Luta
Não foi possível ter grande nota artística, mas a equipa soube vestir o fato de trabalho e vencer um jogo complicado e importante em Paços de Ferreira. Para além da vitória, o pormenor que mais me agradou no jogo de hoje foi verificar a imensa onde vermelha que encheu o estádio, e que fez com que o Benfica jogasse praticamente em casa.
Onze sem surpresas, tendo como única alteração forçada a presença do Rúben Amorim no lugar do Enzo. Não consigo escrever muita coisa sobre a nossa primeira parte. Acima de tudo, foi fraca. Tivemos sempre superioridade no jogo, mas a qualidade do nosso futebol deixou sempre algo a desejar, e as oportunidades de golo foram poucas. Apesar da bola passar a maior parte do tempo nos pés dos nossos jogadores, fomos incapazes de transformar essa posse de bola e domínio territorial em situações de perigo, pois jogámos em velocidade algo reduzida - e o próprio estado do relvado não ajudava nada a que se conseguisse jogar em velocidade ou com muita qualidade. Mas também, por outro lado o Paços de Ferreira foi praticamente inofensivo durante este período, não provocando qualquer tipo de ameaça à nossa baliza. O interesse deles era simplesmente arrastar o nulo o máximo de tempo possível, e a julgar por aquilo a que íamos assistindo, não era de todo improvável que o conseguissem fazer por noventa minutos. De qualquer forma, era escusada a ajudinha extra, já que o Boaventura deveria ter visto o segundo amarelo mesmo a fechar a primeira parte (acabou por ser o Siqueira a ver o amarelo, por tê-lo pedido para o adversário). Toda a primeira parte fez lembrar um pouco aquilo que já tínhamos feito na primeira parte em Barcelos, com as consequências finais que sabemos.
Entrámos melhor para a segunda parte, pelo menos a pressionar bastante o adversário e a conseguir sair com mais velocidade para o ataque. E não foi necessário esperar muito para que o golo chegasse. Marcámos um conto na direita do ataque de forma rápida (ainda nem os centrais tinham subido até à área) e depois da bola ter viajado para trás um pouco, o Rúben fugiu pela direita e arrancou um grande cruzamento para a entrada vitoriosa do Garay, que entretanto tinha subido tarde até à área e apareceu junto da pequena área livre de marcação para cabecear. Sinceramente, após marcarmos o golo, e mesmo tendo em conta o quão perigoso o resultado de 1-0 é, fiquei convencido que a vitória estava assegurada. Não só pela incapacidade para criar perigo que o Paços mostrou durante todo o jogo, mas também porque neste momento eu acho que a nossa equipa está bastante eficaz a manter os adversários longe da nossa baliza (um golo sofrido nos últimos onze jogos atesta bem esse facto). E mais garantida ficou ainda a nossa vitória quando, aos sessenta e oito minutos, o Markovic fez o segundo golo. Numa saída rápida para o ataque o sérvio arrancou com a bola controlada na velocidade que lhe é tão característica, deixou os adversários para trás, e quando se calhar se esperaria um centro para o Rodrigo optou pelo remate directo à baliza, fazendo a bola entrar junto ao poste mais próximo. Depois do segundo golo, o Benfica geriu o jogo sem qualquer problema, sendo mais previsível um terceiro golo nosso do que qualquer golo do Paços que relançasse o jogo.
Num jogo de muito trabalho e pouca arte, não me pareceu que houvessem exibições de grande brilho. O Rúben Amorim voltou a cumprir na perfeição o que lhe foi pedido, como acontece sempre que é chamado à titularidade, e foi um dos melhores. O Garay revelou a segurança habitual e marcou o importantíssimo primeiro golo, com o seu parceiro do centro da defesa a exibir-se também de forma muito segura. O Lima continua a conseguir irritar-me.
Todas as vitórias são importantes, e esta não foge à regra. Era fundamental aproveitar o momento positivo e manter a vantagem confortável no topo da tabela. E é também importante que mesmo quando não é possível resolver os jogos com a superior capacidade técnica da nossa equipa, ela consiga arregaçar as mangas e ir à luta pela vitória. A parte desagradável deste jogo foi que dois dos nossos jogadores, Maxi e Gaitán, viram o quinto amarelo e agora ficarão de fora na recepção ao Guimarães.
1 Comments:
A analise esta mais uma vez com a qualidade que nos tens habituado.
Quando vi o canto a ser marcado de forma precipitada e quando ainda não tínhamos praticamente ninguém na área disse uma serie de impropérios mas acabou por resultar não só pela rapidez, pela surpresa e sobretudo porque ainda não existia ninguém para marcar, mas continuo a achar que não foi premeditado que foi uma precipitação que acabou por resultar.
Não jogamos contra os outros mas sim com os outros e só jogamos o que nos deixam jogar e que existe a condicionante do campo pequeno e muito pouco praticável mas mais uma vez oferecer uma parte do jogo ao adversário é muito arriscado desta vez resultou mas da outra vez não resultou não se pede que se jogue bem como foi o caso da segunda parte mas basta mais luta e mais empenho para o jogo ser diferente e era isso que se pedia e pede desde o inicio e não só numa parte.
Desta vez ao contrario de outra vezes o treinador foi rápido a responder ao que o jogo pedia e mexeu na equipa não foi por isso que voltamos a marcar mas que marcamos pouco depois é inegável e isso fez toda a diferença para um resto de jogo mais tranquilo.
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