sábado, janeiro 10, 2015

Inconstestável

Superioridade incontestável do Benfica e vitória inquestionável sobre o Vitória de Guimarães numa das exibições mais convincentes que vi a equipa fazer esta época.


Faltou o Luisão e o Maxi, o Salvio começou no banco, O Fejsa e o Rúben continuam lesionados, desta vez até o Lisandro que tão bem tinha substituído o Luisão em Penafiel ficou também de fora por lesão. Mesmo assim, e mais uma vez, o Benfica voltou a apresentar um onze que depressa fez esquecer os ausentes, e onde se notou o regresso do Eliseu após várias semanas de fora. O Vitória, com todo o mérito, tem sido classificado como a equipa sensação deste campeonato e ocupa merecidamente o terceiro lugar na tabela. Mas nada conseguiu fazer esta tarde para contrariar a superioridade do Benfica, que dominou e controlou o jogo praticamente do primeiro ao último minuto. Depois do Vitória ter também resolvido fazer a jogadinha pouco educada de escolher o campo 'ao contrário', logo na saída de bola o Jonas apareceu sozinho em frente ao guarda-redes depois de um passe do Gaitán e só não marcámos aos dez segundos de jogo porque ele não conseguiu acertar bem na bola. Cinco minutos depois foi o próprio Gaitán a aparecer isolado, a passe do Ola John, mas o guarda-redes saiu de forma rápida e conseguiu fazer a mancha. Quando o golo inicial apareceu, estavam decorridos apenas treze minutos, mesmo assim já parecia tarde. Livre batido pelo Gaitán, na direita do ataque, e cabeçada certeira do Jonas, que se antecipou a toda a defesa adversária.


O Benfica praticava um futebol muito agradável de ver, fazendo a bola circular rapidamente e por toda a largura do campo. Na esquerda o Ola John esteve muito mais decidido do que o habitual, e na direita o Gaitán, a fugir frequentemente para o centro, abria o livro. No centro o Samaris vai ganhando influência e alargando o seu raio de acção, enquanto que o Talisca parece estar a saber aumentar a agressividade do seu jogo de acordo com a posição mais recuada em que tem jogado agora. E na frente de ataque o Lima e o Jonas complementaram-se muito bem, sempre em constante movimento - o Lima a cair sobre a direita para ocupar o espaço do Gaitán, o Jonas a recuar para fazer a ligação com o meio campo e a aparecer muitas vezes a jogar como um verdadeiro médio, inclusivamente no auxílio à defesa. As iniciativas de ataque do adversário eram quase todas cortadas ainda no meio campo, a superioridade do Benfica foi quase total, e o Vitória bem pode sentir-se feliz por não ter chegado ao intervalo a ser goleado, pois foram três as vezes em que a bola embateu nos ferros da sua baliza. Primeiro num livre do Gaitán cruzado para a área, no qual ninguém tocou na bola, depois num grande remate do Talisca à entrada da área, assitido pelo Ola John, e finalmente num remate do Jonas, com a bola a ser ainda ligeiramente desviada pelo guarda-redes. A tímida resposta do Vitória ficou-se por um remate de meia distância e por uma cabeçada muito perigosa após um canto cedido infantilmente pelo César. Em ambas as ocasiões o Júlio César repondeu em grande. A vantagem mínima ao intervalo era, claramente, escassa para tanto domínio.


Na segunda parte o Benfica o Benfica pareceu apostar sobretudo em controlar o jogo em segurança, e o nosso futebol foi menos exuberante do que na primeira parte. Sobretudo porque mais uma vez marcámos logo nos primeiros minutos, depois de uma boa iniciativa do Lima, que escapou ao marcador directo, ganhou a linha de fundo e passou atrasado para o Ola John falhar o remate com o pé direito e a seguir fuzilar a baliza com o pé esquerdo. Apesar de ainda faltar muito tempo para jogar, creio que não restariam muitas dúvidas sobre o vencedor do jogo, pois com este segundo golo o Benfica colocava-se a salvo de um qualquer golpe de azar. O Vitória aproveitou um certo relaxamento do Benfica para ter mais bola e ensaiar alguns remates à nossa baliza - certamente em maior número do que aquilo que tinha conseguido fazer durante a primeira parte - mas praticamente nunca conseguiu incomodar seriamente o Júlio César. Já no período final do jogo, durante o qual o Benfica efectuou as suas substituições, destaque para o regresso do Salvio, ainda de braço engessado, que ainda foi a tempo de fazer uma assistência para o golo que permitiu, já sobre a hora, fechar da melhor forma a homenagem ao nosso Eusébio. A jogada começou numa recuperação de bola do Samaris a meio campo (sobre o André André, que apesar de ser classificado pelo seu treinador como o melhor médio da liga ficou directamente ligado a dois dos golos do Benfica), o Lima voltou a fugir à marcação e a ganhar a linha de fundo e a sua tentativa de passe atrasado foi interceptada, com a bola a sobrar para o Salvio insistir e passar atrasado, permitindo um golo fácil ao Gaitán.


O Gaitán foi eleito no final como o homem do jogo, e eu concordo com a distinção. Esteve num dos seus dias, fez uma assistência e marcou um golo, e achei que quer a braçadeira de capitão, quer o número dez nas costas da camisola lhe assentaram muito bem num jogo em que o Eusébio foi recordado. O Ola John esteve bastante melhor, mas piorou na fase final quando pareceu perder frescura física, justificando-se plenamente a sua substituição. O Lima não marcou mas esteve muito batalhador na frente e teve intervenção directa em dois dos golos. O Jonas é um jogador que praticamente não faz nada errado, e até agora está a provar ser a pechincha da época. Estou a gostar bastante de ver a evolução do Samaris naquela posição. Está a ganhar agressividade e a alargar o seu raio de acção, e não me admirarei nada se daqui a algum tempo já for considerado imprescindível no onze. E para quem duvidava dele, pela idade ou por outro motivo qualquer, parece-me que o Júlio César é mesmo reforço.

Desta vez não terá sido o árbitro, nem o jogador emprestado pelo Benfica que não jogou (o Bruno Gaspar fez os noventa minutos), portanto prosseguindo pela lista de desculpas e justificações esfarrapadas que os nossos adversários gostam de utilizar imagino que a justificação será que o Guimarães não jogou nada. Durante esta semana imagino que passem de equipa sensação do campeonato a pior equipa do universo, porque naquelas cabeças só assim se justificará que o Benfica lhes tenha aplicado este correctivo. O que eu vejo são catorze vitórias em dezasseis jogos, oito delas consecutivas, e seis jogos seguidos sem sofrer golos. Agora é prosseguir neste caminho.

1 Comments:

At 1/11/2015 7:48 da tarde, Blogger joão carlos said...

O post esta muito fiel aquilo que foi o jogo.


Eu continuo sem perceber a demora nas substituições desta vez nem existe a desculpa de não ter opções no banco, que claramente as tinha, e deixa que os jogadores rebentem completamente fisicamente e só ai quando já só cometem erros atrás de erros, por já estarem muito desgastados, é que os tira e ficou bem claro neste jogo até à segunda substituição eles tiveram um período em que foram perigoso, sobretudo por erros nossos, mas que curiosamente acabou após as substituições e ainda deu para termos mais iniciativa no ataque que deu no golo.
Com tantas mexidas que tivemos no defeso este seria um período que devíamos de aproveitar para reforçar a equipa nas posições em que tivemos saídas forçadas, ou por lesões prolongadas, e para eventualmente reduzir o plantel nos casos de excesso de jogadores, dado que já não estamos em duas das competições inicias, no entanto tudo aponta para termos mexidas nos segundos planos e isso era tudo o que a equipa não precisa porque para tirarmos partido da estabilidade dada pela continuidade do treinador é preciso que exista estabilidade de jogadores e já basta as mexidas forçadas por aqueles que não conseguimos manter.
A quantidade de lesões é impressionante e não vale a pena dar como desculpa o numero de lesões para justificar um menor rendimento se continuamos sem resolver a situação ou sequer achar que existe um problema quer este seja na prevenção ou no tratamento ou ainda no facto de andarmos a contratar jogadores que tem uma grande propensão a lesões ou com um historial clínico já longo é que se as lesões traumáticas são muitas as musculares são ainda mais e se não parecemos muito preocupados com isto, a não ser para justificar outras coisas, parecemos por outro em constituir uma equipa composta exclusivamente por inválidos.

 

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