segunda-feira, agosto 24, 2015

Desperdício

Tínhamos uma grande oportunidade para nos isolarmos no topo da tabela, aproveitando o empate do Porto na Madeira para ganharmos já uma vantagem pontual sobre eles. Mas infelizmente conseguimos fazer ainda pior, e registar uma inédita derrota frente ao Arouca jogando numa casa emprestada que foi praticamente nossa.


Apresentando um onze com uma única alteração em relação ao da primeira jornada (Samaris no lugar do Fejsa), o jogo acabou por ficar marcado e decidido pela má entrada que tivemos. A defender de forma desastrada, sofremos um golo logo aos dois minutos e andámos praticamente aos papéis nos minutos que se seguiram, só não vendo a desvantagem aumentar devido a uma boa intervenção do Júlio César. Depois, aos poucos, fomos melhorando e empurrando o Arouca para trás, remetendo-os a defender a sua área e a recorrer cada vez mais frequentemente às faltas para travar os nossos jogadores. Mas não soubemos tirar partido de nenhum dos livres daí resultantes. A segunda metade da primeira parte foi praticamente um assalto constante à baliza do Arouca, mas de uma maneira ou de outra aparecia sempre o guarda-redes ou um outro jogador adversário para fazer a defesa ou o corte no limite e impedir um golo que por vezes parecia certo. Quando não era isso a acontecer, era a falta de pontaria na finalização dos nossos jogadores a encarregar-se de manter o Arouca em vantagem no marcador até ao intervalo, um resultado que me parecia francamente injusto. Mas à saída para os balneários eu pensava que se o Benfica continuasse a jogar daquela forma e com aquele pendor ofensivo, o golo seria inevitável.

Infelizmente não foi isso que vi na segunda parte, para a qual regressou o Victor Andrade no lugar do Ola John (para variar até nem estava desagradado com o jogo do holandês). Continuámos sempre por cima do jogo, é certo, mas a produção ofensiva não foi a mesma. Para começar, a velocidade com que jogámos foi inferior, e mais uma vez se viu aquilo que tínhamos visto no jogo com o Estoril. Contra uma equipa que se fecha toda junto da sua área, se demoramos uma eternidade a fazer a bola chegar ao ataque apanhamo-los todos posicionados na defesa e depois torna-se muito complicado desmontar aquela fortaleza. Pareceu-me também que fomos insistindo cada vez mais pelo centro em vez de explorar mais as alas, facilitando assim a tarefa aos jogadores do Arouca - contra o Estoril foi pelas alas que conseguimos resolver o problema. Por diversas vezes vi os jogadores das alas a receber a bola e a virem para dentro para tentar o remate, que invariavelmente acabava por esbarrar em algum jogador adversário. Na fase final então acabámos a jogar com três avançados, quase numa de 'tudo à molhada' na área para ver se dali saí alguma coisa, mas já era tudo feito mais em desespero de causa do que com a cabeça, pelo que a probabilidade de sucesso era baixíssima. No cômputo final o Benfica fez mais do que o suficiente para ganhar este jogo, sobretudo durante a primeira parte, mas pagou bem caro uma entrada desconcentradíssima no jogo e uma segunda parte que não conseguiu acompanhar o que de melhor chegou a fazer durante a primeira parte, sobretudo por (pareceu-me) ter jogado com uma intensidade menor.

Num jogo que acabou por me deixar a imagem de demasiado confuso não consigo escolher jogadores que se tenham destacado claramente. Elogio o Júlio César pelo trabalho que fez, conseguindo evitar que o Arouca chegasse cedo a uma vantagem mais confortável e gostei dos passes do Pizzi no ataque durante a primeira parte. Mas acho que os jogadores estiveram todos num nível mais ou menos semelhante.

A primeira derrota acabou por surgir à segunda jornada, e que sabe ainda pior por causa do desperdício da oportunidade para nos distanciarmos do rival. Face ao início de campeonato teoricamente fácil que temos, teria sido muito importante somar doze pontos nas quatro primeiras jornadas e ainda melhor ir a seguir ao Porto com vantagem pontual. Mas já se sabe que se há uma forma mais fácil de fazer as coisas, normalmente não é essa a que escolhemos.

1 Comments:

At 8/25/2015 6:19 da tarde, Blogger joão carlos said...

Importa perceber porque a equipa em todos os jogos oficiais que fez até agora entra sempre mal, desconcentrada, desligada do jogo e em modo passivo e com o decorrer do jogo vai subindo de produção mais o mesmo acontece no inicio das segundas partes com a equipa a demonstrar os mesmos defeitos que apresenta no inicio do jogo independentemente da forma como acaba a jogar na primeira parte não só este comportamento repetitivo é estranho como demora a ser resolvido e quem tem estado na génese das duas derrotas e do muito perigo que temos consentido aos adversários que se tem todo concentrado nesse período em que a equipa parece que nem entrou no jogos.
Desta vez o treinador precipitou-se nas substituições não só no tempo principalmente da primeira como também nos jogadores que saíram não só não estavam a jogar assim tão mal como existiam jogadores muito abaixo do seu normal mas que acabaram por ficar muito por causa do seu estatuto, a somar a isso cada alteração desequilibrava a equipa o que tornava a equipa pior do que estava anteriormente e se quem entra nunca garante que venha jogar melhor, é o normal, vir jogar para posições que não são as suas ou para uma equipa desequilibrada aumenta e muito as hipóteses de sucesso.
Ao intervalo também pensei para mim mesmo que era impossível com tantas oportunidades falhadas que as bolas não começassem a entra mas depois temi que a equipa à semelhança de outras ocasiões, como por exemplo o ano passado em paços de ferreira, depois de uma primeira parte até razoavelmente bem jogada com muitas oportunidades todas falhadas depois estranhamente na segunda parte não consegue sequer manter um caudal ofensivo que lhe permita nem de perto nem de longe ter a mesma quantidade de oportunidades para marcar mantendo e aumentando o seus níveis de ansiedade infelizmente foi isto quer também desta vez aconteceu.

 

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