domingo, agosto 27, 2017

Pobre

O empate acabou por ser um mal menor no final de um jogo pobre da nossa equipa. Valeu a nossa reacção ao golo sofrido, já que só depois de nos termos visto em situação de desvantagem conseguimos subir um pouco a nossa produção ofensiva. O que até poderia ter acabado por nos dar a vitória, mas a verdade é que face ao que jogámos, em especial na primeira parte, se isso acontecesse seria um caso evidente de 'melhor o resultado do que a exibição'.


Uma alteração forçada no onze titular, Rafa por Salvio, não justifica a fraquíssima produção da equipa na primeira parte. Levámos a lição muito mal estudada sobre este adversário, que jogando com uma agressividade muito superior à nossa na disputa das bolas e uma linha de pressão alta pareceu surpreender-nos. Na zona do meio campo então fomos superados em toda a linha, com o Pizzi e o Filipe Augusto completamente perdidos no mar de camisolas do Rio Ave que por ali apareciam - e com o último a fazer-me esquecer as boas indicações que tinha deixado no jogo contra o Belenenses e a deixar-me com saudades do Fejsa (eu não sou fã do brasileiro, já o disse várias vezes, e por isso acrescento ainda que depois do que vi hoje acho que o próprio Pelé seria mais útil no plantel, pelo menos para aquela posição). Com vinte minutos de jogo decorridos eu não tinha ainda visto um único remate da parte do Benfica, e jogadas de ataque poucas mais seriam. Com o Pizzi literalmente asfixiado a melhor hipótese seria o Jonas assumir as funções de criativo, mas até mesmo ele teve uma noite bastante desinspirada e tomou quase sempre as piores opções. Os passes, quando saíam, eram quase sempre tarde e apanhavam os nossos jogadores em posição irregular. Da parte do Rio Ave, não havendo um propriamente um assalto à nossa baliza, via-se muito maior certeza no ataque, com jogadas a envolver vários jogadores, e não fosse a inépcia do avançado deles (Guedes) poderíamos ter-nos visto em desvantagem mais cedo. Ainda na primeira parte tivemos o contratempo da lesão do Jardel, obrigando à entrada do Lisandro. De uma forma resumida, a primeira parte do Benfica foi mais ou menos uma constante falta de espaço e tempo para pensar e jogar devido ao mérito do Rio Ave em asfixiar-nos.



Pior do que a primeira parte era difícil, pelo que assistimos a uma ligeira melhoria na segunda. Conseguimos equilibrar a posse de bola (embora pareça difícil de acreditar, esta era favorável ao Rio Ave na primeira parte) e jogar um pouco mais subidos no terreno, mas era ainda pouco para aquilo que se exigia. O Rio Ave voltou a falhar o golo devido à inépcia do Guedes, que em posição privilegiada cabeceou para fora, mas pouco depois ele acabou por estar envolvido no golo. O Varela largou para a frente uma bola disputada com ele, e apareceu o inevitável Lisandro com a destreza do costume a enviar a bola para dentro da própria baliza. Estávamos a meia hora do final mas confesso que face ao que tinha visto até então pensei que já seria muito difícil evitarmos a derrota. Mas a nossa equipa reagiu ao golo e tornou-se mais perigosa no ataque, tendo ainda a felicidade de chegar ao empate poucos minutos depois, num penálti convertido pelo Jonas, assinalado por falta sobre ele mesmo. Ainda tínhamos metade da segunda parte para tentar chegar à vitória e acabámos por criar ocasiões para isso. Mas nessa altura o Cássio evidenciou-se, conseguindo negar o golo em pelo menos três ocasiões flagrantes, ao Rafa, Seferovic e Jiménez. Mas se é verdade que podemos estar agora a lamentar essas ocasiões perdidas, temos também que lamentar o pobre futebol que apresentámos durante dois terços do jogo devido à incapacidade de contrariar os argumentos que o Rio Ave colocou em campo. Esse foi um dos factores determinantes para estes dois pontos perdidos.


Não tenho grandes destaques a fazer na nossa equipa. A mediocridade a todos afectou e não houve quem possa estar particularmente satisfeito com a sua exibição. Na defesa quando muito o Luisão terá sido quem melhor se safou, e o Zivkovic entrou relativamente bem no jogo, mas não me consigo mesmo lembrar de mais ninguém.

Foram os primeiros pontos perdidos da época, e espero que sirvam de aviso para o resto da mesma. Primeiras partes como aquela a que assistimos hoje  normalmente até têm consequências ainda mais graves. Estivemos irreconhecíveis durante grande parte do jogo e naturalmente pagámos o preço disso.

P.S.- Não escreverei nada sobre os próximos dois jogos que disputaremos. Não é nenhuma medida de protesto; simplesmente estarei ausente e duvido que consiga sequer vê-los.

1 Comments:

At 8/28/2017 10:52 da tarde, Blogger joão carlos said...

Não acho que fomos surpreendidos o que aconteceu é que jogamos no meio campo com dois jogadores pouco agressivos que nenhum deles sabe particularmente bem recuperar bolas e ainda por cima em inferioridade numérica, se neste caso quando jogamos com um jogador que é excelente a fazer esse trabalho já temos muitas dificuldades quando nem isso temos é que vimos e só fomos aos poucos recuperando o meio campo e a iniciativa quando o desgaste do adversário se fez sentir.
Para mais temos de repensar a utilidade de dois avançados em jogos deste tipo, para mais quando nem sequer temos jogadores com as características ideais, e necessárias, para esta táctica no meio campo é que sem meio campo como foi o caso de nada nos serviu termos dois avançados dado que a bola pouco ou nada lá chegou ou quando chegava era em más condições e sem qualquer tipo de apoio.
Em cinco jogos disputados fomos obrigados a quatro substituições por lesão outras tantas, ou mais, após os mesmos vários condicionados por muito forte que seja um plantel, e este tem mais debilidades do que é habitual, e desejável, não aguenta tanta lesão neste momento o maior reforço é alguém que acabe de uma vez esta razia que se repete ano após ano, mas parece mais uma vez que vamos continuar a desvaloriza e com isso como tem acontecido não só a situação não se resolve como se agrava mais e ou encaramos isto como um problema grave, e pode ser que o consigamos resolver, ou vamos continuar a lamentar esta situação.

 

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