sábado, setembro 16, 2017

Miserável

De regresso de férias voltei a ver um jogo do Benfica, e mais valia não o ter feito. Uma exibição simplesmente miserável perante uma equipa que eu considero ser das piores do nosso campeonato, e uma consequente inaceitável derrota. 


Nem sequer conseguimos tirar partido de um golo madrugador que nos colocou em vantagem logo aos sete minutos de jogo para conquistar os três pontos que eram uma exigência absoluta. Agora que o jogo terminou até pode ser difícil de acreditar nisto, mas garanto que quando saímos para intervalo, face ao que tinha visto durante a primeira parte, disse para mim mesmo que seria muito difícil vencermos o jogo e que o mais provável seria mesmo uma derrota. Não é que a primeira parte tivesse sido um desastre absoluto (isso estava reservado para a segunda), porque até criámos mais uma ou outra ocasião para marcar, enquanto que o Boavista foi inofensivo. Mas com o resultado a manter-se na diferença mínima, e dada a insegurança da nossa defesa (hoje com a novidade do Rúben Dias no lugar do Lisandro) nos últimos jogos, as perspectivas não eram as melhores. E uma segunda parte simplesmente desastrosa confirmou isso mesmo. Neste momento uma equipa que jogue contra nós necessita de três ou quatro situações para nos marcar dois golos, e assim que o Boavista chegou ao empate tudo começou a ruir. O empate surge num lance digno de futebol dos distritais, em que uma molhada de jogadores do Benfica, a defender um lançamento de linha lateral, se comporta como se fossem os Keystone Cops (há sempre o Google para quem não perceber a referência) e é incapaz de afastar a bola, ficando depois a assistir enquanto um jogador adversário passa a direito pelo meio de todos eles e remata cruzado para o golo. 

Depois disto o Benfica apenas criou real perigo numa ocasião, através de um remate do Jonas. E se o primeiro golo sofrido já tinha sido ridículo, o que dizer do segundo? Um livre directo marcado a uma boa distância da baliza, com a bola a seguir direita às mãos do Varela, que de alguma forma consegue colocá-las de forma a que a bola batesse nelas e seguisse para dentro da baliza. Um frango daqueles que vai figurar em todas as compilações de lances anedóticos que se fazem no final das épocas. A partir daqui então foi o desnorte total, que aparentemente afectou também o banco. O Pizzi anda em sub-rendimento desde que se lesionou, e com isso sofre a equipa e a sua capacidade para construir lances de perigo. Em desvantagem, o nosso treinador teve a reacção de pânico habitual nestas situações em que se começa a lançar avançados para dentro do campo. O problema é que não basta tê-los lá; é necessário servi-los em condições. E certamente que retirar do campo um dos criativos da equipa (Zivkovic) não ajudará em nada a alcançar esse objectivo - para mim esta opção, embora já a antecipasse, foi muito difícil de aceitar. O que eu vi foram praticamente zero ocasiões de golo criadas desde que o Boavista se colocou em vantagem, porque passámos a jogar aos repelões e quase sem explorar as alas (o Grimaldo era o único que ainda ia fazendo um esforço, porque até o Rafa, que ao início até estava a conseguir furar pela direita, agora aparecia o quase sempre no meio). Perdemos, naturalmente, e desconfio que se neste momento o jogo ainda não tivesse acabado ainda por lá andaríamos sem sucesso a tentar marcar um golo.

De uma forma objectiva: perdemos, durante o defeso, três jogadores de altíssimo nível. O Ederson concedo sem discussão que é insubstituível, mas se era impossível arranjar de imediato um guarda-redes do mesmo nível, impunha-se pelo menos encontrar uma opção que nos garantisse mais tranqulidade, sobretudo se o Júlio César não está em boas condições. Já na defesa, e como o afirmei na altura, parece-me que o Jardel e o André Almeida, obviamente não sendo a mesma coisa, conseguem pelo menos no imediato fazer as posições sem demasiados sobressaltos. O problema é que depois não há mais opções. Ainda por cima se ficamos sem o Fejsa, que quando joga vai tapando buracos e disfarçando algumas lacunas na defesa. O Filipe Augusto, lamento ter que estar a reafirmá-lo, não é para mim uma opção válida ao Fejsa (para mim nem teria lugar no plantel, e vou continuar a dizer que para isto preferia o Pêpê que foi emprestado ao Estoril). Não me parece que seja coincidência que assim que o Fejsa e o Jardel se lesionaram (situação agravada por uma lesão do Pizzi da qual ele parece ter regressado a jogar a um nível manifestamente inferior ao que apresentou no arranque da época) o rendimento da equipa tenha caído a pique. 

A equipa de futebol do Benfica atravessa nesta altura, no que diz respeito à qualidade de jogo, uma situação que me parece apenas comparável à que vimos no arranque da era Rui Vitória (este resultado terá equivalência à derrota que na altura sofremos contra o Arouca, com a agravante de não nos podermos sequer tentar justificar com graves erros de arbitragem). Na altura, depois de muito sofrimento, apenas a conseguimos ultrapassar com muita união e foco nos objectivos. É a isto que nós benfiquistas temos que apelar agora.

1 Comments:

At 9/18/2017 12:29 da tarde, Blogger joão carlos said...

Não é apenas uma má exibição e um mau resultado é uma sucessão de más exibições e maus resultado isto porque falta qualidade e se em anos anteriores um ou outro desequilíbrio no plantel e no onze, a que se somavam as leões, eram colmatados pelo restante plantes este ano em que se mantém as duas que já vem do ano anterior se somou mais debilidades em quatro posições não existe equipa que aguente alem de que algumas, para não dizer muitas das opções são muito discutíveis, isto para não falar num plantel extenso em demasia em quantidade, e escasso em qualidade, que por ter muitos que não jogam mais difícil é de controlar e de manter um bom ambiente.
Para mais as substituições, que volta não volta não eram nada boas, agora são por vezes patéticas na primeira com o adversário a crescer, com o resultado escasso e com o previsível desgaste do jogo a meio da semana poderia ter sido aproveitada aquela forçada alteração para reforçar o meio campo mas não vai de meter um jogador inócuo e que nem sequer defende depois em desvantagem a substituição de sempre que nada trás de novo porque é uma confusão no ataque em que jogador se tropeçam uns nos outros, desequilibrada atrás e que cujos resultados tem sido sempre nulos.
Se é uma verdade que foi a defesa o sector mais desfalcado e que não foi colmatadas como deve ser as saídas nem tem residido ai os maiores problemas tem sido o meio campo, mais especialmente o miolo, que temos tido os problemas quer na produção ofensiva, que tem sido muito má, quer na defensiva que não tem existido colocando por isso depois a defesa em problema, fazendo evidenciar todas as suas debilidades, alias a falta que o nosso trinco, o único no plantel, nos faz nem é tanto tapar buracos na defesa mas tapar as debilidade do meio campo e permitir mais liberdades aos criativos

 

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