domingo, fevereiro 10, 2013

Claro

É claro que deixámos pontos na Madeira. Há jogos assim, em que muito antes do apito inicial já temos um mau pressentimento. É um campo onde o Benfica costuma ter dificuldades, contra uma equipa treinada por um inimigo do Jorge Jesus que tem muita experiência na Liga. Depois vemos o suposto 'melhor árbitro do mundo', que infelizmente deve ser o aquele com quem o Benfica terá o pior registo de vitórias na Liga, ser nomeado para este jogo e o mau pressentimento adensa-se.

O Benfica também entrou no jogo quase como que a querer confirmar tudo isto. Com a novidade Urreta a titular na esquerda, a equipa entrou quase que a dormir. Nos primeiros cinco minutos o Nacional ameaçou uma vez, ameaçou duas, e à terceira marcou mesmo, num lance em que a nossa defesa fez uma figura ridícula, pois três dos quatro defesas (a excepção foi o Garay) ficaram parados a pedir fora-de-jogo (inexistente) enquanto o Nacional aproveitava para marcar facilmente. Nem o golo pareceu espevitar a equipa, que no entanto acabou por ser bafejada pela sorte, já que aos quinze minutos, e praticamente da primeira vez que subimos à área adversária, o cruzamento do Luisinho foi desviado pelo Mexer para dentro da sua própria baliza. Este golo foi seguido quase de imediato por um lance em que o Lima colocou a bola no poste, e a partir daqui vimos um Benfica transfigurado, que foi imensamente superior ao adversário, dominando em todos os aspectos do jogo. O segundo golo acabou por surgir pois com toda a naturalidade, num grande pontapé do Urreta na marcação de um livre, a cerca de dez minutos do intervalo. O Benfica conseguia assim, no espaço de meia hora, executar a difícil tarefa de inverter uma situação que uma má entrada no jogo tinha provocado, e dada a superioridade que ia demonstrando era de acreditar que seria possível agora partir para um jogo mais descansado.

O início da segunda parte reforçou essa ideia, pois o Benfica entrou no mesmo registo, com domínio no jogo e ameaçando chegar ao terceiro golo. Só que desta vez foi o Nacional a marcar contra a corrente do jogo, com oito minutos decorridos e também praticamente na primeira vez em que chegou à nossa área na segunda parte. O remate foi do Mateus, tendo o Artur ficado mal no lance, pois a sensação com que ficamos é a de que poderia ter feito bastante melhor. O Benfica acusou o golo e perdeu o controlo do jogo, que ficou algo 'partido', com os ataques a sucederem-se de parte a parte em ritmo elevado. Quando o jogo se foi aproximando dos minutos finais o Nacional recuou progressivamente para mais perto da sua área, e o Benfica dispôs de algumas ocasiões para chegar ao golo da vitória, mas este foi-nos negado ou pelo guarda-redes, ou pela falta de pontaria dos nossos jogadores. Os jogadores do Nacional também aproveitaram para tentar queimar tempo e o Cardozo deixou-se levar nisso e fez-se expulsar de forma idiota, pois deu um pontapé no jogador do Nacional que estava a segurar a bola e a atrasar o jogo. Durante o tempo de descontos o peneirento do Proença ainda aproveitou para expulsar o Matic com um vermelho directo e certamente agradar a algumas pessoas (não custa muito lembrarmo-nos de quem, de há umas semanas a esta parte, tem andado a esforçar-se para colar o rótulo de violento a um dos jogadores mais importantes na nossa estratégia). Houve apenas uma repetição do lance, num ângulo pouco esclarecedor, mas custa-me acreditar que tenha havido alguma cotovelada intencional quando o Matic está de costas, sem ter sequer os braços levantados, e é o jogador do Nacional quem parece ser o principal responsável pelo contacto.

Não vi grandes motivos para destaques nos jogadores do Benfica hoje, mas é justo mencionar que o Urreta foi uma agradável surpresa, entendendo a sua substituição apenas se tiver sido devido a algum cansaço por falta de ritmo de jogo.

Concordo com o Jorge Jesus quando diz que este empate não será certamente um passo atrás na luta pelo título - seria ridículo começar a atirar a toalha depois deste resultado (até porque o 'Portelona', acabei de saber, não conseguiu vencer o Olhanense em casa). Mas também não foi um passo em frente. Terá sido quanto muito um passo em falso, porque tenho a convicção de que uma vitória neste jogo, ainda por cima arbitrado pelo Proença, seria uma motivação muito forte para o que resta do campeonato - seria uma demonstração de força e solidez da nossa equipa. Perdemos esta oportunidade, mas o essencial é manter a calma e continuarmos a procurar ser competentes e sérios na abordagem aos nossos jogos. E isso implica não voltar a ter entradas em jogo como a desta tarde.

1 Comments:

At 2/11/2013 7:53 da tarde, Blogger joão carlos said...

Praticamente todos nós antevemos que íamos ser roubados e que para sairmos de lá com a vitoria tínhamos que ser perfeitos, mas nem os dirigentes fizeram qualquer coisa que evita-se essa roubalheira nem o trabalho feito junto dos jogadores resultou, só assim se explica aquela entrada e a maneira como nos deixamos levar no fim pelas picardias, a primeira expulsão é exagerada não existe intenção de agredir apenas de tirar a bola o mais rápido possível, ainda assim isto em nada desculpa a atitude do nosso jogador que já devia ter aprendido a não se deixar levar neste tipo de situações, mas já sabemos que contra nós são todos sempre mais rigorosos agora a segunda expulsão é aberrante é que eu fiquei com duvidas é que tenha sido feita do nosso jogador e só o simples amarelo em caso de falta já era exageradíssimo, mas eu não sei porque ainda me surpreendo com estas coisas desde que em oitenta o Humberto apanhou três jogos de castigo por um amarelo tudo é possível.
Não percebo a segunda substituição tirar o nosso melhor jogador em campo e aquele a quem tudo estava a sair bem desde o golo que marcou não tem nenhuma explicação ainda mais deixando em campo o nosso médio direito que estava em noite não e esse sim em deficit físico claro, se eu como já disse aqui tenho dificuldades em perceber substituições no ultimo minuto mesmo a vencer ainda percebo menos com a necessidade de vencer fazer entrar um jogador a quatro minutos do fim não tem pés nem cabeça é pura estupidez.
Não partilho do vosso optimismo continuamos em desvantagem e ainda vamos ao campo do nosso adversário directo e para piorar mais as coisas já desperdiçamos duas oportunidades de nos colocarmos em vantagem sobre o nosso adversário e como a historia nos tem mostrado quando não aproveitamos as oportunidades depois pagamos caro por isso e uma equipa que esta a vencer não pode sofrer um golo de contra ataque e ainda por cima da forma como o sofreu são erros que não nos podemos dar ao luxo de sofrer.

 

Enviar um comentário

<< Home