sexta-feira, fevereiro 15, 2013

Gestão

Mesmo com a prometida gestão do plantel a ter lugar, o Benfica conseguiu arrancar uma preciosa vitória na Alemanha, fruto de uma exibição concentrada e solidária, e que nos coloca numa posição muito vantajosa na eliminatória. E bem mereceram este triunfo os muitos adeptos benfiquistas que esta noite por vezes fizeram BayArena soar como a Luz. Fantástico apoio.


A gestão do plantel para o jogo da Académica não foi apenas uma promessa oca, e Maxi Pereira, Enzo Pérez, Salvio e Lima ficaram fora do onze inicial. O Leverkusen entrou forte no jogo, mas o Benfica mostrou sempre bastante frieza e organização, sustendo com alguma facilidade o ímpeto inicial do adversário, e depois conseguindo baixar o ritmo do jogo para um nível mais do seu interesse. Mesmo mantendo um pouco mais da iniciativa no jogo e rematando mais, a verdade é que o Leverkusen por raras vezes conseguiu levar perigo à nossa baliza. O Benfica também não foi particularmente activo no ataque, onde o Cardozo e o Gaitán passaram bastante tempo praticamente afastados do jogo - apenas um remate do André Almeida e um outro lance em que o Ola John demorou demasiado tempo e desperdiçou uma boa ocasião para rematar com perigo animaram um pouco as coisas. Com o decorrer do tempo conseguimos guardar cada vez mais a bola, com trocas sucessivas de passes entre os nossos jogadores, e na fase final da primeira parte o Leverkusen praticamente já nem tentava pressionar-nos para recuperar a bola, visto que essas tentativas eram quase sempre infrutíferas. Perto do final, uma contrariedade para o Benfica na lesão do André Gomes, que teve que ser substituído pelo Enzo.


O Leverkusen voltou a entrar forte na segunda parte, dispondo de uma boa ocasião logo a abrir, e instalou-se depois no nosso meio campo, fruto de uma maior velocidade e agressividade que impôs no jogo. Com maior ou menor dificuldade o Benfica foi controlando os acontecimentos, até que ao fim dos primeiros quinze minutos surgiu o momento decisivo da partida. Primeiro, o Leverkusen quase marcou, valendo a intervenção do Enzo e do Artur para evitar o golo. No canto que se seguiu, o Benfica construiu um lance de contra-ataque bastante rápido que acabou no golo do Cardozo, que com muita calma e classe recebeu a bola do André Almeida (grande simulação do Gaitán a deixar passar a bola), evitou um defesa adversário e depois picou a bola à saída do guarda-redes. O golo motivou uma reacção forte dos alemães, que nos minutos seguintes pressionaram bastante e estiveram perto de empatar, mas a nossa defesa, e em particular o Artur, foi dando resposta adequada aos lances de perigo. E entretanto o progressivo balanceamento para o ataque do Leverkusen ia proporcionando muito mais espaço atrás para os nossos contra-ataques, o que nos dava hipóteses de marcar um segundo golo e praticamente arrumar com a eliminatória. Por duas vezes o Ola John teve essa oportunidade nos pés, mas numa delas o chapéu saiu demasiado alto, e na outra rematou contra o pé do guarda-redes. Fora essas situações, outras houve em que acabámos por não criar perigo devido ao último passe sair mal (algumas vezes de forma inacreditável). No penúltimo lance do jogo quase borrámos a pintura, valendo-nos um corte do Melgarejo sobre a linha de golo para evitar o golo do empate.


Bom jogo colectivo por parte de toda a equipa. O Artur esteve hoje bem, e aproveitou para se redimir do erro na Madeira. O Matic destacou-se mais na primeira parte, e na segunda parte foi o Enzo Pérez quem mais deu nas vistas no meio campo - entrou bem no jogo e teve até um rendimento superior ao que o André Gomes estava a ter. O Gaitán subiu muito de rendimento na segunda parte, quando recuou no terreno para actuar mais como médio (o que não era difícil, dado que na primeira parte praticamente não esteve em jogo). O André Almeida voltou a mostrar que é uma alternativa muito válida ao Maxi. Fez um jogo seguro, subiu no terreno com ponderação, e foi decisivo no lance do golo. Não gostei do Ola John hoje.

Após décadas sem uma única vitória na Alemanha, conseguimos vencer lá nas duas últimas deslocações, sob o comando do Jorge Jesus. Repito uma vez mais aquilo que já escrevi noutras ocasiões: para mim não me passa pela cabeça trocar de treinador no final da época, independentemente daquilo que ainda possa vir a suceder. O jogo de hoje foi mais uma exibição de algumas das qualidades que o Benfica tem tido durante praticamente toda esta época: concentração, disciplina táctica, capacidade de trabalho e humildade. A valia do Leverkusen não permite pensar que esta eliminatória já está resolvida. Mas o resultado de hoje terá facilitado, e muito, a nossa tarefa da próxima semana.

1 Comments:

At 2/16/2013 5:06 da tarde, Blogger joão carlos said...

O post esta muito bem conseguido.


Neste jogo acabamos por ter uma pontinha de sorte, sempre necessária para um grande resultado, a mesma que nos acabou por faltar no jogo anterior.
Neste jogo tivemos o retrato fiel daquilo que é o nosso principal avançado passou na grande maioria do tempo ao lado do jogo mas na sua única oportunidade não perdoou e fez aquilo que sabe melhor fazer marcar, eu percebo que mesmo sendo uma maquina de fazer golos dadas as suas características as pessoas não o considerem um ídolo isso eu entendo perfeitamente o que eu não percebo é como é que existem pessoas que não gostam do homem, é que mesmo que ele só saiba marcar golos isso só por si devia chegar não nos podemos nunca esquecer que o objectivo do jogo é marcar golo e só marcando golos é que se ganha e que de nada nos vale jogar bem se não marcarmos por isso só temos de gostar de quem marca muitos golos mesmo que só isso que ele saiba fazer o que já é muito.
Que a rotação com critério que tem vindo a ser feita seja para continuar e que não se cometa os erros dos últimos anos em especial os últimos dois em que utilizamos até á exaustão sempre os mesmos jogadores, alias os melhores, se continuarmos neste caminho será um passo em frente para não termos a equipa em queda nos últimos jogos da época.

 

Enviar um comentário

<< Home