domingo, novembro 24, 2013

Sofrida

Vitória feliz e sofrida, num jogo difícil e após uma exibição sofrível do Benfica. Mas apesar da qualidade ter andado bastante arredada do nosso jogo, pelo menos a equipa nunca baixou os braços e manteve uma boa atitude, acabando por ser recompensada no final.


Algumas ausências na nossa equipa esta noite, a começar logo pelo banco, onde o Jorge Jesus não se pôde sentar por estar a cumprir suspensão. Alterações na defesa, onde o Siqueira regressou, empurrando assim o Sílvio para a direita e o André Almeida para fora do onze. Havia também a curiosidade sobre quem seria o escolhido para ocupar o lugar do Rúben Amorim, acabando a escolha por recair no Djuricic. Finalmente, no ataque, destaque óbvio para a presença do Lima, com o Cardozo a ficar fora dos convocados. Relativamente aos últimos jogos, pareceu-me que o Rúben e o Cardozo fizeram muita falta. O Cardozo pelos golos, obviamente, e o Rúben porque vinha sendo o principal municiador do ataque, com diversos passes de rotura para criar situações de perigo. O Braga não foi uma equipa nada fácil: apresentou-se sempre muito bem organizado, com as linhas fechadas em frente à sua área, dando muito pouco espaço para que o Benfica procurasse os caminhos para a baliza. O Benfica também ajudou a complicar: jogámos a uma velocidade que em nada ajudaria a desequilibrar a estrutura do Braga, e insistimos demasiado pelo centro, porque o Markovic passou o tempo todo a fugir para o centro, deixando-nos sem um verdadeiro ala direito - O Sílvio foi quem tentou assumir essa função, mas esteve perfeitamente desastrado na altura de centrar. Com dificuldades em construir jogadas de ataque, e quase sempre pouca gente na zona de finalização - o Djuricic passou ao lado do jogo, e o Lima teve mais uma exibição a dar sequência à desilusão que tem sido esta época - foram raríssimas as ocasiões de golo que criámos. Acho que contei apenas uma após um canto, em que o Matic, quase à vontade no meio da área, rematou para onde estava virado (para fora). A melhor ocasião pertenceu mesmo ao Braga, num remate do Éder que o Artur ainda conseguiu desviar para a barra. Resumidamente: muita posse de bola do Benfica sem grande produção ofensiva para mostrar.


O Braga pareceu entrar melhor na segunda parte, e durante os primeiros minutos chegaram-se até a ouvir alguns assobios à nossa equipa - a única ocasião em que isso aconteceu durante toda a partida, pois de resto o apoio do público foi constante. Foi nesta altura que, pela segunda vez no jogo, vimos a bola embater na barra da nossa baliza, depois de um remate de fora da área do Rafa que não daria qualquer possibilidade de defesa ao Artur. Só depois o Benfica pareceu despertar um pouco, mas voltámos ao cenário da primeira parte, com o Braga muito bem organizado na defesa mas agora a parecer capaz de sair melhor para o contra-ataque, e o Benfica a mostrar pouca inspiração e capacidade para baralhar a organização adversária. Criámos uma boa ocasião, que o Markovic rematou disparatadamente por alto após centro rasteiro do Djuricic, e já com o Ivan Cavaleiro no lugar do primeiro criámos outra, numa tabela entre ele e o Siqueira, para uma grande defesa do Eduardo. Pouco tempo depois disso, quando já faltavam pouco mais de quinze minutos para os noventa, chegámos ao golo. Face à desinspiração colectiva, não foi por isso surpresa que tivesse surgido numa insistência individual: o Matic pressionou e recuperou a bola na zona defensiva do Braga, e depois entrou na área pela esquerda e rematou cruzado e rasteiro para o poste mais distante. Obtido o importante golo, o Benfica procurou diminuir o ritmo do jogo, mas sem grande sucesso, pois não fomos capazes de fazer uma gestão da posse de bola eficaz. Também fomos desastrados no aproveitamento dos espaços que o Braga passou a dar atrás na sua tentativa de chegar ao empate. Mas por outro lado o Braga também não conseguiu responder ao nosso golo, e pese um maior balanceamento ofensivo, nunca conseguiu colocar a nossa baliza em perigo.


O destaque do Benfica vai para o Matic por ter marcado o golo que decidiu o jogo, especialmente sendo numa jogada de sua exclusiva iniciativa. Gostei também do Enzo, apesar de por vezes ter demorado demasiado a soltar a bola. O Djuricic passou praticamente ao lado do jogo - não me parece que ele encaixe na nossa táctica, e parece passar grande parte do jogo algo perdido em campo. O Markovic fez um jogo péssimo: não se assumiu como extremo, ajudando a afunilar o nosso jogo, perdeu inúmeras bolas de forma quase infantil, e exibiu uma atitude competitiva que deixou muito a desejar, voltando as costas à bola por diversas vezes ou recuperando a passo de cada vez que a perdia. O Lima continua na sua senda desinspirada, e não sei se terá conseguido fazer alguma contribuição positiva durante todo o jogo.

É mais um daqueles jogos em que se tem que dizer que o mais importante foi que ganhámos. E melhor ainda, esta vitória permitiu-nos recuperar dois pontos para o primeiro lugar. O resto, se jogámos bem, se jogámos mal, são pormenores. Prefiro que aconteça como hoje, em que a exibição foi sofrível e ganhámos, do que o que aconteceu em Atenas, onde demos espectáculo e perdemos.

1 Comments:

At 11/24/2013 6:55 da tarde, Blogger joão carlos said...

O post mais uma vez esta com a qualidade que nos tens habituado.


Fazer deslocar um ou outro jogador da posição onde eles produzem mais por interesse da equipa pode em alguns casos ser benéfico quer para a equipa quer até para o jogador como já aconteceu, mas agora faze-lo a praticamente metade da equipa não só não beneficia a equipa, até pelo contrario, como para os jogadores é mau já que eles tendem a ir para a posição em que se sentem melhor acabando por nem fazer bem nem uma nem outra e só um treinador arrogante e teimoso é que continua a insistir nestas situações.
A quantidade de lesões que a equipa vem a sofrer é alarmante e lançar cedo de mais jogadores que vem de lesão não acho que seja a melhor solução não só pelo risco de recaída como pela quantidade enorme de substituições forçadas que somos abrigados a fazer.
Temos dois ou três jogadores que pela sua juventude e logo imaturidade estão neste momento da carreira talhados para serem suplentes utilizados e não titulares já que no primeiro caso trazem irreverência e velocidade, que grande parte dos que estão em campo já não tem, e deste modo agitam o jogo em contraponto quando são titulares diluem essas qualidades e não são notados insistir na sua titularidade não trás nada de novo à equipa e perdemos um trunfo que a ser lançado na hora certa pode ser decisivo e não se percebe porque insistir nisso quando soluções é o que não faltam na equipa.

 

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