sábado, novembro 02, 2013

Três

Jogo resolvido com dois golos no espaço de três minutos, e vitória por três a zero no final. Mais um pequeno passo dado na tentativa de recuperação dos níveis exibicionais e de confiança da nossa equipa. Hoje tivemos o seguimento natural do último jogo, frente ao Nacional, com nova exibição segura e o triunfo mais claro e tranquilo da época.


Apenas duas alterações no onze do Nacional: Lima e Cortez em vez de Siqueira e Rodrigo. As recordações que tenho dos nossos últimos jogos em Coimbra não eram as melhores: dois empates, com forte influência da arbitragem, e exibições pouco conseguidas. O jogo desta noite também não começou de forma muito promissora. Não é que jogássemos mal, porque desde o início que o Benfica me pareceu jogar com alguma segurança e manter o adversário muito bem controlado. O maior problema pareceu-me ser a velocidade que imprimimos ao jogo - demasiado lenta para que parecesse provável chegarmos ao golo. As jogadas mais promissoras surgiam invariavelmente quando o Gaitán deixava a ala esquerda para aparecer no meio, nas costas dos avançados, onde podia criar lances de maior perigo, tendo sobretudo a colaboração do Enzo nas tentativas de imprimir maior velocidade. Até que um pouco depois da meia hora a qualidade individual dos nossos jogadores acabou por fazer a diferença. Logo a seguir a um remate perigoso do Gaitán, que obrigou o guarda-redes da Académica a aplicar-se, o Cardozo desferiu um remate cruzado e rasteiro ainda de fora da área, que inaugurou o marcador. Talvez o Benfica não estivesse a ser propriamente brilhante até então, mas estava claramente a ser a melhor equipa no jogo e a única que merecia chegar ao golo. Três minutos depois, após um centro do Gaitán, dois defesas da Académica embrulharam-se com o Cardozo na disputa da bola, que acabou por cair sobre a cabeça de um dos defesas e entrar na baliza. Com esse segundo golo, e face ao que tinha visto até então, fiquei com muito poucas dúvidas sobre o desfecho final do jogo, pois apesar do muito tempo que ainda havia para jogar achei que só mesmo uma hecatombe poderia evitar a nossa vitória.


A segunda parte encarregou-se de confirmar esta ideia. O Benfica, tranquilo sobre a vantagem de dois golos, teve sempre o jogo controladíssimo, e pareceu-me que a nossa equipa fez uma óptima gestão de esforço e da posse de bola, sobretudo considerando o jogo europeu que se segue. Mesmo a jogar sem grande intensidade, tive sempre a sensação de que o terceiro golo estava mesmo ali ao nosso alcance e poderia surgir a qualquer momento. A subida de rendimento da dupla Enzo/Matic foi notória neste jogo, e os resultados práticos disso também. O controlo do Benfica no jogo ficou ainda mais evidente nos minutos finais, quando o meio campo foi reforçado com a entrada do Rúben para o lugar do Lima. Chegámos a ver o Benfica trocar a bola entre os seus jogadores, a toda a largura do campo, durante largos períodos de tempo, sem que a Académica fosse capaz de recuperá-la. E quando era o adversário a ter a bola, as linhas de pressão mais subidas com que o Benfica jogou permitiam a rápida recuperação da mesma - isto já esteve bem mais próximo daquilo a que esta equipa me habituou a ver. A recompensa surgiu a quatro minutos do final, num bom passe do Rúben para a desmarcação do Markovic, que depois, com um simples toque na bola, concluiu a jogada com classe para assinar o golo mais bonito da noite, colocando a bola sobre o guarda-redes à saída deste. Pareceu-me que houve alguma vontade de classificar o resultado como exagerado, mas para mim foi uma expressão perfeitamente natural daquilo que se passou em campo. O Benfica foi claramente superior, controlou o jogo como quis e sem grande esforço, e o resultado avolumou-se de forma natural.


Matic a subir de forma, Enzo mais uma vez em bom plano e o Cardozo outra vez decisivo. Gostei também do Gaitán e da segurança dos nossos centrais. Ainda não consego partilhar do entusiasmo geral em relação ao Ivan Cavaleiro. É um jogador esforçado, mas por enquanto ainda não me parece pronto para a equipa principal do Benfica, e deverá perder o lugar assim que os lesionados recuperarem.

Vitória importante, quer pelos números, quer pela exibição segura associada. Ainda por cima num campo que ultimamente vinha a ser problemático para nós. Não está a ser um processo fácil, mas creio que é notória alguma evolução no estado anímico da equipa e na qualidade do nosso jogo nos últimos tempos. Apesar do pouco interesse que a competição me desperta, espero que em Atenas possamos manter esta tendência.

2 Comments:

At 11/02/2013 7:35 da tarde, Blogger joão carlos said...

A analise ao jogo esta mais uma vez muito bem conseguida.


Aquilo que mais gostei foi a forma como na segunda parte a equipa trocou a bola com segurança, confiança e sem precipitações coisa que noutras épocas nunca consegui fazer de modo eficaz e quando o pretendia fazer era sempre de forma precipitada e que invariavelmente acabava em golo sofrido.
Uma especial nota para o rais-parta-o-gajo-que-a-única-coisa-que-sabe-fazer-é-marcar que continua a fazer historia e que ultrapassou Nuno gomes e só para termos noção do feito ele levou apenas seis épocas e alguns jogos para fazer aquilo que Nuno Gomes fez em treze épocas, notável.
Mais uma vez a indecisão, desta vez sem qualquer explicação, nas substituições desta vez na segunda que demorou uma eternidade a acontecer e se ela não tivesse demorado tanto tinha-se evitado um amarelo que nada significou para este jogo mas que pode ter consequências para jogos futuros.

 
At 11/04/2013 8:38 da tarde, Anonymous Anónimo said...


mesmo que o lixo azul e verde não goste !.
n´s sim estamos a começar a tentar sair de um atoleiro onde nos meteram ..

o tacuara merece tudo da família Benfiquista POIS E UM grandíssimo jogador do glorioso ..

 

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