quarta-feira, fevereiro 17, 2016

Justa

Uma boa reacção ao mau resultado no último jogo e uma vitória justa, mesmo que arrancada no último suspiro do jogo, sobre o Zenit no regresso à Champions.


Apresentando um onze sem qualquer surpresa, o Benfica foi sempre a equipa que mais procurou a vitória, frente a um Zenit que pareceu mais preocupado em levar da Luz um nulo do que em obter um sempre valioso golo fora de casa. Apesar de só a vitória interessar o Benfica nunca se lançou deliberadamente ao ataque, o que me pareceu natural dado que se tratava de um jogo da Champions League, onde os erros defensivos normalmente se pagam muito caro. As nossas saídas para o ataque foram quase sempre feitas de forma racional e cautelosa, pelo que os desequilíbrios foram raros. Frente a um Zenit mais preocupado com a segurança defensiva e que atacava quase sempre com pouca gente (praticamente apenas com os três jogadores mais adiantados) isto resultou numa primeira parte monótona, com o Benfica a ter muito mais posse de bola mas em que os dedos de uma mão chegam e sobram para contar o número de ocasiões de golo das duas equipas juntas. A postura das equipas não só se manteve como se acentuou na segunda parte, e ainda mais à medida que o final do jogo se foi aproximando. Creio que contei apenas um remate do Zenit feito na direcção da baliza, enquanto que o Benfica foi aproveitando a quebra física dos russos para carregar mais na procura de um golo que parecia mesmo que não iria surgir, sobretudo depois do Gaitán desperdiçar aquela que até à altura foi a melhor ocasião de golo de todo o jogo. Foi já em período de descontos que na sequência de um livre (que custou a expulsão por acumulação de amarelos do lateral esquerdo do Zenit, Criscito) marcado pelo Gaitán, o Jonas apareceu no meio da área, num cacho de jogadores, a cabecear para o merecido golo, com a bola a entrar bem junto do poste. Até final ainda deu tempo para o Benfica voltar a ameaçar num bom remate do Samaris, que obrigou o guarda-redes a uma defesa mais apertada.


Creio que merece destaque a exibição do jovem Lindelöf no centro da defesa. Tem correspondido desde que foi chamado a assumir a titularidade e hoje, num jogo da Champions, não tremeu e terá feito o seu melhor jogo pelo Benfica até agora. Isto quando teve quase sempre que travar uma luta algo desigual com o gigante Dzyuba. Uma boa indicação, até porque terá que jogar a segunda mão, já que o Jardel estará suspenso e certamente que ainda não haverá Luisão. Quero mencionar também o jogo que o Eliseu fez, ate porque não sendo um portento de jogador ainda assim acho sempre que leva muito mais 'porrada' dos benfiquistas do que aquela que merece. Hoje esteve praticamente impecável e conseguiu controlar sem grandes problemas o Hulk, que seria em teoria o jogador mais perigoso para nós. Não sei se terá sido ultrapassado uma única vez. Depois, nos mais habituais, há sempre espaço para mencionar o Renato Sanches, que continua a ser o pulmão da equipa.

Uma vitória por 1-0 em casa é um bom resultado na Champions. Evitámos conceder um sempre comprometedor golo em casa, e partimos para o segundo jogo em vantagem e sabendo que se marcarmos um golo na Rússia tornaremos a tarefa muito complicada ao Zenit. E tendo em conta a apetência que a nossa equipa tem para marcar golos, não parece de todo improvável que o consigamos fazer. Por agora, é tempo de nos focarmos no campeonato e voltarmos a mostrar que o que aconteceu da última jornada não passou de um jogo menos feliz.

1 Comments:

At 2/17/2016 7:09 da tarde, Blogger joão carlos said...

Post conciso e com a qualidade que nos tens habituado.


Acabamos por marcar de bola parada factor sempre decisivo e importante nestes jogos muito equilibrados e muito tácticos aspecto em que não temos tido especial destaque esta época e tal como os vários lances que o antecederam neste jogo não acho que seja por uma má preparação deste tipo de lances mas por serem quase sempre muito mal executados no aspecto técnico, então neste jogo foi por demais evidente, a quantidade de cantos e livres em que a bola nunca chegou em condições fosse qual fosse a ideia pretendida foi absurda.
O nosso defesa esquerdo teve muito bem defensivamente tirando um ou outro lance em que foi displicente, por excesso de confiança, em que tirou partido da sua experiencia mas o mais grave nele são os erros técnicos e foram vários neste jogo nas saídas para o ataque a quantidade de bolas que ele perde sem que esteja pressionado é enorme então bolas perdidas por adiantar demasiado a mesma ou passes sem grande dificuldade que são falhados são enormes e este tipo de falhas não deveriam acontecer a um jogador que se quer titular, ele para mim até tem qualidade para ser um bom suplente mas é curto para o que se pede e espera de um titular, mas uma coisa é certa a culpa não é dele mas de quem achou que ele tinha qualidade para ser o titular da equipa.
Pelos vistos passamos do oito ao oitenta andamos alguns jogos a ter uma eficácia absolutamente espantosa para agora passarmos para o outro extremo e temos tido agora uma eficácia quase deplorável já sabíamos que a primeira era impossível de manter agora não precisávamos era de ir tão longe nem de o manter é preciso voltar a ser mais eficaz não se exige voltarmos aquela eficácia de grande nível mas pelo menos alcançarmos um meio termo esse sim é que se exige.

 

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