Resposta
A melhor resposta possível à péssima exibição europeia a meio da semana. Exibição convincente, vitória por números esclarecedores e redução da diferença que nos separa do topo da tabela imediatamente antes da visita ao líder.
O onze inicial teve os regressos do Grimaldo, Krovinovic e Cervi, sendo de notar a passagem do Diogo Gonçalves de titular a não convocado. O Setúbal do Couceiro, fiel à sua tradição, repetiu a gracinha de escolher o campo ao contrário. Também fiel à tradição, esse estratagema não lhes serviu de nada. A entrada do Benfica no jogo foi fortíssima e logo aos sete minutos já estávamos em vantagem. Um golo do Luisão na sequência de um livre indirecto, em que a bola foi tocada primeiro pelo Jardel, que assistiu o colega do centro da defesa para o remate final. Uma das acusações frequentes à nossa equipa esta época tem sido a falta de aproveitamento nas bolas paradas, mas hoje nada disso se passou. Já tínhamos criado perigo nestes lances e continuámos a criá-lo após do golo. O Setúbal tentou esboçar uma ténue reacção ao golo e até conseguiu criar uma situação perigosa, que foi salva com um grande corte do André Almeida aos pés do Paciência - felizmente desta vez, ao contrário do jogo em Moscovo, ele não ficou parado a pedir fora-de-jogo. Mas o Benfica esteve sempre por cima no jogo, e depois de várias ameaças, com o guarda-redes do Setúbal em destaque, chegou mesmo ao segundo golo, a cinco minutos do intervalo. Mais uma bola parada, desta vez um pontapé de canto, e o Pizzi a fazer a bola ir direita a um cabeceamento fulgurante do Jonas, que assim assinou o seu centésimo golo pelo nosso clube. O Benfica já tinha mostrado até então que este jogo era diferente para melhor, mas este segundo golo foi certamente um tónico para os jogadores, que lhes permitiu maior tranquilidade e consequentemente soltarem-se para mostrar a qualidade que possuem. E a confiança terá certamente aumentado quando, mesmo à beira do intervalo, o Setúbal ficou reduzido a dez, depois do Nuno Pinto ter feito uma entrada de carrinho sobre o Luisão, que progredia surpreendentemente com a bola pela lateral direita. À saída para o intervalo, creio que ninguém teria dúvidas sobre o vencedor do jogo. Incluindo os nossos jogadores.
E a confiança com que entrámos na segunda parte foi imediatamente recompensada, com o terceiro golo a surgir logo aos três minutos. Marcou-o o Salvio, na conclusão de uma boa jogada de equipa pelo lado direito, em que a bola foi muito bem trabalhada até ao passe final do Pizzi para a entrada do Salvio na área. O Benfica neste jogo nunca se acomodou ao resultado, e mostrou sempre ambição para fazer mais. Sentindo-se tão superior na partida e o adversário completamente desnorteado, foi atrás do melhor resultado possível e as substituições deram ainda maior balanceamento ofensivo à equipa, começando pela troca do Grimaldo pelo Zivkovic, com o Cervi a passar a ocupar a posição de lateral esquerdo. Posteriormente entrou o Seferovic para que nos minutos finais voltássemos ao 4-4-2. O nosso lado direito esteve sempre muito activo, com o André Almeida bastante balanceado no ataque, o Pizzi a cair frequentemente para esse lado e o Salvio a fazer diagonais frequentes para o centro. O jogo só prometia mais golos e no espaço de dois minutos, entre os 66 e os 68, somámos mais dois à nossa conta - e isso só não aconteceu antes porque o guarda-redes do Setúbal continuava inspirado e porque o auxiliar que acompanhava o nosso ataque conseguiu interromper mais uma boa jogada assinalando um fora-de-jogo num lance em que o Pizzi estava uns quatro ou cinco metros em jogo. O quarto golo é um grande golo do Jonas, que no interior da área aproveitou um toque de cabeça do André Almeida para trás, e encheu o pé num remate de primeira que deixou o guarda-redes pregado ao solo. se esse lance não fosse já prova evidente do balanceamento ofensivo do nosso lateral direito, dois minutos depois foi mesmo ele quem introduziu a bola na baliza, rematando de ângulo apertado uma bola que foi devolvida por um defesa após uma tentativa sua de fazer um passe atrasado para o centro da área. E as ocasiões de perigo continuaram a suceder-se, porque o Benfica nunca abrandou o ritmo e os nossos jogadores mostravam fome de golo e uma alegria no jogo que acho que ainda não tinha visto esta época. Na esquerda o Zivkovic entrou muito bem no jogo e foi recompensado com um golo mesmo no final, contando com a contribuição do guarda-redes adversário naquela que foi a única mancha da sua exibição.
Quase todos os jogadores que participaram neste jogo podiam ser destacados. A começar pela defesa, o Luisão deu o exemplo como capitão. Grande atitude, que começou logo na entrada para o aquecimento, grande exibição e o golo que abriu o marcador como recompensa. O Jonas também merece destaque, obviamente, quanto mais não fosse pelos dois golos que lhe permitiram ultrapassar a marca da centena ao serviço do Benfica. O Pizzi apresentou-se num nível muito, muito superior ao que lhe temos visto esta época - basicamente ao que nos habituou a época passada. O André Almeida esteve diabólico na direita, com a companhia do Salvio, o Cervi esteve sempre bem quer a jogar mais à frente, quer quando recuou no terreno, e o Zivkovic entrou muitíssimo bem no jogo, mesmo tendo jogado na esquerda, que não é o lado onde costuma ser mais forte. A simples presença de um jogador como o Krovinovic em campo faz toda a diferença em termos tácticos, porque mesmo que eventualmente não esteja inspirado, pelo menos consegue quase sempre oferecer opções de passe aos colegas pela forma como se movimenta no terreno. Quaisquer comparações com a opção tomada em Moscovo são desnecessárias, de tão aberrante que é a diferença.
Esta vitória e a consequente aproximação ao líder representam um importante reforçar da confiança da equipa em vésperas de um jogo muito importante. Foi claramente a melhor exibição da época, e uma demonstração daquilo que os nossos jogadores sabem e conseguem fazer. Esperemos agora que seja este o Benfica a entrar em campo para esse jogo, e que saiba pegar neste ímpeto e utilizá-lo para prolongar este momento positivo.
1 Comments:
A analise esta muito bem conseguida.
Continuo a não perceber estas passagens directas do onze para a bancada e sobretudo da bancada para o onze sem passagens, quer ascendente quer descendente, pelo banco nem estou a colocar as mexidas que na sua maioria se justificam, não só por uma questão de desempenho ou até mesmo de gestão física, é mesmo esta coisa do oito ou oitenta que continuo sem perceber e não tem muita lógica.
No mínimo é falta de chá o impedir que nós joguemos desde inicio para o lado do campo que mais temos preferência mas não nos podemos queixar desse facto quando nós próprio também já fazemos o mesmo a outros não podemos exigir que nos respeitem quando não respeitamos os outros e nem mesmo o argumento de que começamos a fazer porque nós fazem a nós é valido porque nisto as más atitudes ficam com quem as pratica.
Finalmente conseguimos mais do que concretizar em lances de bola parada, especialmente cantos, ser perigosos nesse tipo de lances e já o tínhamos sido no jogo anterior com este adversário o estranho é que a meio da semana não foi só o rotundo zero no jogo jogado foi o mesmo nas bolas paradas que não se percebe agora que já conseguimos voltar a criar perigo nas bolas paradas, especialmente os cantos que eram uma desgraça, já só nos falta acabar com esta bipolaridade entre o muito perigosos e a nulidade neste lances porque como vimos por estas ultimas amostras são lances essenciais para desbloquear jogos quando as coisas não estão a funcionar.
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