quinta-feira, dezembro 21, 2017

Desleixo

Parece que somos incapazes de fazer duas boas exibições seguidas. O que aconteceu esta noite foi acima de tudo o resultado de muito desleixo, e quase de certeza que vai significar deixar mais uma competição pelo caminho.



Com tudo a correr de feição - incluindo um golo na primeira jogada, logo aos cinquenta e três segundos de jogo - e uma vantagem ao intervalo de dois golos, entretanto ampliada pelo Lisandro, conseguimos fazer uma segunda parte completamente desinteressada que acabou por permitir o empate ao Portimonense. Com dois golos básicos, ambos na sequência de bolas paradas, um logo a abrir a segunda parte e outro a fechá-la, o Portimonense deixou-nos numa situação em que já não dependemos de nós próprios para seguir em frente, e a probabilidade mais elevada é mesmo ficarmos de fora. Nem me vou alongar muito mais; quem viu o jogo certamente que terá ficado desiludido com a forma como deixámos fugir uma vantagem de dois golos de uma forma inadmissível. É simplesmente incompreensível uma segunda parte tão desconcentrada e desgarrada, e nem sequer percebi as opções do nosso treinador para tentar corrigir o que se estava a passar. Numa altura em que o que provavelmente interessaria mais era acalmar o jogo e reter algum controlo sobre o mesmo, em vez de estarmos a assistir a uma toada de parada e resposta com ambas as equipas a dar demasiado espaço (e os jogadores do Portimonense sistematicamente a receberem a bola perfeitamente à vontade) as opções enfraqueceram o meio campo, primeiro retirando o Samaris (entrou outro médio, o Keaton Parks, que eu não classificaria propriamente como um médio de características defensivas) e depois regressando mesmo ao esquema de dois avançados, com a troca do Pizzi pelo Seferovic. O empate parecia-me um cenário tão provável que acabou mesmo por acontecer, depois de uma defesa do Svilar em que me parece que ele poderia ter feito bem melhor do que largar a bola para a frente, onde ficou à mercê de uma recarga fácil (enquanto o resto da equipa assistia de cadeirinha). Foi este tipo de passividade defensiva que nos custou a eliminação da Taça de Portugal, e provavelmente vai custar-nos também a eliminação da Taça da Liga.

Depois da injecção de confiança que a exibição e resultado em Tondela tinham dado, nada como um jogo destes para contrariar os efeitos disso. Já o escrevi várias vezes noutros anos: a Taça da Liga é uma competição oficial do calendário do futebol nacional, e como tal uma competição que eu quero sempre muito vencer. Deixa-me portanto profundamente irritado tanto desleixo.

2 Comments:

At 12/21/2017 2:10 da manhã, Anonymous Anónimo said...

Começa a ser um filme muito gasto e demasiado previsível. Se bem que a primeira parte não foi nada de especial, ao intervalo fui jantar e até me demorei. Eis que regresso ao cinema e 2-1 mas não só. A equipa já estava "travestida". E aí começou o sofrimento. Afinal eu já tinha visto o filme tantas vezes. Apesar disso e porque tenho dormido pouco, a certo ponto já não sabia se estava acordado ou era mais um daqueles pesadelos que ultimamente me tem assaltado o descanso. Senão quando e eis que de repente ouvi um estrondo tamanho. Tinha acabado de ultrapassar a velocidade do som no preciso momento em que o Svilar fez aquela meia defesa. E acordei, e berrei, e chamei-lhes todos os nomes que a memória me concedeu e sofri. Sobre o jogo e o resultado já não digo nada. Apenas manifesto o meu desespero por não compreender como é possível acontecerem prestações destas.

 
At 12/22/2017 12:45 da tarde, Blogger joão carlos said...

Inconcebível depois da vergonhosa prestação nas competições europeia, depois da eliminação da taça da forma como aconteceu com erros clamorosos eis que voltamos a falhar de forma nada aceitável até porque jogávamos em casa e pela vantagem que alcançamos e que deixamos esfumar perante uma equipa que nem sequer estava na máxima força e ainda por cima fez duas substituições forçadas.
As substituições foram simplesmente suicidas se a primeira já era muito pouco compreensível a ultima então foi completamente suicida e isto a somar á opções tomadas de início com três jogos em tão curto espaço de tempo, um deles ainda por cima com prolongamento e com dez, as alterações eram espectáveis e necessárias agora foram feitas em posições de menor desgaste e em jogadores que nem tinham assim tantos jogos feitas para acusarem cansaço em contrapartida os que ficaram foram precisamente os jogadores que actuaram praticamente os minutos todos desses três jogos e ainda por cima a maioria deles são os jogadores com maior utilização até ao momento depois para culminar a coisa os dois primeiros jogadores a saírem são precisamente jogadores com pouca utilização, por isso mais frescos, tudo sem pés nem cabeça.
Volto a repetir pouco temos a beneficiar com uma alteração de treinador mas a realidade é que em nada beneficiamos de o manter estratégias erradas, decisões sem sentido e desesperadas e principalmente jogadores completamente desagradados, coisa que era a mais valia deste treinador, já à muito que é notória a falta de ligação entre os jogadores e o treinador e contra esta situação só existe uma solução.

 

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