quinta-feira, dezembro 14, 2017

Masoquismo

Uma eliminação patética da Taça de Portugal graças a um supremo exercício de masoquismo. Foram tantos os tiros dados nos pés que era difícil outro resultado que não este.


Uma primeira parte quase exemplar, em que o Benfica não só anulou por completo a forma habitual de jogar do Rio Ave como controlou por completo o jogo, e uma justa vantagem ao intervalo graças a um grande golo do Jonas. O Benfica foi muito agressivo na pressão, exercendo-a em todo o terreno e impedindo o Rio Ave de sair a jogar ou de ter posse de bola. Infelizmente o domínio do jogo apenas deu para a magra vantagem no fim dos primeiros quarenta e cinco minutos. E que a vantagem era magra, isso depressa se verificou porque o Rio Ave marcou logo no início da segunda parte, praticamente no primeiro remate que fez à nossa baliza, depois de um disparate do Cervi, que perdeu a bola à entrada da nossa área. Para nosso mal, mostrámos aquilo que fizemos este ano na Europa: atacar mal e defender ainda pior, porque neste jogo o Rio Ave teve um aproveitamento quase de 100%. O segundo golo deles é patético. Aliás, é tão patético que mesmo antes do remate ser desferido eu já estava a adivinhar o golo. Quando vejo um jogador do Rio Ave, rodeado de quatro(!) jogadores nossos, a progredir para a área com toda a gente a parecer ter medo de chegar perto dele ou de meter o pé, disse para mim mesmo que ia ser golo. E foi mesmo, segundo remate, segundo golo. Depois foi o ataque cada vez mais em desespero, a reacção habitual do nosso treinador neste tipo de situações - mandar avançados lá para dentro - e o nosso desperdício a ir ao ponto de desperdiçarmos um penálti. Ainda assim o Luisão conseguiu empatar perto do final, mas como o sofrimento não era ainda suficiente, com as substituições esgotadas o Luisão saiu lesionado e ficámos reduzidos a dez. A perspectiva, nada animadora, era portanto enfrentar meia hora de prolongamento com menos um jogador e uma equipa que era naquela altura uma manta de retalhos - na defesa apenas o Jardel jogava na sua posição, tendo o André Almeida ao seu lado e o Salvio e o Zivkovic como laterais. E nem sequer deu para alimentar a perspectiva dos penáltis, porque mais uma vez pouco depois do reinício, nova demonstração de mau defender resultou no terceiro golo do Rio Ave. Bem sei que a defesa estava remendada e que a bola vem de um ressalto, mas deixar o ponta-de-lança do Rio Ave sozinho à entrada da pequena área não tem desculpa. A partir daí o jogo quase acabou. O Rio Ave dedicou-se afincadamente a queimar tempo levando a bola para os cantos e a simular lesões (o crime compensou, já que foram dados apenas três minutos de descontos) e o Benfica, quando fazia a bola chegar à frente, ou desperdiçava ocasiões de golo, ou dava cabo das jogadas com maus passes ou cruzamentos para a área. É que o Rio Ave mesmo contra dez tremia sempre que o Benfica pressionava, e foram várias as vezes em que conseguimos entrar e ganhar boas posições nas faixas. Mas à medida que o jogo se aproximava do final cada vez se jogava menos, e cada vez mostrávamos menos discernimento, acabando inevitavelmente no balão para a frente que em tudo favorecia o adversário.

Não vou estar a individualizar jogadores, sobretudo num jogo que acabou com a equipa remendada por todos os lados (e depois de um resultado destes, é melhor evitar escrever sobre uma série deles que conseguiram irritar-me profundamente). O que repito é que para mim foi uma derrota ridícula, sobretudo depois de uma primeira parte em que mostrámos ser superiores ao adversário. Mas quem comete tantos erros e defende de forma tão macia só pode mesmo sofrer dissabores. É mais um dos objectivos para esta época que se esfuma. Que se tirem daqui as necessárias conclusões.

1 Comments:

At 12/15/2017 5:34 da tarde, Blogger joão carlos said...

Na primeira parte anulamos completamente o adversário fazendo uma pressão intensa e dominando completamente o jogo mas todos este domínio se traduziu em muito poucas oportunidades e a mais perigosa, sem ser aquela que convertemos, até foram eles que enviaram a bola ao poste ofensivamente somos quase inócuo a que somamos pouca eficácia depois para compor o ramalhete a defender somos um desastre sofrendo golos patéticos.
Se a perda de bola que originou o primeiro deles, embora indesculpável, foi de um jogador que até escorregou possivelmente pelo estado do tempo e do terreno já a perda de bola que originou o segundo, pese embora depois todos os erros cometidos pela passividade da defesa, não tem desculpa porque ocorre varias vezes no jogo em todos os jogos cometidas sempre pelo mesmo jogador, que não tem, nunca teve nem terá, habilidade para guarda a bola e que se agarra a ela com uma lentidão de processo mas depois de tudo isto sendo o jogador em pior forma e que pior inexplicavelmente é o jogador que joga os jogos todos e que para alem disso o seu momento de pressão é dar saltinhos à frente do adversário como se isso realmente resultasse.
Continuamos sem presença na área, dai as poucas oportunidades, o único atacante que temos dura quanto muito apenas uma parte e a partir daqui é o completo eclipse ofensivo da equipa que fica reduzida às bolas paradas para mais utilizamos no onze demasiados jogadores que, por diversas razões, já não aguentam o jogo inteiro e a partir da hora de jogo já estoiraram completamente o que força substituições por desgaste e não por estratégia e ou alteramos estes pontos na equipa ou vamos continuar como até aqui com domínios do jogo mas que são a maioria das vezes inócuos.

 

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