domingo, maio 13, 2018

Cinzenta

Uma exibição cinzenta para fechar uma época que não nos deixa boas memórias. Foi um jogo aborrecido e com pouco interesse, perante a pior assistência da época (um pouco menos de 42.000 espectadores) e que teve como prémio de consolação a conquista do direito a disputar a pré-eliminatória da Champions, graças ao espalhanço do nosso adversário directo na Madeira.


Mesmo estando o segundo lugar em disputa não tinha propriamente as expectativas muito altas para este jogo. Mas esperava que pelo menos o Benfica mostrasse algum empenho em fazer a sua parte, ou seja ganhar o jogo e, se possível, mostrar algum futebol na despedida da época. O onze apresentado foi o mais previsível, face aos jogadores que estavam indisponíveis. O Douglas manteve a titularidade, o Luisão foi titular no lugar do Jardel, e o Salvio no lugar do Rafa. Na frente, regresso do Jonas, a acusar claramente a falta de ritmo. O futebol que apresentámos foi, conforme disse, cinzento. Uma equipa desgarrada, com alguns jogadores a tentarem impor velocidade e outros quase alheados do jogo, pouco entrosamento, e o resultado foi um jogo quase sem interesse nenhum. A primeira parte foi jogada quase por inteiro dentro do meio-campo do Moreirense, mas ou eu adormeci, ou então só criámos mesmo uma ocasião de algum perigo - um desvio de um cruzamento vindo da esquerda por parte do Jonas que fez a bola passar muito perto do primeiro poste (ele ficou a reclamar canto, mas no estádio não percebi se o guarda-redes ainda tocou na bola). De resto houve umas correrias individuais, muita gente parada a ver enquanto um colega conduzia a bola, muito mais daquelas tabelas inúteis ou toques a mais à entrada da área quando o que se pedia era que se rematasse, e praticamente todos os lances de bola parada, fossem cantos ou livres, marcados de forma perfeitamente disparatada e a não causarem uma única ocasião de maior perigo. O somatório disto tudo era um nulo no marcador que não interessava para nada a arrastar-se até ao intervalo.


Na segunda parte (que se iniciou depois de um intervalo estupidamente comprido, à espera que recomeçassem os outros jogos) pelo menos a parte do resultado depressa se compôs. Penálti assinalado por corte com a mão de um cruzamento do Grimaldo, e o Jonas converteu-o de forma exemplar. Já a parte do futebol jogado, acho que ainda conseguiu piorar. Com a conjugação do nosso resultado com o da Madeira a garantir a conquista do segundo lugar, acho que ficámos satisfeitos e ainda passámos a jogar menos. Nesta altura, com os resultados que se verificavam, o Moreirense nem sequer precisava de pontuar para evitar a descida, mas de qualquer maneira resolveu abdicar da postura defensiva e avançar um pouco no terreno. E conseguiu mesmo passar a ter mais bola e jogar mais no nosso meio campo, mas valeu-nos que também não mostrou ter capacidade para fazer grande coisa em termos ofensivos. O Varela foi pouco mais do que um espectador e não me lembro de nenhuma defesa mais apertada que tenha tido que fazer. O Benfica trocou o Pizzi - que pareceu-me que já tinha entrado de férias ainda antes do apito inicial - pelo Samaris para acabar com as excessivas liberdades que os jogadores do Moreirense tinham na zona central, e teve algum sucesso nisso. Mas o jogo estava praticamente fechado, e os motivos de interesse eram quase nulos. Não vi as estatísticas do jogo, mas não devo andar muito longe da realidade se disser que este terá sido o jogo em que o Benfica menos remates fez em todo o campeonato. Restava apenas ficar à espera para saber se na Madeira apareceria mais alguma ajuda miraculosa para os subsidiados do Lumiar, mas desta vez isso não aconteceu. Aconteceu sim que o frango a que o Patrício foi poupado pelo Xistra no último jogo ficou guardado para esta jornada, e como resultado terminámos num pouco consolador segundo lugar.


Foi um jogo mesmo desinteressante da parte da nossa equipa, e naturalmente que não houve grandes exibições. Conforme disse, ainda houve alguns jogadores que tentaram imprimir alguma velocidade ao jogo, sendo nisso mal acompanhados pela maioria dos colegas. Acho que jogadores como o Grimaldo e o Zivkovic foram dos mais empenhados nesse aspecto. Até achei que mesmo o Douglas mostrou uma boa atitude, apesar das limitações que tem. E o Fejsa simplesmente não sabe jogar mal.

O segundo lugar serve de pouco consolo para a perda do campeonato. Quando muito significa apenas que a estratégia planeada pelos nossos inimigos, da qual obviamente fazia parte retirar-nos a possibilidade de acedermos às receitas da Champions, não resultou na perfeição. A autêntica fraude que é a equipa do Sporting - que se não fossem os absurdos empurrões arbitrais que recebeu ao longo de toda a época, incluindo em todos os jogos contra adversários directos como nós e o Braga, estaria neste momento confortavelmente instalada no quarto lugar - foi artificialmente mantida perto do topo da tabela até aos minutos finais do campeonato mas acabou por falhar no principal objectivo da época, que era ficar à frente do Benfica. Quanto a nós, este segundo lugar obriga-nos a encarar de forma muito séria o início da próxima época. Vai ser demasiado dinheiro que estará em jogo logo nos primeiros jogos para que nos possamos dar ao luxo de cometer erros como aqueles que foram cometidos esta época, e iniciar a competição sem termos um plantel e as posições no onze titular minimamente definidas.

1 Comments:

At 5/14/2018 6:26 da tarde, Blogger joão carlos said...

O post esta com a qualidade que nos tens habituado.


Este jogo acabou por ser o espelho daquilo que foi toda a nossa época domínio do jogo mas quase sempre inócuo e com muito poucas oportunidades depois dependentes sempre do mesmo jogador para conseguirmos marcar, como se viu quando não o tivemos e sem ninguém que o possa substituir, depois uma falta de vontade em querer acabar em definitivo com o jogo permitindo sempre aos adversário acreditar mesmo como aconteceu agora a adversários que até aquele momento nem por uma vez tinha feiro um remate á baliza mas pior que tudo é a incapacidade para controlar o jogo não ter um jogador capaz de segurar a bola e não a perder e não conseguir fazer dois passes seguidos sem a perder.
O que nasce torto tarde ou nunca se endireita e este foi o caso parece que fizemos gala em cometer todos os erros possíveis e demonstrar que mesmo assim era possível mas parece que esta gente não conhece o mundo em que nos movimentamos e que a nós ninguém nos oferece nada e que temos quer ser sempre muito melhores que os outros neste momento o que precisamos é de poucas mexidas, mas com muita qualidade e nos lugares que estão em falta desde o inicio da época, mas infelizmente como sempre vamos continuar a levar com muita quantidade e muito pouca qualidade.
A maneira patética e completamente displicente como executamos toda e qualquer bola parada só se pode traduzir neste completa nulidade que foi não só neste como noutros jogos é que nem sequer conseguimos importunar os adversários quanto mais criar perigo ou ter uma oportunidade para marcar e ou mudamos não só os executantes, mas também a forma como se executa, ou vamos continuar a ser confrangedores e a não conseguir resolver nenhum jogo por lances de bola parada.

 

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