quarta-feira, dezembro 31, 2014

Frio

Mais uma exibição fraquinha no regresso das miniférias de Natal, mas ainda assim q.b. para vencer o Nacional no regresso a uma competição que dominamos desde que foi criada.


Não se pode dizer que tenham havido grandes poupanças, porque o Benfica apresentou um dos onzes mais fortes que seria possível fazer alinhar nesta altura. De fora por opção apenas o Gaitán e o Samaris, com a novidade do Pizzi ter jogado na sua posição original de extremo direito, enquanto que no meio campo foi o Cristante a ocupar a posição seis. Depois do Nacional se ter juntado à lagartagem no ilustre grupo dos clubes mal-educados que insistem em não respeitar a tradição na escolha do campo, a entrada no jogo não foi má, e logo para começar criámos um lance perigoso que me pareceu mal interrompido por um suposto fora de jogo. Aos onze minutos chegámos ao golo, num cabeceamento do Jonas após cruzamento do Maxi na direita. Pouco depois o Lima foi bem lançado por um passe do Jonas, mas acabou por permitir o corte de um defesa quando estava em boa situação para marcar. Depois disto o Benfica adormeceu um pouco e o Nacional começou a ter mais bola e a aparecer no jogo. Não incomodou grandemente, e quase só conseguia chegar à nossa area através de livres despejados para lá, sem causar problemas de maior. Apenas numa situação o Rondón apareceu  algo à vontade no interior da área, mas cabeceou muito mal e por cima da nossa baliza. O futebol apresentado de parte a parte foi feio e pouco interessante, e apenas a acabar a primeira parte houve um momento de maior emoção, quando o Maxi atirou uma bola à trave num remate cruzado.

Para a segunda parte o Gaitán regressou no lugar do Pizzi, e trouxe naturalmente algumas melhorias ao jogo. Que continuou sem qualidade por aí além, mas pelo menos houve mais ocasiões de perigo junto das duas balizas. O Benfica chegou a marcar um golo pelo Ola John, mas o lance foi invalidado por fora de jogo - estava do outro lado do estádio, por isso não tenho opinião sobre a validade do golo ou não. O Nacional respondeu e teve duas boas ocasiões para marcar, tendo o Júlio César correspondido bem em ambos os casos. A primeira foi criada por um atraso disparatado do André Almeida, que acabou por deixar a bola ao alcance de um adversário na zona da pequena área, mas o Júlio César acabou por ganhar o lance. Na segunda, fez uma defesa por instinto com o pé a um cabeceamento (na verdade, até me pareceu mais com o ombro ou algo assim) após um livre lateral. Pelo meio, o Gaitán isolou-se depois de mais um bom passe do Cristante mas acabou por deixar a bola fugir. A meio da segunda parte o Benfica trocou o Talisca pelo Samaris, e mesmo sem poder dizer que o grego tenha feito algo de particularmente meritório pareceu-me que o Benfica voltou a ganhar o meio campo após essa substituição, ficando com o controlo do jogo. O segundo golo ficou mais perto de acontecer, e fomos mais rematadores no período final do jogo. A entrada do Sulejmani nos minutos finais também deu uma ajuda, porque foi um jogador muito mais decidido do que o Ola John na abordagem aos lances e na agressividade que colocou em campo. ainda foi a tempo de participar em alguns lances de perigo e provocar a expulsão de um adversário.

Melhor do Benfica, o Maxi. O Gaitán entrou bem no jogo e também gostei do Jonas. Hoje prestei alguma atenção em particular ao Cristante. Não quero estar a ser peremptório porque com o JJ nunca se sabe, e ele já operou diversos 'milagres' de transformação de jogadores, mas acho difícil que ele se possa transformar num trinco à imagem daqueles que o JJ prefere. Se tivesse que encontrar um jogador para servir de exemplo ao estilo de jogador que o Cristante é, seria o Pirlo (com as devidas distâncias). O Cristante parece ser um jogador com boa capacidade técnica, boa visão de jogo e muito boa qualidade de passe (se calhar não existe outro jogador no plantel capaz de colocar a bola tão bem em passes longos). Mas não me parece ter a intensidade ou agressividade necessárias para fazer a posição seis da forma que o JJ costuma pretender. Julgo que seria mais bem aproveitado num meio campo a três, ou no mínimo com outro médio a jogar ao lado dele mais dedicado às tarefas defensivas. Passando à parte mais negativa, custou-me compreender como foi possível o Ola John passar quase oitenta e cinco minutos dentro do campo. A intensidade com que ele aborda cada lance é semelhante à de um tagliatelle cozido.

Mais uma vez tenho que terminar dizendo que o mais importante foi conseguido, que são os três pontos. Quanto à exibição, acho que não foi suficientemente agradável para conseguir compensar o tremendo frio a que me submeti para ver este jogo.

1 Comments:

At 12/31/2014 6:29 da tarde, Blogger joão carlos said...

A análise espelha bem aquilo que se passou em campo.


Eu percebo que as pessoas não tenham gostado da exibição do nosso extremo esquerdo porque tirando dois ou três pormenores de muita qualidade o resto foi muito mau, e eu estou muito à vontade para o dizer porque aprecio muito o jogador, ainda que não concorde, nem percebo a utilidade, dos assobios que acho parvos no entanto o que não percebo é como é que as pessoas são tão intolerantes com uns e com outros nomeadamente o nosso ponta de lança que desde o inicio da época, tirando um único jogo, tem sido uma autentica nódoa corre muito é verdade, normalmente mal, incomoda mais que pressiona mas no resto é uma nódoa estraga os lances que lhe dão de bandeja ontem foram dois isolado só com o guarda redes pela frente e ainda tem o condão de estragar lances aos outros como foi o caso do logo anulado porque esta quase sempre em fora de jogo a paciência do treinador essa já é conhecida noutros jogadores agora a dos adeptos surpreende mas lá esta mais vale cair em graça do que ser engraçado.
Se no jogo anterior as declarações do treinador sobre a intranquilidade que os adeptos, com alguma ansiedade com o que viam, passaram para a equipa não faziam nenhum sentido agora que um jogador da equipa, e um apenas, que por muito mal que estivesse a jogar não justificava que os próprios adeptos os assobiassem e que precisava que o seu treinador o viesse defender alertando os adeptos para a estupidez de assobiarem um dos nossos eis se não que o treinador vem dizer que é normal e que esta tudo bem mas faz algum sentido depois não venham dizer que o jogador não tem estofo, talvez não tenha mas também não tem quem o defenda.
Se já não tínhamos um meio campo forte para aquilo que precisamos, já que a maioria dos jogos estamos em minoria e dois tem de valer por três durante os noventa minutos, e muito do pouco jogo que vamos produzindo advém disso agora que ficamos sem aquele que ainda aia segurando as pontas o nosso treinador tem agora de o tornar seguro, pelo menos até regressarem os lesionados, deixando de lado o que ele tem pré definido como o ideal para cada posição, como ficou evidente nas ultimas entrevistas, e que resultou na constituição do onze inicial que não resultou, e tão cedo não vai resultar se é que algum dia vai resultar, mas que resultou com a alteração tornando-o mais defensivo mas muito mais sólido e perigoso para o adversário que seja para continuar como parecem indicar as palavras do treinador no final contrariando as ideias expressas nas ultimas entrevistas.

 

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