segunda-feira, fevereiro 01, 2016

Superioridade

Não há dois jogos iguais, mas a superioridade do Benfica em mais um encontro frente ao Moreirense foi novamente incontestável, e a goleada saiu outra vez de forma muito natural. Pode não ter sido um jogo tão fácil como o da Taça da Liga tinha sido, mas voltou a ser mais um passeio do Benfica por Moreira de Cónegos, com quatro golos lindos que resultaram de quatro jogadas de equipa em bola corrida.


Houve apenas uma alteração no onze que tem sido mais habitual nos últimos jogos do campeonato. Com o regresso do Gaitán alguém teria que sair, e foi o Carcela. O Nélson Semedo pode já estar recuperado mas o André Almeida não quer ceder o seu lugar sem luta, e o Samaris tenta aproveitar a ausência do Fejsa no meio campo. A entrada do Benfica no jogo foi fortíssima, rapidamente remetendo o Moreirense para o seu meio campo e limitando o adversário a tentativas de saída para o ataque através de pontapés longos para os jogadores mais adiantados. O Benfica apresentou o carrossel habitual no ataque, com deambulações e trocas de posição constantes do Jonas, Pizzi e Gaitán, e com o Renato Sanches muito activo a preencher os espaços. A boa entrada foi recompensada aos dezasseis minutos, com o golo do Jonas. O Samaris libertou o Pizzi na direita, que centrou para a entrada fulgurante de cabeça do nosso goleador. Depois de alcançada a vantagem, o Benfica abrandou um pouco e então lá se viu um pouco mais de Moreirense no jogo, mas sempre com o Benfica a aparentar ter o jogo completamente sob controlo. Houve um ou outro lance mais apertado, o Júlio César ainda teve que se aplicar num lance, mas sobre o intervalo foi o Benfica quem, com muita naturalidade, aumentou a vantagem. Mais um golo bonito, no qual o Renato progrediu pelo meio com a bola, solicitou o Eliseu na esquerda, e o centro deste mesmo no limite for rematado de primeira pelo Mitroglou, que voltou a fuzilar a baliza adversária. Depois do golo de calcanhar na última jornada, mais um bonito golo do nosso avançado grego.


Na segunda parte a toada manteve-se, ou até se agudizou, porque o Benfica pareceu estar mesmo interessado em congelar o jogo e gerir o esforço. O Moreirense tentava chegar ao golo que relançasse o resultado e ameaçava quase sempre pelo mesmo jogador, o Iuri Medeiros. O Benfica dava a impressão de estar simplesmente a deixar correr o tempo, e que em qualquer altura poderia acelerar e dar a estocada final - mesmo que o Moreirense, por acaso, tivesse chegado ao golo, a ideia com que fiquei foi que isso de forma alguma faria abanar a equipa, e esta rapidamente voltaria a pegar no jogo e a resolvê-lo. Prova disso a lesão do Lisandro, que forçou a sua saída - entrou o Lindelöf para o seu lugar e não se notou qualquer tipo de abanão no Benfica com a presença do jovem sueco na defesa. Mas nem foi preciso preocuparmo-nos, porque a meio da segunda parte, e em mais uma jogada brilhante, desta vez entre o Pizzi e o Jonas, o Benfica fez o terceiro golo e matou o jogo. Para além das trocas de bola entre os jogadores, muito bonita também a frieza do Jonas na cara do guarda-redes e a forma como o evitou para depois rematar para a baliza deserta. O Benfica passou então a jogar perfeitamente à vontade e a um quarto de hora do fim chegou ao quarto golo. O Gaitán tinha marcado dois a meio da semana e não quis passar este jogo sem voltar a marcar, o que conseguiu em mais uma jogada muito bonita, na qual o Jonas deu o toque final para que ele entrasse pelo centro e, em frente ao guarda-redes, finalizasse de forma fácil, de trivela. Só foi pena o golo concedido já no período de descontos, inevitavelmente marcado pelo Iuri Medeiros, que deve ter feito 90% dos remates do Moreirense. 


Destaques para alguns dos suspeitos do costume. Jonas, com dois golos e uma assistência e a habitual importância das suas movimentações em zonas mais recuadas e combinações com os colegas. O Pizzi, que continua a jogar como nunca o tinha visto fazer, que desta vez não marcou mas fez duas assistências e voltou a ser um dos motores da equipa. E por falar em motores, o Renato Sanches foi também um deles no meio campo. Continua a ter algumas perdas de bola, mas recupera ainda mais e o saldo é francamente positivo, até porque ele é um dos jogadores que actua sempre em alta rotação e está constantemente a proporcionar linhas de passe no meio campo.

A sequência de bons jogos continua. Mais do que as vitórias, o que me dá confiança é ver agora a equipa a praticar um futebol que nunca vi nos primeiros meses do Rui Vitória no cargo. Mesmo que eventualmente voltemos a ter um mau jogo (espero que não) sei aquilo que a equipa pode produzir. Esta é uma equipa completamente transfigurada daquela que vimos no início da época, e sempre que conseguir apresentar esta qualidade de jogo, será muito difícil não vencer.

1 Comments:

At 2/01/2016 7:32 da tarde, Blogger joão carlos said...

A analise esta muito bem conseguida.


Sinceramente não gostei de quem saiu na terceira substituição é verdade que o resultado era tranquilizador mas com os dois centrais amarelados os outros dois lesionados fazer sair o nosso médio mais defensivo foi um risco enorme e desnecessário para mais ele nem é dos jogadores mais desgastados nem no total da época nem nos últimos tempos, muito pelo contrario, para mais quando se deixam jogadores em campo esses sim com mais desgaste acumulado acabou por não ter consequências, e o golo sofrido não foi por isso, mas foi um risco que era evitável e que não se deve repetir.
Pelo lado positivo finalmente após uma quantidade insana de ocasiões falhadas cara a cara com o guarda-redes tivemos uma que concretizamos que seja para continuar e esperemos que seja um sinal de que aquela fase incompreensível de falhas após falhas algumas até escandalosas esteja definitivamente ultrapassa esperemos que se confirme e que assim seja.
Por outro lado pela segunda vez consecutiva voltamos a sofre um golo nos últimos instantes do jogo em ambos os casos fruto de demasiada descontracção e desconcentração dos jogadores fruto da tranquilidade do resultado é verdade que em ambos nem sequer fez mossa mas são situações perfeitamente escusadas e evitáveis e em que apesar do resultado a equipa não se pode desconcentrar tanto já que ambos foram fruto de facilidades nossas e não de mérito do adversário isto porque não sabemos até se no futuro não nos ira fazer falta não termos sofrido estes golos ou outros nas mesmas circunstancias que seja uma questão a rever e resolver o mais rápido possível.

 

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