quarta-feira, dezembro 16, 2015

Avassalador

Exibição avassaladora do Benfica, a confirmar aquilo que alguém disse (não me recordo bem quem foi), que não há no campeonato equipas a conseguir jogar com um domíno tão avassalador como nós. É de tal forma avassaladora a nossa forma de jogar que até nos podemos dar ao luxo de dar uma parte de avanço aos adversários, como o fizemos, e muito bem, hoje. Não convém cansar demasiado os nossos jogadores, nem sequer arriscar demasiado perante um adversário poderoso e perigoso como aquele com que nos deparámos hoje. Nestas ocasiões o melhor é jogar com segurança e dar conforto aos nossos jogadores, que é escusado andarem em grandes correrias. Com calma, o golo acabará por chegar.

Eu volto a repetir, como já o fiz diversas vezes neste espaço, que percebo pouco de futebol, e por isso, apesar de ter dificuldades em entender a necessidade de jogar com dois médios de contenção, amarrados cá atrás a par um do outro, durante uma parte inteira frente ao União da Madeira, ainda por cima quando a nossa forma de jogar é reconhecidamente avassaladora (não sou eu quem o diz, são pessoas entendidas na matéria), não vou questionar a validade dessa opção - mas quando vi que a escolha inicial era o Fejsa, certamente para dar a necessária segurança defensiva contra o União, torci logo o nariz. Nem sequer vou questionar a insistência autística em tentar furar pelo meio a organização defensiva de um adversário que enfiou onze jogadores à frente da área, ou de, em opção, definir jogar pelas alas não o tentar ganhar a linha de fundo mas sim o despejar sem nexo ou critério toda e qualquer bola que se apanhe nas imediações das laterais directamente para a área, apanhando os defesas adversários de frente. Retirar do campo o nosso melhor marcador e melhor jogador na ausência do Gaitán quando se está a precisar de marcar um golo foi certamente uma manobra estratégica para confundir o adversário - mesmo que não estivesse a jogar grande coisa, ainda assim achei que o Mitroglou estava ainda pior. De certeza que existe um propósito muito bem definido para todas estas opções. Só acaba por ser surpreendente que elas resultem num nulo frente ao União da Madeira, equipa de reconhecida solidez defensiva e que está a fazer um grande campeonato, ainda por cima atravessando neste momento um pico de forma. É também surpreendente o actual atraso pontual relativamente ao primeiro lugar, mas acredito que a nossa forma avassaladora de jogar depressa permitirá corrigir isso, e tomaremos avassaladoramente de assalto a liderança. Depois de ver a qualidade do nosso futebol esta noite, não me é possível acreditar noutro desfecho que não nesse.

Mais a sério e abandonando o sarcasmo, pelo qual peço desculpa mas que é a única forma que me permite lidar minimamente com a irritação que sinto, não consigo escrever muito mais sobre o jogo de hoje, ou sobre o futebol jogado. Estou mesmo demasiado irritado com a exibição patética que fizemos, e com os dois pontos deitados fora, literalmente. Para mim não serve de desculpa que o adversário se tenha limitado a defender o tempo todo com os onze jogadores ou que tenha feito antijogo - isso é o que praticamente todos fazem contra nós, e cabe-nos encontrar antídotos para isso. Hoje não o conseguimos ou não o quisemos fazer. Sim, escrevo que não quisemos porque quem faz uma primeira parte vergonhosa como aquela que fizemos não parece mostrar grande vontade em vencer um jogo. Aquilo foi inaceitável. Não é que a segunda parte tenha sido muito melhor, mas pelo menos mostrámos um bocadinho mais de vontade. Mas na falta de qualidade, a vontade só não é suficiente.

2 Comments:

At 12/16/2015 12:46 da manhã, Blogger PM said...

Meu caro amigo, ainda bem que li este seu texto antes de me ir deitar.
Do princípio ao fim, são palavras sábias e um discurso deveras inteligente.
Finalmente consegui sorrir um pouco, apesar da seriedade dos problemas que o Glorioso do Nosso Coração atravessa.
Bem-haja por me ajudar um pouco com a azia e com a cabeça de melão.
Abraço

 
At 12/17/2015 6:45 da tarde, Blogger joão carlos said...

No jogo anterior dois ou três jogadores estiveram mal, pese embora o resultado, muito até por desgaste físico acumulado que resultou num período de baixa de forma como premio pelo mau jogo que fizeram os jogadores foram premiados com nova titularidade a que se somou uma má preparação do jogo pareceu excesso de confiança que passou para os jogadores pela forma como eles encararam a primeira parte.
Mais que os jogadores escolhidos para o miolo do meio campo, e eu até tinha feito uma escolha diferente, o problema esteve no posicionamento dos mesmos em campo voltaram a estar a par como no inicio da época, depois de se ter corrigido adiantando mais um que outro que foi determinante para alguns dos bons resultados alcançados, e muito recuados no terreno alias na segunda parte a melhoria do nosso jogo foi motivada por esse adiantamento e só não melhorou mais porque continuaram a par o que não se percebe é este recuo na estratégia quando até a anterior estava a resultar.
O problema é que temos extremos para uma táctica que não utilizamos, o único que esta talhado para esta táctica esta lesionado, e nesta táctica afunilam muito o jogo depois utilizamos uma táctica condicionados, bem ou mal, pelo nosso melhor avançado mas para a qual não temos jogadores em algumas posições que a executem bem e de maneira fiável e principalmente um treinador que não a domina, alias nem nunca a dominou, e se o treinador tem culpa em não definir de vez o caminho que quer seguir com as consequências que cada um acarreta outros terão se assumir as suas responsabilidades na má construção de um plantel na não definição clara da politica desportiva ou mesmo na contratação de um treinador que não se encaixa nessa politica.

 

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