domingo, dezembro 13, 2015

Quinta

O jogo acabou por ser mais fácil do que seria de antecipar, e apesar de não termos sabido geri-lo da melhor forma quando parecia estar morto e enterrado, obrigando-nos a alguns minutos de maior esforço, a vitória final em Setúbal, que foi a quinta consecutiva para a liga, é incontestável e nunca chegou a estar em perigo.


A maior novidade no Benfica esta noite era a ausência do Gaitán, que tem sido dos nossos jogadores mais decisivos esta época. A opção pelo Pizzi e Gonçalo Guedes nas alas acabou por corresponder ao que era esperado. No ataque, Jonas e Mitroglou formaram a dupla, enquanto que no meio campo desta vez foi o Samaris a ser o preferido, relegando o Fejsa para o banco. Os primeiros minutos de jogo foram algo confusos, com a bola a alternar rapidamente entre uma área e a outra, e nenhuma das equipas a conseguir manter a sua posse durante muito tempo. O Setúbal tentou pressionar alto para surpreender o Benfica, e essa pressão ainda conseguiu ser algo incómoda. Mas aos poucos o Benfica foi tomando conta do jogo, e o Setúbal acabou por ser empurrado para o seu meio campo. Quando perdíamos a bola, conseguíamos recuperá-la rapidamente, e as respostas do Setúbal começaram a limitar-se aos pontapés longos para a frente, na esperança de solicitar o coreano Suk. Sem ser particularmente brilhante no ataque - por vezes pareceu-me que afunilávamos demasiado o jogo e perdíamos jogadas no ataque devido a toques em demasia entre os nossos jogadores na zona frontal da área do Setúbal - o Benfica conseguia explorar bem as movimentações do Jonas ou do Pizzi entre as linhas do Setúbal. Na altura em que chegámos ao primeiro golo, a dez minutos do intervalo, já o Benfica estava completamente por cima no jogo, com uma vantagem muito significativa na posse de bola e quase sempre instalado no meio campo adversário. O golo surgiu numa boa iniciativa do Pizzi dentro da área, sobre o lado direito, onde tirou um adversário do caminho antes de rematar, com a tentativa de defesa do guarda-redes, que ainda tocou na bola, a ser insuficiente para a travar. Três minutos depois chegou o segundo golo e o desfecho do jogo começou a ficar claramente definido. Um lapso enorme de marcação da defesa do Setúbal permitiu ao Jonas cabecear, a um metro da linha de golo, a bola cruzada pelo André Almeida.


A ideia de que o jogo já estaria praticamente decidido ficou reforçada no início da segunda parte. Logo nos primeiros minutos o Jonas falhou o terceiro golo de forma incrível, quando completamente isolado tentou ultrapassar o guarda-redes e acabou por se embrulhar com a bola. Mas redimiu-se minutos depois com o passe que deixou o Mitroglou na cara do guarda-redes para fazer o terceiro golo. Por esta altura pensei mesmo que o jogo estaria, conforme escrevi antes, 'morto e enterrado', e que a única dúvida seria quantos mais golos marcaria o Benfica. Mas apenas quatro minutos depois o Setúbal chegou ao golo, na recarga a uma bola defendida pelo Júlio César para o poste (depois de uma jogada em que o Jardel ficou muito mal na fotografia, ao deixar-se ultrapassar de forma quase infantil pelo Suk) e voltou a acreditar. Tivemos assim que passar, de uma forma quase desnecessária, por cerca de vinte minutos de maior pressão por parte do Setúbal, que beneficiou de vários cantos e ainda teve algumas ocasiões para reduzir para a diferença mínima, o que nos poderia ter causado muitos mais problemas. Foi aliás na fase em que o Setúbal parecia estar mais perigoso que o Benfica acabou por chegar ao quarto golo e resolver definitivamente a questão. O Djuricic, que tinha entrado para o lugar do Jonas e se estreou assim oficialmente esta época, conduziu muito bem a bola num contra-ataque praticamente de uma área à outra, entregou a bola ao Gonçalo Guedes que, a exemplo do que fez em quase todo o jogo, conseguiu embrulhar-se com a bola e perder a ocasião para marcar, e esta acabou por sobrar para o remate do Mitroglou. A bola embateu no poste, depois no guarda-redes do Setúbal, foi novamente ao poste e finalmente ultrapassou a linha de golo. Faltavam então dez minutos para o final, mas o Benfica ainda acabou por consentir mais um golo já quase no fim, num remate desviado pelo Suk, que foi colocado em jogo pela demora do Lisandro a subir após um canto.


O Pizzi voltou a ser um dos melhores jogadores do Benfica, tendo feito um grande trabalho no primeiro golo. Gostei também do jogo do Jonas, em especial durante a primeira parte. O Samaris esteve bem na tarefa de destruir o jogo do Setúbal, mas cometeu algumas asneiras graves na saída de bola. O Renato Sanches, a exemplo do que já lhe tinha apontado no jogo da Champions, começa a cometer alguns exageros com a bola nos pés (e quem quer que visse regularmente os jogos da nossa equipa B deverá reconhecer este tipo de jogadas) e o número de bolas perdidas ou entregues ao adversário foram mais do que o desejável - não me surpreendeu a sua substituição. Há que saber gerir esta ascensão súbita a um quase estrelato, porque não nos podemos esquecer que este foi apenas o quarto jogo que ele fez a titular. O Gonçalo Guedes, sinceramente, está a precisar de algum tempo no banco. Hoje praticamente nada lhe saiu bem.

Boa vitória contra uma equipa que ainda não tinha perdido em casa. Agora é continuar neste caminho e já na próxima terça tentar somar a sexta vitória consecutiva para o campeonato. Vitórias trazem motivação, e motivação traz mais vitórias.

1 Comments:

At 12/14/2015 11:26 da tarde, Blogger joão carlos said...

Um post que é o espelho daquilo que se passou em campo.


As substituições foram acertadas mas tardias a primeira resolveu as nossas lacunas na saída para o ataque após o golo deles mas os problemas defensivos continuaram e mesmo que os erros não tivessem acabado por completo com a segunda substituição ela impunha-se logo após aquele golo a falta de frescura dos jogadores acentuou os erros que já vinha desde o primeiro tempo.
Desta vez o nosso júnior não esteve bem, o que é normal e espectável, e o problema nem é esse porque isso faz parte daquilo que sabemos que ele é hoje mas num dia deste em que desde o inicio as coisas não começam a correr bem e que os erros se acumulam a substituição exige-se como se exigia a outro qualquer jogador mesmo que mantê-lo em caso seja favorável para o jogador, coisa que eu até nem concordo, o certo é que para a equipa não o é de certeza.
Este treinador já deu para perceber que vai dando hipóteses a alguns jogadores que até á partida pareciam fora de hipóteses mas parece que ainda não acertou no inverso naqueles que já demonstraram qualidades mas que não passam bom momento de forma e que necessitam não de um castigo mas sobretudo de algum descanso não só físico mas também para os proteger de modo a que retornem o mais rápido possível os níveis anteriormente atingidos porque insistir neles acaba nem por beneficiar a equipa nem o jogador que assim ainda tem mais dificuldade em voltar à boa forma.

 

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