domingo, setembro 11, 2005

Amargo

Mais um jogo sem ganhar, e agora um atraso de oito pontos para recuperar. Esta é uma daquelas derrotas que me custa digerir.

É-me difícil falar muito dos aspectos tácticos do jogo, porque fiquei sentado num lugar horrível que não me permitia ter uma boa visão global do terreno de jogo. Custa-me pagar 60€ (mais do que paguei pelos bilhetes para ver os três jogos da Champions League - mas já é natural toda a gente aproveitar-se para encher os cofres à custa dos adeptos do Benfica, até porque muitas vezes é a nossa própria direcção a dar o mau exemplo) para depois não conseguir ver um jogo em condições.

De qualquer forma, pareceu-me que o Benfica iniciou o jogo com o esquema de três centrais previsto, só que acabava na prática por ter sempre quatro homens mais recuados, uma vez que ou o João Pereira ou o Nélson tinham que recuar, consoante o flanco em que o Douala estava (e ele alternou bastante de lado durante a primeira parte). No meio campo o Manuel Fernandes fez dupla com o Karagounis, e na frente ficou o trio constituído pelo Simão, Miccoli e Carlitos.

O jogo iniciou-se numa toada bastante equilibrada, e durante mais de meia hora não houve praticamente qualquer ocasião de golo para nenhum dos lados. A excepção foi um lance confuso na nossa área na sequência de um canto, que acabou por ser aliviado pelo Ricardo Rocha. Mas a cerca de dez minutos do intervalo, houve o primeiro remate a uma das balizas digno desse nome, ao qual o Moreira correspondeu com uma grande defesa para canto. Na sequência desse canto, sofremos o primeiro golo, num lance em que não compreendo a ausência de jogadores do Benfica naquela zona da grande área. Depois do golo, nada mais digno de realce aconteceu até ao intervalo. O Benfica no ataque foi pouco mais que inofensivo, dado que os poucos lances do nosso ataque eram quase invariavelmente interrompidos por fora-de-jogo.

Na segunda parte o Koeman trocou o João Pereira pelo Nuno Gomes, desviando o Ricardo Rocha para esquerda e passando a actuar num 4-4-2 mais clássico (ou 4-2-3-1, dado que o Miccoli e o Nuno Gomes não jogavam lado a lado). A equipa até parecia estar mais arrumada e bem distribuída sobre o campo, mas infelizmente pouco depois do reinício do jogo ficou tudo estragado para o nosso lado. Foi um lance típico de um derby. O Ricardo Rocha entra de carrinho, o Rogério dá um triplo mortal encarpado e rebola no relvado em agonia, a turba da casa ulula indignada, e bom do Costa, solícito, mostra um vermelho directo ao nosso jogador por uma falta a meio campo merecedora de amarelo. Estranhamente, na primeira parte, uma entrada quase igual do Loureiro sobre o Karagounis foi apenas merecedora de amarelo, e ainda assim perante a indignação do público da casa, que agora se agitava nas bancadas e exigia o sangue do Ricardo Rocha. As grandes diferenças entre estes dois lances foram a ululação do público (que no caso do Loureiro apenas se deu depois deste ter visto o amarelo), e o facto do Karagounis não ter ficado a rebolar-se no chão em agonia enquanto que os seus colegas rodeavam e pressionavam o árbitro, ao contrário do que aconteceu com o Ricardo Rocha.

Obviamente que não posso afirmar com certeza que o Benfica deixaria de perder o jogo caso continuasse com onze jogadores em campo. O que posso afirmar com toda a certeza é que consigo imaginar as declarações envolvendo expressões como 'levados ao colo', e 'sistema' que seriam proferidas caso o lance se passasse ao contrário. Aliás, basta-me recuar uns meses no tempo e recordar uma eliminatória da Taça de Portugal entre estas duas equipas para ter bem presente a forma como esta gente reage a uma situação semelhante.

Enfim, connosco reduzidos a dez elementos, assisti finalmente a uma superioridade evidente da equipa da casa durante os minutos que se seguiram, e confesso que deixei de acreditar que fosse possível dar a volta ao resultado. Mas com a entrada do Beto (para lateral direito, voltando o Nélson para a esquerda), aos poucos o Benfica conseguiu reorganizar-se e travar mais eficazmente as investidas dos da casa. E num livre muito feliz do Simão, chegámos mesmo ao empate, e com ele voltou a esperança. Como resposta imediata, os nossos adversários abriram a frente de ataque fazendo entrar um extremo esquerdo (Wender), fixando o Douala definitivamente do lado direito. A isto respondeu o Koeman com a entrada do Alcides para lateral direito, subindo o Beto para o meio campo, e passando a equipa a jogar em 4-2-3. Verdade seja dita que perante as condições do jogo, não me importaria de ver o Benfica defender o resultado, que até se poderia considerar positivo dado que estávamos em inferioridade numérica. Mas o Benfica não o fez: manteve os três avançados em campo (Simão, Miccoli e Nuno Gomes), e nunca vi qualquer tentativa de queima de tempo, ou de quebra do ritmo de jogo.

Os nossos adversários foram à procura do segundo golo, e carregaram sobre nós. O Benfica tinha uma lacuna: é que a táctica com que jogávamos deixava o Simão sobre a esquerda, mas o Miccoli e o Nuno Gomes ficavam ambos no meio. Alguém deveria descair sobre a direita, e isso não aconteceu, o que significa que o Tello tinha sempre todo o corredor livre para subir, e o Alcides era diversas vezes confrontado com dois adversários. Foi numa destas subidas que sofremos o segundo golo, num lance com muitas culpas para o Luisão. Ele falha o tempo de salto, deixa a bola passar-lhe por cima, e nas costas dele estava o Liedson a aproveitar provavelmente aquela que foi a única oportunidade real de golo que teve durante a partida. Já o ano passado no mesmo jogo, ele marcou um golo quase igual.

A partir daqui, o nosso adversário praticamente acabou em termos ofensivos. Dedicaram-se a defender a vantagem, e até a queimar tempo sempre que possível. Acreditei que podíamos chegar ao empate, porque o Benfica conseguiu esquecer a desvantagem numérica e foi à procura do golo, enquanto que a defesa adversária parecia tremer sempre que o Benfica atacava (particularmente quando a bola chegava aos pés do Simão). À parte mais uns quantos foras-de-jogo (não sei se bem ou mal assinalados, mas pelo menos um ao Simão pareceu-me muito mal tirado) a invalidarem as nossas tentativas de ataque, ainda houve uma óptima oportunidade, desperdiçada pelo Luisão, e em que depois de falhar o golo este foi vítima de uma entrada digna de artes marciais por parte do Nélson. Para além de ter sido ele a bater no Luisão, depois ainda aproveitou para queimar mais algum tempo e fingir que estava lesionado.

Acabámos por perder um jogo perfeitamente ao nosso alcance, mas os derbies normalmente decidem-se nas pequenas coisas, e ontem foi a nossa vez de sair a perder. Se calhar digo isto como adepto, mas não acredito que perdêssemos o jogo a jogar com onze. Mas a jogar num estádio em que os adeptos quase ameçam invasões de campo quando um lançamento é assinalado ao contrário, era difícil que o árbitro não lhes fizesse a vontade no lance do Ricardo Rocha. Enfim, há que levantar a cabeça. Temos um jogo para a Champions na quarta-feira, e oito pontos para recuperar no campeonato. E vamos recuperá-los.

45 Comments:

At 9/11/2005 6:50 da tarde, Blogger Harry Lime said...

D`Arcy,

Concordo com a a análise. Aceito até a tua opinião acerca da expulsão do Ricardo Rocha. Aquilo esteve no limite entre o amarelo e o vermelho. Penso que a decisão de mostrar o vermelho foi aceitavel (especialmente para punir a estupidez atroz do Ricardo Rocha) da mesma forma que o seria o amarelo. O árbitro mostrou o vermelho sob pressão do público? Talvez... mas pergunto-me se ele não faria o mesmo a um jogadors do sporting sob a pressão de 70 000 benfiquistas na Luz... Mais uma vez parece-me que estas insinuações contra o arbitro levam água no bico.

Não sei o que pensam os outros sportinguistas (nem quero saber) acerca do sistema e de voces serem levados ao colo. Isso para mim sempre me pareceu uma patacoada de todo o tamanho.

Não achei muita graça às generalizações que fazes em relação "aos adeptos do nosso adversário" e a "esta gente". O "nosso adversário" tem nome e a grande maioria dos sportinguistas que conheces (e que eu tambem conheço) nunca usaram dessas desculpas estupidas do "sistema" e de "serem levados ao colo",

No Sporting há diferenças entre o modo de pensar de um presidente alucinado e o dos adeptos que, ao contrário dos benfiquistas, não são completamente desprovidos de sentido critico em relação às parvoices proferidas pela sua direcção. Entendido?

Mais uma vez, digo que concordo com a tua análise do jogo.

No entanto esqueces-te de um aspecto: em 4-3-3, a linha avançada é normalmente constituida por 2 extremos e um ponta de lança matador "à mama" (para mim o idela desse tipo de ponta de lança é o Jardel). Ora eu pergunto-me onde é que, no 11 inicial, estava esse ponta de lança.

a resposta é simples: não estava. O Miccolli, com todas as qualidades que possa ter, não é um avançado de área para jogar em 4-3-3 só no meio dos centrais. E não tem nada a ver com a altura dele (o Liedson, para não ir mais longe, não é muito alto e passa o tempo a marcar golos no meio dos centrais). Ele é melhor para jogar com outro avançado ou então a médio ofensivo acontece que para isso já lá jogadores como o Nuno Gomes ou como o Karagounis.

Por outras palavras, a vossa grande contratação para o ataque é um erro de casting fenomenal. Espero que haja benfiquistas com o bom senso de apontar esse erro aos responsaveis (o LFV e o Veiga). O Micooli pode ser um bom jogador mas não é que voces precisam.

By the way, no final do jogo o ascendente do Benfica não foi assim tão acentuado. É de notar que ainda antes do 2º golo do sporting o Benfica cortou 2 remates do sporting sobre a linha de golo. Um do Liedson na sequnecia duma jogada do Douala no lado esquerdo e um outro na sequencia de um canto.

Espero que o teu esquecimento acerca destes factos se deva unicamente ao facto de teres ficado num mau lugar no estádio.

 
At 9/11/2005 7:21 da tarde, Blogger D'Arcy said...

O ascendente do Benfica no final do jogo que menciono foi APÓS o vosso golo. As situações que mencionas foram antes disso, no período entre o nosso golo e o vosso segundo. E eu disse que após o nosso golo e a imediata entrada do Wender, os nossos adversários carregaram na procura do golo. Essas situações (e na verdade só me recordo de uma, do Sá Pinto), estão incluidas nisto.

E as generalizações que faço fazem todo o sentido. Os adeptos do teu clube que não acreditam na teoria do sistema e que o Benfica não foi levado ao colo o ano passado é que são a excepção. Eu ontem fiquei no meio dos adeptos adversários e, mais uma vez, comprovei esta ideia. Tu é que infelizmente pareces estar completamente desinformado sobre a realidade do que é a mentalidade dos adeptos do teu clube.

Ao contrário do que afirmas, o 4-3-3 não obriga a ter um avançado fixo plantado na área. Mesmo quando o Jardel estava em Alvalade, não jogavam em 4-3-3, mas sim com o JVP no apoio directo ao ponta-de-lança (nem sequer havia extremos no plantel). A aposta no tridente ofensivo foi em utilizar três avançados muito móveis e rápidos, que não se sujeitem à marcação, e troquem a bola rapidamente para lançar um deles nas costas da defesa. Infelizmente ontem a enormíssima maioria das tentativas de lances desse género cairam no fora-de-jogo.

 
At 9/11/2005 10:25 da tarde, Blogger Harry Lime said...

Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

 
At 9/11/2005 10:30 da tarde, Blogger D'Arcy said...

Sabes muito bem que eu recuso-me escrever o nome do clube que eu mais desprezo no universo. No meu vocabulário é um palavrão.

 
At 9/11/2005 10:32 da tarde, Blogger Harry Lime said...

D`Arcy,

Acredito que o 4-3-3 não exija um ponta de lança à mama (apesar do SCP no tempo do Jardel jogar em 4-3-3 com o JVP a jogar como médio ofensivo na posição de 9 e 1/2).

O problema é que mesmo que o 4-3-3 não exija um avançado fixo, voces com os jogadores que tÊm não estão em condições de o praticar. Logo para começar porque quer o Simão quer o Carlitos só sabem jogar como extremos quando se deslocam para o meio são um autentico desastre (lembremo-nos do resultado das experiencias no inicio da época com o Simão no meio). Assim, com jogadores que não são versáteis, como o Simão e o Carlitos, não há condições para por em prática um tridente como aquele de que fales. Em relação ao Miccoli, o que se viu ontem (especialmente com o facto dele estar sempre a cair em fora de jogo) é que ele não está rotinado na posição de avançado centro. Quando o Nuno Gomes entrou e ele deixou de estar sozinho no centro do ataque (porque quer o Simão quer o Carlitos não cvonseguem deslocar-se para jogar no meio) as coisas começaram a correr melhor.

E a verdade é que o Sporting nem sequer jogou assim tão bem. O lado direito da nossa defesa estava um desastre e o Simão aparecia sozinho com frequencia (isto quando não estava a pastar em fora de jogo).

Pá, em relação aos adeptos do Sporting acredito que os ceguinhos acefalos que acreditam nessas parvoices não correspondam à maioria (na melhor das hipoteses são uma minoria barulhenta). Nestas coisas eu parto do principio de que as pessoas não são completamente desprovidas de bom senso NEM de inteligencia. Mas é aquela: se calhar estou errado :))

PS. Continuo a achar que o "meu clube" tem nome. Eu não gosto do Benfica (e não O escondo de ninguem) mas não o trato com a sobranceria com que tu tratas o Sporting... tanto mais que essa sobranceria tem muito pouca razão de ser. Afinal de contas, o "meu clube" tem 3 jogos e 3 vitória com 6 golos marcados e 3 sofridos. O "teu clube" pelo contrário tem 3 jogos, 1 ponto, 1 golo marcado e 4 sofridos... 1 empate, 2 derrotas que na realidade são 3 vitórias morais.

Tendo em conta estes dados não sei se tens muitas razões para armar em bom. Em vez disso deverias olhar com seriedade para dentro do teu clube e ver o que está a correr mal. Pelo menos era o que eu faria na tua posição (e foi sempre essa a minha postura no passado)... mas pronto eu sou sportinguista e não estou imbuido da Misitica que rodeia o "teu clube" e que aparentemente tolda a mente de todos os seus adeptos.

 
At 9/11/2005 10:46 da tarde, Blogger MB said...

D'Arcy

O Harry Lime tem razão, qualquer pessoa de bom senso sabe que um clube que tenha 3 jogos, 3 vitórias, com 6 golos marcados e 3 sofridos tem direito a ser tratado pelo nome!

P.S. Pensar em 6 golos marcados e 3 sofridos alegrou-me logo o dia :) Obrigado Harry Lime

 
At 9/12/2005 12:04 da manhã, Anonymous Anónimo said...

Se este cenário de 3 jogos, um ponto, fosse real no tempo do verdadeiro Benfica, a esta altura presidente e treinador já estavam a voar...

Há que dar razão a este lagarto, por muito que custe.

 
At 9/12/2005 12:11 da manhã, Blogger tma said...

D'Arcy, como não vi o jogo (só ouvi o relato), a tua análise realmente ajuda não só a confirmar a impressão com que fiquei do jogo como a completar alguns aspectos que não pude observar, tais como o 4-2-3 (após a expulsão e a entrada do Alcides) com o lado direito descompensado (cheguei a pensar que o Beto pendia para esse lado, ainda que mais recuado que o Simão), o que certamente dificultou a vida ao Alcides.
Qto ao lance do Loureiro que comparas com o do R. Rocha, não o posso comentar pq não o vi (nem me recordo de o ouvir, pq tive de interromper a audição do relato por alguns momentos...), pelo que só posso julgar as imagens do resumo:
o R. Rocha teve uma entrada que me pareceu "a matar", e ainda que o Rogério tenha exagerado na queda e rebolões, o vermelho pareceu-me uma decisão correcta. Se está certo que o árbitro devia ser sempre rigoroso neste tipo de lances (e o R. Rocha tem uma certa tendência para cair que nem patinho neste tipo de situações), também é verdade que o rigor devia ser igual em todos os lances do género, e por vezes é mais igual nuns lances do que outros, em que a pressão externa (que inclui os habituais monólogos indecifráveis do Dias da Cunha sobre a escolha dos árbitros, antes dos jogos) parece efectivamente exercer alguma influência. Mesmo assim, o Ricardo Rocha esteve mal e podia (e devia) perfeitamente ter evitado fazer o que fez.
Já agora, consta que na falta de cujo livre resultou o golo do Benfica, o Polga tb devia ter visto o amarelo e tal não aconteceu.

Sobre a táctica, eu preferiria um modelo mais clássico de 4-3-3 (que com o Miccoli, talvez tivesse mais tendência a transformar-se em 4-4-2), com o Geovanni em vez do Carlitos, o Nuno Gomes em vez do Karagounis (recuando o Miccoli para a posição habitual do Nuno Assis) e o Beto em vez de um dos laterais (Nelson ou João Pereira). Nestes jogos, a experiência tem um grande peso (para além da boa forma física, em que o Karagounis não se encontrava), e parece-me que este factor não foi devidamente contemplado pelo Koeman.

Tendo a concordar com o Harry Lime que a utilização de 3 avançados móveis, com aqueles jogadores (Simão, Miccoli, Carlitos) não resulta muito.
E pelos vistos, a utilização do Miccoli no apoio ao Nuno Gomes até teve algum efeito, já que, mesmo com 10, o Benfica consegui assim ser mais perigoso. E por outro lado, uma das capacidades do Nuno Gomes é a sua mobilidade. Por vezes até demais, pq depois o espaço do ponta-de-lança fica vago. Mas ao contrário do que diz o Harry Lime, o Miccoli vem precisamente complementar uma lacuna do Benfica, que é a da ausÊncia de um 9 1/2 que preencha o espaço de um ponta de lança como o Nuno Gomes, qdo este se desloca da sua posição. Não compreendo que o Koeman não tenha tentado tirar partido, desde início, desta sinergia... E quando tentou fazê-lo, na 2ª parte, logo a seguir foi o Ricardo Rocha a perder a cabeça e estragar tudo.

 
At 9/12/2005 1:24 da manhã, Blogger D'Arcy said...

O árbitro estava com um critério disciplinar muito leve antes do vermelho, e continuou com ele depois do vermelho (a tal falta do Polga sobre o Miccoli foi mais um exemplo). Só naquele lance do Ricardo Rocha é que resolveu armar-se em rigoroso. E depois é a tal coisa da coerência: na última jornada o Ricardo Rocha levou com uma entrada do Carlitos bem pior que o obrigou a sair lesionado, e não houve vermelho nesse lance, por isso não vale a pena virem-me com tretas de que este ano os árbitros têm instruções mais rigorosas para punir este tipo de lances (como dizia ontem o Rui Santos). A entrada do Ricardo Rocha não é por trás, é feita lateralmente, e ele vai com os pés ao nível do relvado. O espectáculo todo dado pelo Rogério ajudou à expulsão. Depois o bom do Liedson, que nesse lance até bateu com a mão na cara do Ricardo quando foi desarmado, ainda foi provocá-lo e dizer-lhe 'adeus' quando ele saía do relvado.

A entrada do Loureiro é uma tesourada lateral, que se o árbitro seguisse o mesmo critério (que considero errado), daria vermelho também. Mas o Karagounis não deu espectáculo nenhum, e os jogadores do Benfica não cairam em cima do árbitro. E já agora, o referido lance entre o Luisão e o Nélson é uma entrada brutal do Nélson, muito semelhante à do Marco Tábuas o ano passado sobre o Nuno Gomes, que o mandou para o estaleiro por três meses. No estádio não pude aperceber se a bola já estava fora do terreno ou não, mas se não estava então o lance é penalti. Já ouvi muita gente dizer que a bola ainda não tinha saído, mas como essas pessoas são benfiquistas eu dou o devido desconto.

O Beto de facto descaía para a diretia. Mas não estava na direita: quando ele reparava que a descompensação era muita, então saía do meio para vir até à direita, e na maioria das vezes já chegava tarde (ou então assim que ele lá chegava a bola seguia para o meio, precisamente para o buraco que ele tinha deixado).

Estás no entanto enganado numa coisa: ontem não foi o Miccoli que descaiu para apoiar o Nuno Gomes; foi precisamente o contrário. O Nuno Gomes é que recuava no terreno, e o Miccoli ficava sempre como homem mais avançado. Mesmo quando não tínhamos a bola, o Miccoli era o jogador que praticamente não defendia, e ficava sozinho na frente. Quando o Nuno Gomes entrou (e antes da expulsão), na prática voltámos ao clássico 4-2-3-1, sendo que o '1' era o Miccoli. Com a expulsão do Ricardo Rocha, e a saída do Carlitos, o '3' ficou coxo do lado direito, porque tinha apenas o Simão pela esquerda e o Nuno Gomes nas costas do Miccoli.

Eu gosto de uma táctica com três avançados móveis, porque assim retira a possibilidade do adversário ter um ponto de referência de marcação. Se fixas um avançado na frente, a equipa passa a ter a má tendência de o utilizar como target man, o que dá à equipa adversária a vantagem de saber de antemão para onde é que grande parte dos nossos ataques vão ser dirigidos. O Nuno Gomes acabou por jogar bem precisamente na tal posição de '9 1/2', onde pôde tirar partido da sua mobilidade. Quando o fixas como 9, normalmente é um desastre.

 
At 9/12/2005 9:20 da manhã, Blogger Harry Lime said...

Concordo com as análises lampiãs do DÀrcy e do tma em relação quer ao lance do R.Rocha quer à entrada do Tiago sobre o Luisão. é capaz de ter havido algum exagero na expulsão do R.rocha.

Em relação ao lance do tiago e do Luisãop, houve muitas duvidas. Parece.me que a bola se não tinha saido já ia caminho. o lance é muito rápido por isso não dá para tirar certezas. é óbvio que os sportinguistas vão dizer que não foi penalti e os benfiquistas vão dizer que foi... mas isso é a ordem natural das coisas :)))

Acho que toda a gente está mais ou menso de acordo que os avançados do Benfica ainda não estão adaptados ao 4-3-3... Eu acho que tendo a conta a pressão que existe num clube grande como o Benfica (e a escassez de recursos), o Koeman deveria tentar adoptar uma táctica que se dapatasse aos jogadores que tem e não tentar que os jogadores se adaptassem à sua táctica. é que o tempo começa a escassear para a equipa do Benfica e quer adeptos, quer dirigentes devem estar sequisos por resultados.

Eu sei que, na vossa posição (na qual de resto já estive, treinadores desorientados, planteis limitados e maus resultados têm sido uma constante na história do SCP nos últimos 20 anos), estaria ansioso por ver a minha equipa jogar decentemente, marcar golos e ganhar jogos

 
At 9/12/2005 9:40 da manhã, Blogger D'Arcy said...

Mas eu acho precisamente que quando o Koeman opta por um 4-3-3 com três avançados móveis está a tentar usar uma táctica que se adapte às características dos jogadores de que dispões, dado que no plantel não existe uma avançado com características de ponta-de-lança fixo. Sem um avançado com essas características não vale a pena estar a prender os extremos às linhas para centrarem bolas, e o melhor é dar-lhes liberdade para fazerem diagonais e trocarem de posição constantemente durante o jogo.

 
At 9/12/2005 9:50 da manhã, Blogger Harry Lime said...

O problema é que nem o simão nem o Carlitos conseguem fazer isso... O Geovanni penso que consegue aparecer na frente com perigo mas os jogadores que entraram em campo ontem não conseguiam fazê-lo. O Miccoli... vamos ver...Apesar de tudo o que eu possa dizer, eu só posso ter respeito por um jogador que marca 12 golos no campeonato italiano.

Para o Benfica, o melhor é mesmo um 4-4-2 com o Miccoli e o N.Gomes na frente, o Simão e o Geovanni a médios-ala e o Petit ou M.Fernandes ou Beto a médios defensivos a entrar na frente, qualquer um dos 3 é bastante versátil e combativo (às vezes até demais!)...

Então e o Karagounis? Bem, ele que trabalhe para ganhar lugar nesta estrutura, ó caraças!

 
At 9/12/2005 10:11 da manhã, Blogger D'Arcy said...

Num esquema desses infelizmente o Manuel Fernandes é o sacrificado, e jogam o Petit e o Karagounis. Não tenho muitas dúvidas acerca disso.

 
At 9/12/2005 10:24 da manhã, Anonymous Anónimo said...

excelente análise d'arcy! so acrescento uma coisa (esquecendo os reverberos do harry!:P): a tv fartou-se de repetir a imagem da netrada em camara lenta o que aumenta o atraso do RRocha na entrada. não, não o estou a desculpar! apenas acho que não foi assim tanto pro rogério morrer! o que se passou e isso é claro nas imagens, e´que dps de ganhar o lance ao f**** da p*** do leve, levou um estalo o que o descompensou (e vê-se nas imagens ele a atrasar-se) e depois fez mais uma burrice (o que me leva a dizer que é o 4º central do benfica... e não é de hoje! o alcides tem MUUUUUITO mais calma...) que devia ter sido punida ocm o amarelo... isto n desculpa as burrices do koeman... mas não o crucifico! acredito nele e acredito no titulo... aliás... se estivesse a jogar como o sporting é k me preocupava (dado terem o mesmo treinador da epoca passada... e auto-denominarem-se o futebol mais bonito do univers... pra ser honesto xateou-me mais ter perdido porque o sporting n jogou nada que justificasse o peito inchado do lavrador...).
abraços

 
At 9/12/2005 10:59 da manhã, Blogger D'Arcy said...

Não fiques muito contente, que cá para mim vamos ter a trilogia Costa e levamos com o António Costa para o próximo jogo...

Concordo com o que dizes sobre o Karagounis. Achei mal o Koeman dar-lhe a titularidade. Quanto ao Carlitos, não me irritou que jogasse. Ele até nem jogou particularmente mal, e não foi por aí que perdemos. O Carlitos parece ser um caso exemplar de medo cénico: ele faz sempre treinos espectaculares, e depois quando chega aos jogos fica amedrontado. Ora um treinador, ainda para mais um treinador novo, acaba por basear-se nas performances nos treinos para escolher os jogadores que jogam. Se ele vê o Carlitos a fazer os treinos que faz, até é natural que lhe dê uma hipótese, na esperança que ele faça nos jogos aquilo que faz nos treinos.

Eu acredito que podemos recuperar o atraso, porque vejo potencial na equipa. Este ano acho que temos um plantel mais equilibrado do que o ano passado. E confesso que até acredito no 3-4-3 como uma táctica muito válida para a maior parte dos jogos do campeonato. Mas tem que ser um 3-4-3 sem invenções, ou seja, por exemplo, com o Léo do lado esquerdo e o Nélson do lado direito.

bp: o lance da expulsão, conforme disse, foi típico de um derby. Eles aproveitaram-no ao máximo, e o Ricardo foi para a rua. Mas apesar de achar que o Ricardo foi mal expulso, também acho que ele deveria ter mais tino, e lembrar-se que se entra assim a uma bola num derby arrisca-se a ser expulso, até porque ele já tem experiência suficiente nisto. Ele já foi expulso num Benfica x FCP na Luz, após agarrar um adversário a meio-campo, e voltou a ser expulso num FCP x Benfica, em que nem sequer tocou no Deco. Mas um derby é diferente, e quando se entra impetuosamente a um lance, mesmo que a falta acabe por não ser tão grave quanto aparenta, o vermelho é sempre um risco. Particularmente se o jogo é em casa do adversário.

 
At 9/12/2005 11:39 da manhã, Anonymous Anónimo said...

D´Arcy,
E bofetada do Liedson ao R.Rocha ninguem viu?

 
At 9/12/2005 11:50 da manhã, Blogger D'Arcy said...

No lance da expulsão, vi na TV um toque do Liedson na cara do Ricardo Rocha, mas sinceramente não me pareceu intencional.

 
At 9/12/2005 12:30 da tarde, Blogger S.L.B. said...

Concordo com a maior parte do que aqui se escreveu, inclusive com o Harry Lime quando fala da táctica do Benfica. Mas discordo frontalmente de ti, D'Arcy, relativamente ao Carlitos: o tipo NUNCA fez um jogo de jeito com a camisola do Benfica, como é possível ser colocado a titular? Por muitos bons treinos que faça, não pode jogar de início num jogo desta importância. Se o Koeman lhe quer dar hipóteses que lhas dê num jogo com menos responsabilidade.

Concordo também com o Superman Torras sobre a estupidez de testar sistemas de jogo alternativos com a época já a decorrer (e com a prática de apenas meia-dúzia de treinos). Por princípio também sou contra as "chicotadas psicológicas", principalmente ao fim de três jornadas, mas precisamos de ganhar jogos rapidamente, caso contrário as coisas ficam muito complicadas.

Só mais duas adendas em relação à nossa equipa:
- O Miccoli demonstrou que só pode jogar naquela posição ("9" ou "9 1/2"), já que praticamente não defende (terá sido só por incapacidade física?). Pensei que também poderia alinhar a extremo, mas se não ajudar atrás é impossível
- O Manuel Fernandes ou melhora a qualidade de passe ou não tem lugar na equipa. Perdemos pelo menos três contra-ataques potencialmente perigosos por maus passes dele.

Posto isto, e tendo o Miccoli e o Nuno Gomes que jogar de início, por mim alinharíamos num 4-4-2 ou 4-2-3-1 (recuando um dos dois pontas-de-lança). Moreira; Nélson, Anderson, Luisão, Léo(?); Petit, Karagounis; Geovanni, Nuno Gomes, Miccoli, Simão. O Anderson em vez do Ricardo Rocha, porque é menos impetuoso e além disso o R. Rocha deveria passar uns tempos no banco para não fazer entradas daquelas. Acho que o Karagounis é mais um "box-to-box" (como o Tiago) do que um "10" e o Petit é essencial para recuperar bolas. Como diz o D'Arcy, o sacrificado teria de ser o Manuel Fernandes.

 
At 9/12/2005 12:59 da tarde, Blogger tma said...

D'Arcy, qto ao posicionamento da dupla Nuno Gomes/Miccoli, fico, pela tua resposta, a saber algo que não me apercebi pelo relato.
Partilho totalmente da tua opinião que Nuno Gomes não seja um verdadeiro "9". Vejo essa posição mais como um "ponto de partida" e não como uma posição fixa, com a qual definitivamente ele não se dá bem. Enfim, o Nuno Gomes será mais um 9 1/4 :-P. No entanto, o Nuno Gomes até tem um bom jogo de cabeça, mas no Benfica de há vários anos para cá, não se tem privilegiado muito as jogadas que favoreçam os bons cabeceadores (os típicos "centros à linha").
O problema dos 3 avançados móveis é, obviamente, a fixação dos laterais adversários. Se a defender não houver os cuidados necessários, de modo a tapar as duas faixas, criam-se auto-estradas...
Para além de que o Simão não tem conseguido revelar grande mobilidade da esquerda para o interior (aliás, ele já há muito que anda distante da melhor forma, o seu papel tem sido mais o de influência do que propriamente o de desequilibrador). E certamente o Koeman não irá prescindir do Simão, pelo que qdo muito, teremos 2 avançados móveis (N. Gomes + Miccoli). Talvez o Geovanni até se enquadre melhor nesse esquema que o Simão.
De qq forma, há que recordar o Benfica de 93-94, em que de facto utilizava muito o esquema de 3 avançados móveis: em termos ofensivos era eficaz, pq tinha jogadores com grande mobilidade (com principal destaque, claro, para o JVP), mas a defender dava muitos espaços.

 
At 9/12/2005 1:12 da tarde, Blogger D'Arcy said...

Esse Benfica na verdade sofria muitos golos, mas marcava que se fartava. E jogava com o trio atacante JVP, Isaías, e Yuran ou Aílton. Nenhum deles tinha características de avançado de área.

Sinceramente, gostava muito de ainda ter o Sokota na equipa...

 
At 9/12/2005 1:16 da tarde, Blogger Harry Lime said...

D`arcy

Toda a gente sabe que o Liedson é um sacana e um fiteiro. A parte boa é que ele é o nosso sacana. :)))

Tomara voces terem lá um fiteiro destes. Metade dos vossos problemas estava resolvido.

É que o Liedson resolve. Acho que vou fazer uma T-shirt com este slogan) :))))

Não posso deixar de concordar com as afirmações do MB e do Superman_Torras. Parece que, contra todas as expectativas, existem vestigios de bom senso entre as hostes lampiãs.

 
At 9/12/2005 2:03 da tarde, Blogger tma said...

Qto às entradas do R. Rocha, L. Loureiro e Nélson (as duas julgo pelo que foi aqui descrito), deviam todas vermelho (tal como faltou o vermelho na jornada passada ao Carlitos e no ano passado ao Marco Tábuas).
Acho que tudo o que é carrinho, tesourada e entradas de pitons em rist (incluindo as laterais, para além das por trás) que podem pôr em causa a integridade física dos jogadores merecem expulsão (o Eusébio, por causa de tanto malharem nele, "acabou" a carreira aos 31 anos, o van Basten acabou definitivamente aos 29, o Diamantino lesionou-se nas vésperas da final da TC de 88 e mesmo depois, nunca mais foi o mesmo, etc...). Acho que é mesmo a melhor solução para punir o jogo violento, e independentemente do que o Loureiro fez, o Ricardo Rocha abusa desse tipo de jogo.
Claro que o problema é que os árbitros por vezes julgam a violência das entradas pelo resultado final (que muitas vezes é teatro do jogador) e não pelo perigo potencial, e a influência dos factores externos também pode condicionar a decisão. O facto de um jogador ser atingido ou não por esse tipo de entrada não devia ser a razão pela qual um cartão é mostrado ou não.
Qto ao Rui Santos, já sabemos que aquela cabeça sebosa só pensa para um lado, pelo que para ele nunca vai haver entradas perigosas feitas contra jogadores do Benfica. Provavelmente, ele deve achar que o jogadores do Benfica deviam ser todos tratados à pancada, que cometer faltas dentro da área nunca dará direito a penalties a favor do Benfica e no fim ainda dizer que as arbitragens beneficiam o Benfica.

 
At 9/12/2005 2:41 da tarde, Blogger D'Arcy said...

Epá, a mim nem me passa pela cabeça pedir a substituição do Koeman! Sou por norma avesso a chicotadas, e é preciso muito para um treinador me fazer perder a cabeça.

O exemplo que mencionas do Rijkaard é uma boa escolha. Na sua primeira época o Barcelona andou a arrastar-se a meio da tabela até metade do campeonato. Deposi arrancou uma recuperação que o levou até ao segundo lugar, com possibilidades até de discutir o primeiro. E no ano seguinte forma campeões.

 
At 9/12/2005 3:24 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Não é preciso ir até barcelona para conseguir um exemplo desses. Basta ver quantas vezes no ano passado o Trap não levou com lenços brancos na Luz. Á uns anos tinha ido para a rua e lá ficávamos nós mais 1 ano sem ganhar nada...

Ainda ontem, numa de zaping, ao passar pela tvi, vi uns minutos de um programa qq onde estavam a discutir a situação actual do SLB. Estavam numa das casas do Glorioso a entrevistar uns sócios que tinham uns lenços brancos na mão e que apresentavam inumeros argumentos para despedir o Koeman e ir buscar o Camacho ou o Humberto Coelho, mas que quando questionados pelo repórter sobre a época passada, juravam que sempre tinham apoiado o Trap. Infelizmente ainda há muita gente que prefere avançar logo para a chicotada psicológica em vez de dar tempo ao tempo.
Na minha opinião, esta foi uma das mudanças positivas que esta direcção trouxe. O contrato com o treinador é para cumprir até ao fim, e ponto final na conversa. Até pq se não damos oportunidade a treinadores com algum nome e curriculo, vamos dar a quem?

É óbvio que não me agrada em nada as invenções que o Koeman tem feito, com os resultados que se vê.
Acho incrivel que se passe uma pré-época a treinar o 433, e depois em cada jogo oficial se ande a saltar do 343 para o 442 sem mais ou menos. Não percebo, e acho q só mesmo o Koeman sabe a razão da titularidade do Carlitos. Não entendi as entradas do Beto e depois do Alcides, quando estava o Leo no banco. E será que o Leo é pior jogador que o J. Pereira para que este seja titular e seja necessário encostar o nelson à esq? Tantas invenções só podem dar asneira...

Por mim, regressava aos 4 defesas. O R. Rocha merece ficar no banco uns jogos depois daquela entrada completamente estupida. Foi bem expulso.
Assim, vejo 2 opções:
433 - Moreira; Nelson, Luisão, Anderson, Leo; Petit, Karagounis, M. Fernandes; Simão, Micolli, N. Gomes
442 - Moreira; Nelson, Luisão, Anderson, Leo; Geovanni, Petit, Karagounis, Simão; Micolli, N. Gomes
A duvida é entre M. Fernandes (no 433) ou Geovanni (no 442). M. Fernandes fez um péssimo jogo contra a lagartagem. Sempre a passo e completamente alheado da bola. O Geovanni... bom, digamos que não é propriamente o meu jogador preferido. O habitual nele é desaparecer durante 90 % do jogo...
Espero que um destes esquemas seja aplicado já na 4ª feira, e que daí venha as vitórias.

 
At 9/12/2005 3:47 da tarde, Blogger Harry Lime said...

Atenção: o único tipo que aqui falou em chicotadas psicologicas fui eu, que sou sportinguista!

Se a mesma coisa acontecesse no sporting eu tambem estaria contra a chicotada psicologica. No entanto, vamos ver se, perante as suas responsabilidades no mau planeamento da época, a direcção não vai querer arranjar um bode expiatório... mesmo contra avontade dos adeptos!

 
At 9/12/2005 5:56 da tarde, Blogger D'Arcy said...

Os adeptos normalmente acabam quase sempre por concordar com chicotadas psicológicas, e não se chateiam muito com isso. Que me lembre, a única vez que vi os adeptos benfiquistas revoltados com a substituição de um treinador foi quando saiu o Mourinho.

 
At 9/12/2005 7:00 da tarde, Blogger S.L.B. said...

Devo ser dos poucos (senão mesmo o único) a concordar com isso, mas nessa altura o Vilarinho não poderia ter feito outra coisa, perante a chatagem infame que o Mourinho lhe fez (e que o próprio admitiu passado algum tempo). A posteriori é fácil dizer que foi um erro, mas naquela altura era a única solução possível.

Aliás, a passagem do Mourinho pelo Benfica é geralmente muito sobrevalorizada. Terá mudado um pouco a mentalidade dos jogadores, mas os resultados não foram nada de especial. Fomos eliminados pelo Halmstads e perdemos 3-0 contra o Marítimo. Os únicos resultados de relevo foram a vitória em Guimarães por 4-0 (depois de uma 1ª parte em que mal saímos do nosso meio-campo) e a vitória frente aos lagartos por 3-0 (num jogo que nos correu especialmente bem, há dois lances duvidosos na nossa grande-área que o Coroado não assinala).

 
At 9/12/2005 7:04 da tarde, Blogger tma said...

Neste momento não adianta nada (seria uma estupidez) despedir o Koeman, mesmo apesar de ele ter culpas nas escolhas que fez para Alvalade.
Tão ou mais responsável pelo mau início de época é o Veiga, pois ele é o responsável principal pelo atraso na preparação da mesma e na integração dos reforços.
Acho que o mal começa quando fica no ar a dúvida sobre se o Trappatoni fica ou não, condicionando logo aí a preparação da época seguinte. Compreendo que não fosse fácil fechar essa questão (tanto da parte do Trap como da direcção) antes do campeonato acabar (a ansiedade de ganhar o título era grande, e nada deveria perturbar o balneáreo - aqui o Veiga esteve bem).
Mas o resultado desse atraso foi que o Benfica demorou a escolher treinador (enquanto que o SCP, mal ou bem, manteve o mesmo e o FCP chegou a acordo como o Adriaanse antes de o campeonato terminar, o que permitiu aos nossos rivais desde logo começar a preparar esta época), demorou também na procura de reforços, o ponta-de-lança não chegou, deixou sair 3 (embora o Sokota já há muito se soubesse que iria sair) - o Karadas provavelmente pq foram dadas garantias ao Koeman de que seriam contratados 2 (veio o Miccoli, que é excelente e é benvindo, mas não é ponta de lança...). E aqui o Veiga é o principal responsável.
Definitivamente, acho que o deslumbramento do título conquistado teve os seus efeitos nefastos...
E o facto é que o SCP está neste momento melhor preparado e por azar de calendário, tal como o FCP: não que joguem uma maravilha, mas pelo menos nota-se que já têm um modelo de jogo razoavelmente assimilado. No caso do Benfica e do modelo 4-3-3, o problema foi a ausência de situações de golo e de remates à baliza (o único jogo da pré-época em que realmente foi eficaz foi o WBA), pelo que, num dos aspectos essenciais, não foi assimilado. O 3-4-3 surgiu para tornar o ataque mais dinâmico, mas este foi um modelo pouco treinado, e com as coisas a correr mal, a equipa desorienta-se um pouco.
Seja como for, deixar o Nuno Gomes de fora e escolher o Carlitos para um jogo destes não tem grande explicação...

 
At 9/13/2005 10:43 da manhã, Blogger D'Arcy said...

S.L.B.: Eu sempre achei que o Vilarinho não podia fazer senão o que fez no caso do Mourinho. Mas a verdade é que a generalidade dos sócios não gostou de ver o Mourinho sair.

Não creio que a passagem do Mourinho pelo Benfica seja sobrevalorizada. Os maus resultados que mencionas foram obtidos assim que ele chegou, numa altura em que a equipa estava na mó de baixo. Quando eles assimilaram a mentalidade do Mourinho, aquilo começou a correr bem. Aliás, o Mourinho teve um percurso semelhante no FCP: quando lá chegou a meio da época também fez maus resultados (como perder em casa com o Beira Mar), e teve que lutar para conseguir acabar em 3º.

A verdade é que ele saiu quando a equipa já estava afinada, e quando o Toni entrou aproveitou essa embalagem para continuara a ganhar jogos, de tal modo que chegámos ao jogo em que recebemos o Boavista em condições de chegar ao primeiro lugar se ganhássemos. A partir daí é que as coisas deram para o torto e acabámos por fazer a pior época da nossa história.

tma: eu neste momento, se estou zangado com alguém, é com o Veiga por achar que esta época foi toda muito mal planeada, por muitas das razões que enumeras. É verdade que é estranho um treinador andar a fazer experiências com a época em curso, mas essas experiências são em parte fruto da indefinição do plantel até agora.

 
At 9/13/2005 2:01 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Até ao momento o clube conseguiu vender apenas 65 mil kits de sócio, um número muito longe do traçado inicialmente por Luís Filipe Vieira.

Na altura do lançamento da campanha, o presidente encarnado afirmou que caso não atingisse os 300 mil kits abandonava o clube, para além de fazer depender o sucesso da equipa na liga dos campeões desta campanha.

A juntar a esta derrota pessoal de Luís Filipe Vieira, o Benfica registou, até ao momento, um grande prejuízo com toda esta campanha.

O clube da águia arrecadou até ao momento cerca de 3,5 milhões de euros contra os 4,5 milhões de euros investidos em publicidade, o que significa um saldo negativo de um milhão de euros.

De acordo com o director comercial do Benfica, a estratégia passou agora a ser a de atingir os 100 mil kits até ao final da presente época e 75 mil nas duas temporadas seguintes.

 
At 9/13/2005 2:26 da tarde, Blogger Harry Lime said...

Em realção ao Mourinho, eu penso que na altura ninguem (com a eventual excepção do Pinto da costa...) percebeu o real potencial do gajo. E penso que ninguem no Benfica ficou na realidade chateado por ele sair. O Vilarinho tinha prometido o Toni e era o Toni que estava na cabeça das benfiquistas quando o elegeram. Eu se calhar nem sequer censuro os benfiquistas por pensarem assim: o Toni com todos os defeitos que tinha era muuito mais experiente do que o Mourinho.

Na altura não dava para adivinhar o treinador brilhante que o Mourinho na realidade é.

Eu falo por mim (e por muitos outros adeptos do SCP): quando ouvi dizer que o homem vinha para o Sporting fiquei em choque e pensei: um tradutor a treinar o meu clube?!!! Nem pensar! O Benfica que fique com o gajo!

Hoje dou a mão à palmatória e percebo o quanto estava enganado na altura. :)))

 
At 9/13/2005 2:27 da tarde, Blogger tma said...

De facto, nem ponho em causa as experiências tácticas do Koeman, apenas ponho em causa determinadas (não) escolhas de jogadores.
Como o 4-3-3 também não funciona, tanto faz ser 3-4-3, 4-3-3 ou 4-4-2, e acho natural que o Koeman, em função da equipa que tem, tente adoptar o modelo que, no seu entender, melhor tire partido de um plantel algo limitado.

Quanto ao Mourinho, aquilo que o Vilarinho fez (não ceder a changagens) foi o mesmo que foi feito em relação ao Jardel, que começou a mandar bocas antes de tempo (quem sabe se não instigado por uma determinada agremiação...).
Infelizmente, em ambos os casos parece que ficámos a perder...

 
At 9/13/2005 2:52 da tarde, Blogger D'Arcy said...

Harry: Tu a dares-lhe com o PC. Antes do PC se aperceber do potencial do Mourinho, já o Vale e Azevedo o tinha feito. Depois dele sair do Benfica, houve o Luís Duque em Alvalade, e a seguir o João Bartolomeu em Leiria. E ainda antes do PC, voltou a ser o Vilarinho e o LFV a quererem-no de volta (o regresso só falhou devido à insistência em obrigarem-no a ter o Jesualdo como adjunto). Só depois disto tudo, e de uma boa campanha do Leiria é que a 'visão estratégica' do PC se apercebeu do potencial do Mourinho.

Em relação aos kits, tudo é relativo. De facto, em face às declarações extemporâneas no LFV, é fácil dizer que está a ser um fracasso. Analisando os números a frio, podemos dizer que em pouco mais de três meses o Benfica quase duplicou o número de sócios, angariando uma quantidade de novos sócios quase equivalente à totalidade de sócios pagantes de cada um dos nossos rivais.

De qualquer forma, a estratégia de continuar a angariar novos sócios a este ritmo durante os próximos dois anos parece-me irreal. Tal só será conseguido se o Benfica for uma equipa ganhadora durante esse período de tempo. E para além dos novos sócios, há ainda a questão de manter os já existentes, porque muitos deixam de pagar quotas se os resultados não agradarem. Não vale a pena apelar para a paixão clubística: há muitos benfiquistas que só se sentem benfiquistas quando ganhamos.

 
At 9/13/2005 4:14 da tarde, Blogger Harry Lime said...

Eu não concordo que as afirmações do LFV tenham sido extemporaneas.

A mensagem que o LFV tentou fazer passar foi a do Messias: "Eu sou o homem que vos deu o titulo ao fim de 11 anos: se não aderirem ao Kit, eu vou-me embora. Ou Eu ou o Caos" e acrescentou "Comigo, o Benfica vai ter vedetas de primeiro plano e vai lutar pela vitória em todas as competições em que se encontra, especialmente a CL".

Isto foi uma especie de chantagem sobre os sócios e adeptos. Este esquema manhoso até poderia ter resultado se ao longo do Verão a equipa tivesse sido construida com seriedade e com inteligencia.

Em vez disso foi o que se viu: treinador bom mas contratado mal e às más horas, promessas de contratação de "vedetas" que não se contretizaram e no fim um plantel desequilibrado e mal preparado.

É óbvio que em face disto a procura de kits novo sócio só podia ficar aquem das promessas do Messias. Ninguem quer dar dinheiro a uns idiotas que nem sequer conseguem montar um plantel decente a tempo e horas.

PS. É óbvio que o PC viu no Mourinho algo que mais ninguem viu. Tanto mais que acedeu a todas as condições que o Mourinho lhe pediu (nomeadamente o Mourinho poder escolher a sua equipa tecnica). Fê-lo em desespero de causa? Talvez sim, talvez não. Mas a verdade é que o contratou e não foi porque lhe ofereceu mais dinheiro do que o Benfica...

 
At 9/13/2005 4:22 da tarde, Blogger D'Arcy said...

O PC estava a ser contestado por todos os lados, após três anos sem ganhar o campeonato, e tendo tido treinadores como o Octávio. Quando ele contratou o Mourinho, foi mesmo em desespero de causa, e cedeu a tudo. Ele não viu no Mourinho nada mais do que outros poderão ter visto. Pura e simplesmente saiu-lhe a sorte grande. Se calhar ele também viu no Couceiro algo que ninguem mais viu, não?

 
At 9/13/2005 4:37 da tarde, Blogger Harry Lime said...

Acredito que tenhas razão... mas foi esse desespero de causa que o salvou.

Por causa desse desepero, ele cedeu a tudo, não tentou impingir adjuntos manhosos "amigos da direcção" ao seu treinador principal. E não penso que eles tenham perdido muito tempo a falar de salários (esse não é o estilo do Mourinho).

O Couceiro é um treinador que noutras circunstancias ( e mesmo naquelas condições) poderia ter vingado no Porto. é obvio que não faria o que o Mourinho fez mas... O problema é que a epoca passada foi esquisita naquela parte do Mundo.

PS. Já agora gostava de ouvir comentários teus aos comentários que eu faço à conduta do LFv durente o Verão e nesta história dos "kits novo sócio". Acho que isso é bem mais importante do que o que Mourinho fez ou deixou de fazer.

 
At 9/13/2005 5:32 da tarde, Blogger MB said...

Ainda em relação a questão dos Kits, o LFV nunca disse que tinha por obkectivo vender 300 mil, o que ele disse foi que tinha como objectivo chegar aos 300 mil sócios o que, apesar de tudo, era um objectivo menos irrealista.

Quanto ao dinheiro gasto em publicidade, segundo o LFV, foi um investimento feito pelos parceiros do projecto e o Benfica não gastou um tostão.

Agora que a estratégia de ameaça aos adeptos do Benfica não resultou, isso é verdade.

 
At 9/13/2005 6:05 da tarde, Blogger D'Arcy said...

Quando eu não comento o que escreves normalmente é porque acho que não vale a pena comentar. O LFV resolveu assumir uma posição agressiva, na esperança que isso motivasse as pessoas a levantar o rabo do sofá e fazerem algo pelo clube. Isso não resultou.

Mas não penses que eu acho que ele está completamente errado em algumas das coisas que disse. Se os adeptos não estão dispostos a colaborar para ajudar a fazer o clube maior, então também não têm direito de andar a fazer-lhe exigências megalómanas. Os benfiquistas são como a generalidade dos portugueses: não querem compromissos nem responsabilidades. É isso que os leva a ficar em casa em vez de irem votar numas eleições, para que depois sempre que as coisas correm mal possa dizer sobre o governo 'Não fui eu quem os pôs lá!'. Mas acham-se no direito de fazer todo o tipo de exigências.

 
At 9/13/2005 6:12 da tarde, Blogger S.L.B. said...

Em relação aos kits, o D'Arcy foca o ponto-chave: "há muitos benfiquistas que só se sentem benfiquistas quando ganhamos". E quem diz os benfiquistas, diz os adeptos portugueses de outros clubes. Infelizmente é assim, para apoiar nos momentos bons estão todos disponíveis, quando as coisas correm de maneira torta é quase tudo a fugir.

Independentemente das "chantagens" do LFV (escusadas, é um facto, mas terão sido para tentar "acordar" os adeptos), o que ele disse tem uma certa razão de ser: com 300.000 sócios pagantes (suponhamos 50% efectivos e 50% correspondentes) o Benfica faria uma receita de 38,4 milhões de euros/ano só em quotas. Não me digam que isto não dá para construir uma boa equipa de futebol... E o cartão, se for bem utilizado, dá para amenizar bastante o pagamento das quotas. Além de que basta comparar-se o Benfica de agora com o de há meia-dúzia de anos atrás para se ver a diferença.

Não percebo como é que há adeptos que não aderem (e não me venham com histórias, bebendo uma bica por dia gasta-se 15€/mês, mais do que em quotas). Ou melhor, percebo: são o tipo de pessoas que dizem "ganhámos" ou "aqueles chulos perderam". Só se lembram do Benfica quando o Benfica não precisa de ser apoiado...

 
At 9/13/2005 6:37 da tarde, Blogger Harry Lime said...

As pessoas sentem-se muito mais motivadas a colaborar se virem que as coisas são conduzidas com seriedade e inteligencia.

Em vez disso, o LFV fez um ultimato aos adeptos e esperou que isso chegasse para os motivar. Não chegou porque as pessoas não são burras e já não caem na conversa dos "Messias".

Ele tinha de ter mostrado capacidade para montar uma boa equipa a tempo e horas, de ter contratado um treinador com tempo e de ter reforçado a equipa como deve ser (dentro naturalmente das limitações orçamentais do clube). Em suma, ele tinha de demonstrar competencia para as pessoas terem confiança nele. Ele não fez nada disso.

E por isso que a retórica dele (ou deverei chamar-lhe demagogia?) caiu em saco roto.

Agora o que eu acho muito mau é essa história dos "maus benfiquistas". como se a direcção não tivesse nada a ver com a fraca adesão das pessoas ao kit.

 
At 9/13/2005 11:10 da tarde, Blogger D'Arcy said...

Não tem nada a ver com 'maus benfiquistas'. Há sócios do Benfica, e há adeptos do Benfica. E dentro dos adeptos, há aqueles que só aparecem quando o clube ganha.

 
At 9/13/2005 11:40 da tarde, Blogger S.L.B. said...

Harry Lime: lembras-te como estava o Benfica antes do Vilarinho e posteriomente o Vieira terem chegado? De certeza que tu deliravas com o Vale e Azevedo e a lama que ele lançou sobre o Benfica. Faltas de pagamento, cheques carecas, contratações erráticas, dispensas polémicas, etc, etc. O Vilarinho e o Vieira tiveram os seus erros, é um facto, mas os adeptos não aderirem ao kit como era esperado (todavia como disse o D'Arcy, 65.000 em três meses é um número muito bom) somente por causa dos erros das contratações deste ano é ter a memória MUITO curta. Não digo que não tenhas razão no que referes, mas isto tem a ver com o que o D'Arcy referiu anteriormente: a falta de educação cívica das pessoas, o "lavar as mãos" perante as coisas, o desinteresse absoluto em participar, a atitude passiva que é sempre muito mais confortável do que aderir a causas.

Em quatro anos, o Benfica construiu um estádio, dois pavilhões, piscinas, está a acabar um centro de estágio, ganhou um campeonato e uma taça de portugal em futebol em seniores, um campeonato em juniores, dobradinhas no voleibol e no futsal, deixou de andar nas bocas do mundo por falta de pagamentos e negócios obscuros, queres mais seriedade e inteligência do que isto? As pessoas cometem erros (já dizia o La Palisse) e o Vieira não foge à regra (às vezes fala demais), mas é indesmentível que tem sido um bom presidente e voltou a credibilizar o nome do Benfica (como o Roquette fez no teu clube). O mínimo que os adeptos deveriam fazer, não por ele mas pelo clube, era tornarem-se sócios. Não tem a ver com "maus benfiquistas" tem a ver com o "ser benfiquista".

 
At 9/14/2005 9:32 da manhã, Blogger Harry Lime said...

s.l.b.

Concordo com a tua análise. Mas infelizmente o LFV não abandonou alguns tiques do passado. E depois a presidencia do Vale e Azevedo foi excepcional em termos de corrupção e de gestão ruinosa. a comparação não deve ser feita em relação ao Vale, ao Damasio ou mesmo ao Jorge de Brito, mas sim em relação a homens como o João Santos ou o Fernado Martins que eram cavalheiros (e numa altura em que curiosamente o Benfica ganhava titulos que se fartava!). Pensem em consciencia: será que um joão Santos teria feito a chantagem do LFV em relação ao kit novo sócio?

Nesse tempo eu não gostava do Benfica (nunca gostei!) mas respeitava a instituição.

 
At 9/14/2005 10:42 da manhã, Blogger S.L.B. said...

Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

 
At 9/14/2005 10:44 da manhã, Blogger S.L.B. said...

Harry Lime:

Não há bela sem senão. O LFV não é um "gentleman", mas é alguém que já fez muito pelo Benfica. A "chantagem", como tu lhe chamas, com o kit é um fait-divers que está por trás da excelente ideia que foi este novo cartão de sócio. Às vezes, para se cumprir os objectivos, é necessário alguns "abanões" ou "pedradas no charco". A "chantagem" não foi mais do que isso.

Lembro-me que o João Santos ganhou umas eleições por causa de um slogan ("Por um Benfica Europeu"), mas era sem dúvida um "gentleman". Hoje em dia os tempos são outros, mas no teu clube também não há comparação entre o Roquette e o Dias da Cunha ou o Sousa Cintra. Cada um tem o seu estilo, no entanto o mais importante é a obra que fazem pelo clube. E aí o LFV não tem que pedir meças a ninguém.

 

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