Sete
E vão sete. Sete vitórias consecutivas no campeonato (nove no total das provas). Hoje só não deu para manter a inviolabilidade da nossa baliza, mas não se pode ter tudo.
No meio-campo, e face à suspensão do Beto, surgiu com naturalidade o Manuel Fernandes. Parece-me que ele deve estar um pouco nervoso com a perda da titularidade. Ele está um jogador quezilento, e sobretudo na fase inicial do jogo foi muito complicativo na participação no jogo ofensivo da equipa, para além de falhar alguns passes fáceis. Depois foi melhorando com o tempo, terminando o jogo em bom nível. Na frente entrou o Manduca para o lugar do Miccoli, e o Geovanni para o lugar do Robert. Ao contrário do que eu esperaria, o nosso treinador optou por adiantar o Nuno Gomes para ponta-de-lança, colocando o Manduca nas suas costas e o Geovanni na direita, embora os jogadores se mantivessem pouco presos às suas posições, efectuando diversas trocas durante o decorrer do jogo.
Perante uma equipa como o Gil Vicente que, como infelizmente nós sabemos pelo que se passou na primeira volta, sabe defender agressivamente com quase a equipa toda metida no seu meio-campo, e que se necessário utiliza o anti-jogo como uma arma temível, o pior que nos podia acontecer era mesmo o penalti concedido pelo Simão logo aos oito minutos, e que significou o fim da inviolabilidade da nossa defesa ao fim de 638 minutos. Só que a equipa reagiu muito bem e foi para cima do adversário, tendo chegado ao empate menos de dez minutos depois, também na conversão de um penalti. Desta vez o super Jorge Baptista da primeira volta não apareceu, e o Simão marcou mesmo golo. Ao fim de vinte e cinco minutos estava consumada a reviravolta no marcador: fuga do Nuno Gomes pela direita, centro atrasado para a entrada da área, e remate de primeira do Geovanni a marcar um golaço. Conforme já escrevi aqui algumas vezes, eu gosto muito do Soneca, por isso fico sempre particularmente satisfeito quando é ele a marcar. Em desvantagem no marcador o Gil Vicente assumiu uma estratégia de risco, optando por subir a defesa no terreno e defender em linha. Isto significou que o Benfica passou a dispor de imenso espaço nas costas dos defesas gilistas, onde podia solicitar as entradas dos rápidos homens da frente.
O reatamento do jogo deu-se praticamente com um golo (bem) anulado por fora-de-jogo ao Nuno Gomes (que já tinha tido uma situação em que ficou isolado no final da primeira parte, só que infelizmente o lance foi mal cortado por fora-de-jogo), a ilustrar os riscos que o Gil corria defendendo desta forma. Mas eles entraram com uma atitude muito pressionante, e com vontade de inverter o rumo dos acontecimentos. Felizmente a sorte sorriu-nos, e num lance infeliz do Marcos António vimo-nos a ganhar por 3-1, num autogolo em que o guarda-redes Jorge Baptista também não ficou bem na fotografia. Definitivamente o super guarda-redes que apareceu na Luz no jogo da primeira volta ficou em casa esta noite. Daqui para a frente limitámo-nos a gerir o resultado, tendo a nossa qualidade de jogo decaído bastante, principalmente depois das trocas do Manduca e do Geovanni pelo Robert e o Marco Ferreira (não quero no entanto com isto dizer que estes dois jogadores tenham jogado mal). O Gil Vicente teve maior iniciativa atacante durante este período, e até poderiam ter marcado, mas o Benfica também dispôs de boas oportunidades para aumentar a contagem, particularmente através do Nuno Gomes. No final mais uma vitória, e a pressão a passar para o lado do FC Porto, já que assumimos a liderança à condição. Não foi uma exibição brilhante, mas foi q.b. para atingirmos os objectivos propostos.
No Benfica os destaques do costume para a defesa, com sobretudo o Luisão em bom plano. O Nuno Gomes também jogou bem, esteve muito movimentado, mas esteve particularmente infeliz na finalização, tendo apenas conseguido marcar no lance em que estava deslocado. O Simão também já subiu bastante em relação ao último jogo, apesar de ainda não ter atingido o nível que lhe conhecemos. O que me agradou mais na equipa hoje foi a forma como pareceu não acusar o golpe de sofrer um golo tão cedo, ainda para mais com o 'trauma' do que aconteceu na primeira volta, tendo dado a volta ao resultado de uma forma aparentemente fácil. Ao contrário do que tinha acontecido nos últimos dois jogos, em que praticamente entrou a ganhar, desta vez vimo-nos na situação inversa, e se não estou em erro julgo que foi a primeira vez neste campeonato que começámos a perder um jogo e conseguimos inverter totalmente o resultado. A equipa mostra-se muito confiante, e por vezes até parece uma equipa italiana no 'cinismo' com que aborda os jogos: aparentemente está a ser controlada pelo adversário, e de repente cria uma oportunidade de golo flagrante, construida rapidamente e quase do nada.
Segue-se o derby (esta é a semana que eu mais odeio em toda a época, e posteriormente farei um post a explicar porquê), e reza a tradição que normalmente ganha a equipa que está pior. Não é difícil concluir quem é que está pior neste momento, pois não?
P.S.- Ainda bem que o Marcos António (que provocou um penalti e marcou um autogolo) pertence aos quadros do FC Porto. Senão ainda eram capazes de dizer que o tínhamos comprado. Mas não me surpreenderá que alguns alucinados venham afirmar que o Gil Vicente nos facilitou a vida em troca dos empréstimos do João Pereira e do Vilela ;)
19 Comments:
os Alucinados ainda se vão queixar do relvado e que o responsável pela Relva do GIl Vicente é do Benfica e... (sabe-se lá)
curioso sería a reacção àquele penálti cometido sobre o Carlitos se ele ainda jogasse no Benfica.
Já se sabe que o critério para a avaliação dos penaltis por parte dos adeptos dos outros dois tem tendência a variar radicalmente consoante se trate de um lance a favorecer o Benica ou outra equipa. Concretamente, se o penalti sobre o Carlitos fosse assinalado a nosso favor, para eles seria um escândalo (já agora, diga-se que eu até considero que o penalti é bem assinalado).
Finalmente, uma frangada a nosso favor!!! (isto esquecendo a preciosa colaboração do mais benfiquista jogador lagarto: Labreca) E logo por um dos guarda-redes que nos costuma fazer a vida negra.
Com a sorte com que estamos até o Marco Aurélio vai acabar por frangar nesta segunda volta. Agora daqui até ao jogo com o scp não leio jornais desportivos nem vejo noticiários desportivos na televisão.
Quando vi o banco do Benfica até me benzi!!
Que luxo!
D'Arcy, focaste dois aspectos que me parecem extremamente importantes:
- a capacidade para o Benfica "virar" o resultado negativo (1º vez que tal acontece neste campeonato - nesta época, tal proeza só tinha sido conseguida frente ao... Man Utd!);
- a forma "italiana" (pelo menos, é o que aparenta) como o Benfica gere os jogos, nomeadaemte o resultado e o ritmo do jogo (e por conseguinte, esforço).
O jogo de ontem foi, em quase tudo, a antítese do que sucedeu na primeira volta. A excepção foi o penalty inicial, mas de alguma forma, essa infelicidade até acabou por realçar a felicidade que o Benfica acabou por ter no resto do jogo: o penalty a favor, resultante de um lance infeliz do Marcos António, o (execelente) golo do Geovanni, numa das raras oportunidades, e um dos momentos mais hilariantes deste campeonato, com o autogolo do Marcos António, após uma frangalhada do Jorge "quase-intransponível-contra-o-Benfica" Baptista. Pagava para ver o Marco "cabeça-de-louvadeus" Aurélio fazer o mesmo (contra o Benfica, claro!)...
Quanto ao "derby", e apesar da "tradição" que referes (que na prática, corresponde a casos pontuais, como a derrota na Luz por 1-2, na penúltima jornada de 85/86, deixendo o título fugir para o FCP ou a vitória em alvalade por 1-0 em 2000, também na penúltima jornada, com golo do Sabry de livre directo, adiando a decisão do campeonato, da qual o Benfica já estava "arredado", para a última jornada), prefiro acreditar mais na "tradição" mais realista: a equipa que está em melhor momento ganha!
Já agora, há também a destacar, pelo menos a julgar pelo som da transmissão televisiva, que a presença de adeptos benfiquistas em Barcelos superou claramente os próprios gilistas. Mais uma demonstração de que não é só no Algarve que o Benfica joga como se fosse em casa (para além da Luz, claro)...
Acrescento ainda que em penalties a favor do Benfica, os adeptos dos rivais normalmente utilizam as regras do rugby para os avaliar...
É óbvio que voces compraram o Marcos António. O polvo está em todo o lado.
Quais regras de rugby. A regra é só uma: a favor do Benfica, todos os penaltis são inventados.
D'Arcy, como no rugby são permitidas placagens e a bola pode ser jogada à mão, foi o que me ocorreu. Mas acho que tens razão, a regra que enunciaste é a que melhor se aplica...
quer dizer que o giovanni assassina 2 de seguida...para a semana é o jogo dele...
não percebi...o liedson não foi expulso?????hummmm...estranho
Liedson não foi expulso mas bem fez por isso tantas chapadas deu nos defesas do Maritimo...
Mas isso agora não interessa nada...
É desta q o Luisão se vinga do baixinho!!!!!
Saindo um pouco de fora do tópico:
D`Arcy, achas mesmo que o Paulo Bento é igualzinho ao Shrek?
É que acho que ele parece outra coisa (que não nomeio aqui porque o D`Arcy não gosta que a malta use palavrões nos comentários).
Meu, o gajo tem os olhos muito juntos no meio da cara, uma granda penca, boca de sapo, orelhas salientes, e é verde. Que mais queres que te diga? Aliás, acho que por aí na blogosfera já houve alguém que sobrepôs a foto do Paulo Bento ao Shrek e aquilo encaixava perfeitamente.
No entanto, há um lado bom nesta alegada semlhança entre o PB e o Shrek: dá-me um motivo para ver os jogos do sporting à procura das parecenças entre os dois.
É que se eu quiser ver futebol é melhor procurar noutro lado.
A única coisa que safa o Paulo Bento é ser magrinho. Se ele fosse mais gordo era mais fácil ver as semelhanças.
Por falar em penaltis e SCP, o Sá Pinto pelos vistos pode fazer os que quiser, o adversário nunca marca. O homem tem sido de uma regularidade impressionante, é um penalti por jogo. Vamos lá a ver se ele faz o jeito ao Benfica (prá estreia do Marcel).
Acho que contra o Benfica é mais fazer-se ao penalti, em vez de fazê-los.
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