quarta-feira, outubro 01, 2014

Fraca

Exibição muito fraca esta noite na Alemanha e derrota mais do que justa perante um Leverkusen que foi melhor em todos os aspectos do jogo. Já disse diversas vezes qual é a importância que eu dou à Champions, mas independentemente disso não posso ficar indiferente a um desempenho muito abaixo de qualquer mínimo aceitável, que foi aquilo a que assistimos esta noite.


Foi visível desde o apito inicial que seria muito difícil conseguirmos o que quer que fosse deste jogo. Os alemães submeteram-nos a uma pressão intensíssima e nós fomos praticamente incapazes de sair do nosso meio campo, e nem sequer de armar uma jogada com dois ou três passes seguidos. O Leverkusen foi superior em tudo, colectivamente e individualmente. Foi como se nós estivessemos a jogar de bicicleta e eles de BMW. Qualquer bola dividida entre um dos nossos e um alemão acabava quase invariavelmente da mesma forma: com o nosso jogador no chão e a bola nos pés do adversário. No meio campo fomos completamente atropelados, e os alemães insistiram sobretudo pelo lado esquerdo da nossa defesa, que foi incapaz de dar conta do recado. A pressão alemã foi impiedosa até que chegou finalmente a um merecido golo, aos vinte e cinco minutos de jogo - nesta altura o Benfica tinha feito zero remates no jogo o que, convenhamos, até tinha toda a lógica porque provavelmente ainda não tínhamos passado do meio campo. O golo resultou da recarga a um remate largado pelo Júlio César, que já antes tinha largado a bola. Poucos minutos depois chegou o segundo golo, numa jogada que já tinha sido repetida várias vezes: entrada pelo lado esquerdo, centro atrasado e remate de um adversário vindo de trás sem o devido acompanhamento pelos médios.


Só depois do segundo golo é que o Benfica conseguiu finalmente respirar um pouco, mas claramente mais como consequência de algum abrandamento por parte dos alemães do que por subida de rendimento da nossa parte. A segunda parte foi jogada mais nesse ritmo, em que pelo menos não éramos pressionados logo à saída da nossa área e ainda conseguíamos trocar a bola mais ou menos à vontade na nossa defesa, mas a partir do meio campo a história era diferente: parecia que só se viam camisolas vermelhas do Leverkusen por toda a parte, e quase nenhum espaço para jogarmos, sendo a bola perdida muito rapidamente. A meia hora do final, praticamente na primeira vez que o Gaitán conseguiu ter uma bola controlada perto da área adversária, deixou três adversários para trás e entregou ao Salvio na direita, que evitou um adversário e de pé esquerdo fez um golo que, com toda a honestidade, nada tínhamos feito por merecer. Mas nem deu sequer para começar a alimentar qualquer esperança de entrarmos na discussão do resultado, porque a bola foi ao meio campo e na jogada seguinte, numa raríssima ocasião em que um árbitro de baliza se lembrou que está lá para fazer algo mais do que ser um mero espantalho, assinalou um penálti no mínimo manhoso do Jardel sobre o Kiessling, e o resultado voltou outra vez para os dois golos de diferença. E o jogo terminou efectivamente aí, porque durante o tempo que restou jogou-se a um ritmo muito reduzido. O Leverkusen estava satisfeito e não parecia disposto a esforçar-se muito mais, mantendo o jogo sempre perfeitamente sob controlo, e nós não mostrámos qualquer capacidade para alterar o rumo dos acontecimentos.


Seria fácil estar a desancar alguns dos suspeitos do costume depois de um jogo destes, mas francamente, o nosso jogo desta noite foi tão mau sob todos os aspectos que seria injusto fazê-lo. Foi tudo demasiado mau.

Não vou entrar pelo discurso do 'há que levantar a cabeça' porque para mim nunca a baixamos. Mas no domingo já terei posto este jogo para trás das costas e lá estarei a apoiar os nossos contra o Arouca. O campeonato é a nossa principal prioridade e eu concordo completamente com essa estratégia. Mas esta noite estivemos muito mal, e se eu não estou à espera que o Benfica aposte as fichas todas na Champions, pelo menos espero que consigamos deixar uma imagem minimamente condigna ao nome do Benfica. E não foi isso o que aconteceu hoje.

1 Comments:

At 10/03/2014 6:09 da tarde, Blogger joão carlos said...

A rotação era mais do que prevista, e por mim pedida, e não acho que tenha sido por ai o grande problema e não mais é do que uma consequência de se dar prioridade ao campeonato, que também não discuto, o problema é que numa competição destas e num grupo com a dificuldade deste não se pode entrar tacticamente como se estivéssemos a jogar com um olhanense qualquer e se isso já era uma evidencia de outras participações nesta competição com melhores planteis agora com um plantel mais fraco era ainda mais evidente, excepto para o treinador que continua a não ver o obvio, não se podem lançar jogadores inexperientes na idade, na competição e no clube sem que estejam devidamente protegidos em campo e por ultimo de que serve jogar com dois avançados se a bola nunca lhes chega na pratica jogamos com menos dois jogadores e assim fica muito difícil.
Como sempre defendi o nosso defesa esquerdo é na minha opinião um pouco curto para aquilo que precisamos se com um central como garay, ou mesmo david luiz, a coisa até nem se notaria muito já que eles compensariam a falha na defesa esquerda agora com o defesa central que temos que precisa ele de um defesa esquerdo que não lhe dê problemas porque as suas limitações para titular são evidentes e de longa data, continuo a considera-lo um terceiro central de muito boa qualidade agora para titular é curto, o que torna desta forma o lado esquerdo da defesa um buraco e como todos os nossos adversário já perceberam isso e como vimos neste jogo exploram isso ao máximo começa a tornar este buraco numa cratera.
A somar aos problemas na esquerda da defesa temos o do médio defensivo, neste caso até nem acho para já que seja um problema de qualidade mas de adaptação num caso a um lugar diferente e no outro por falta de experiencia, que por ainda não ser aquilo que esta táctica exige não só nos desprotege no meio campo como principalmente não compensa na defesa e tanto ela esta necessitada e com três posições tão próximas a apresentar debilidades não existe equipa que aguente e temos rapidamente de arranjar solução para duas delas porque assim com tantas debilidades será sempre fácil explorar uma delas se não as três ao mesmo tempo.

 

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