sexta-feira, outubro 23, 2015

Desconcentração

Não soubemos aproveitar uma entrada perfeita no jogo, e a desconcentração defensiva que se lhe seguiu permitiu a reviravolta ao Galatasaray e resultou numa derrota e no desperdício de uma grande oportunidade para dar um passo decisivo para a qualificação.


A indisponibilidade do Nélson Semedo foi resolvida da forma mais lógica, fazendo-se a sua substituição directa pelo Sílvio. Não faria muito sentido retirar o André Almeida do meio campo, onde até agora tinha dado boa conta de si, e com isso fazer duas alterações num onze que tem obtido bons resultados. O início de jogo dificilmente poderia ter sido melhor, já que ainda não estavam decorridos dois minutos e já estávamos em vantagem, fruto de mais um pormenor fabuloso do Gaitán. Depois de um livre marcado rapidamente pelo Jonas, o argentino recebeu dentro da área, ganhou no corpo a corpo com um defesa, sentou um segundo, e à saída do guarda-redes picou-lhe a bola por cima. Tudo perfeito e um grande golo. A reacção turca ao golo foi forte, e irritou-me que não tivéssemos sabido tirar partido da forma algo precipitada como eles o fizeram. Meteram muita gente na frente e com isso deixaram a defesa bastante desguarnecida, mas nunca fomos capazes de armar um contra-ataque em condições que pudesse explorar isso. O lado direito da nossa defesa foi o elo mais fraco da nossa equipa a defender, e foi por aí que o Galatasaray atacou repetidamente até chegar mesmo ao golo do empate, já depois de algumas ameaças. O golo surgiu na marcação de um penálti, a punir um corte com a mão do André Almeida. E não demorou muito até que surgisse o segundo golo, desta vez numa falha do outro lado da defesa: o Eliseu 'esqueceu-se' do Podolski, o Jardel ficou um pouco atrasado e colocou-o em jogo, e depois o remate do alemão fez a bola passar entre as pernas do Júlio César. Em meia hora o Galatasaray tinha conseguido inverter o resultado.

A segunda parte até pareceu começar mal, com uma bola a acertar no ferro da nossa baliza, mas o Galatasaray pareceu sobretudo interessado em defender a vantagem, que lhe permitiria pôr fim a um ciclo de dez jogos consecutivos sem vencer na Champions. O Benfica teve mais bola e procurou o golo do empate, mas uma combinação de falta de sorte e má finalização impediu que se conseguisse esse objectivo, apesar dos vários remates feitos. Gaitán, Jonas, Jiménez, qualquer um deles teve oportunidade para igualar o jogo. As substituições também não ajudaram: desta vez pareceu-me que o nosso treinador esteve pouco inspirado e falhou nas escolhas feitas. Custou-me aceitar a saída do Gonçalo Guedes ou a opção de, nos minutos finais, colocar o Gaitán como falso lateral, o que só o afastou da zona de decisão. A entrada do Pizzi de nada serviu, mas isso foi pouco surpreendente tendo em conta aquilo que tem feito nas últimas vezes em que foi chamado. O Benfica acabou com mais posse de bola e mais remates, mas na estatística que realmente conta, os golos marcados, perdeu. 

De uma forma geral gostei das exibições do Samaris e do Jardel. O Gaitán voltou a deixar uma marca de classe na Champions. Menos bem pareceu-me o Sílvio, que aparenta estar com muita falta de ritmo. Ou isso, ou então já me tinha habituado demasiado ao ritmo do Nélson Semedo e agora noto a diferença.

Foi uma derrota algo frustrante e pouco convincente, mas que em nada compromete os nossos objectivos. Por isso há que esquecê-la rapidamente e pensar em regressar às vitórias o mais rapidamente possível.

1 Comments:

At 10/23/2015 6:28 da tarde, Blogger joão carlos said...

Mais do que criticar as escolhas de quem entrou, mesmo que algumas já se esperava que pouco ou nada resultassem, até porque nunca se sabe se quem entra o ira fazer bem ou mal a critica é sobretudo a mexer em demasia na estrutura da equipa tirar laterais para meter médios e avançado desequilibra a equipa e não acrescenta nada ao ataque isto não é uma coisa nova já se utilizava muito no passado recente mas a verdade é que não resulta a questão não é de gostar ou deixar de gostar, e eu não sou grande apreciador destas mudanças radicais no jogo, é uma questão de ver os resultados que dá e os resultados são maus alias come se viu por este jogo desde as alterações que desequilibraram a equipa deixamos de ter oportunidades para marcar e eles tirando o inicio da segunda parte só voltaram a ter oportunidade para marcar quando desequilibramos a equipa e o pior é que recorremos sempre a esta alternativa sem que nenhuma das vezes tenha dado resultado já é hora de tentar algo diferente.
A utilização de um ponta de lança mais móvel e mais agressivo num jogo destes até pode ser a melhor opção, embora a falta de cobertura ao central, que pode ser de pressão ou não, esteve na origem do segundo golo, mas apenas enquanto o resultado nos seja favorável quando é necessário ir em busca do resultado é preciso outro tipo de ponta de lança até porque este não tem golo, pelo menos ainda não tem, e essa foi outra falha enquanto tivemos jogo não só não tivemos ponta de lança como ainda por cima ele andou a atrapalhar e quando entrou finalmente foi numa altura em que já não tínhamos jogo para o alimentar.
Já não é a primeira vez que a equipa marca na primeira oportunidade mas depois tem varias oportunidades e não mais consegue sequer marcar mais um, o processo inverso é mais compreensível já que a ansiedade aumenta com os erros e depois só é desbloqueada com uma finalização com sucesso, esta situação só tem alguma explicação com o excesso de confiança que me parece que existiu em certa medida até pelo exagero dos toques de calcanhar a equipa não pode facilitar muito menos quando os resultado ainda são muito curtos e isto é uma situação que tem de ser urgentemente resolvida.

 

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