quarta-feira, novembro 04, 2015

Merecida

Uma vitória suada mas inteiramente merecida do Benfica sobre o Galatasaray, que desde já garante a continuidade nas competições europeias e nos deixa também com muito boas perspectivas de apuramento para a fase seguinte da Champions (bastará para isso que o Galatasaray não vença os seus próximos dois jogos).


Com a equipa privada do contributo do Samaris (suspenso), o André Almeida regressou à titularidade no meio campo, ao lado do Talisca. Na defesa, a experiência Clésio não podia ser repetida porque ele não está inscrito na Champions, pelo que o Sílvio voltou para a direita e o Eliseu, depois de ter passado directamente da titularidade para a bancada, fez agora o percurso inverso. A entrada do Benfica no jogo foi animadora e prometia. Velocidade, agressividade, e o Benfica a carregar desde o apito inicial. Ameaçou o Gaitán, o Jiménez, e o jogo passava-se quase sempre no meio campo turco. O Galatasaray parecia satisfeito com o empate, o que era algo estranho considerando a sua posição no grupo. Mas a pujança do Benfica durou mais ou menos vinte e poucos minutos. Depois disso o nosso jogo foi-se tornando progressivamente menos fluido e cada vez mais confuso. Não ajudou, pelo menos na minha opinião, a opção de trocar os extremos de flancos. O Gaitán tem sido um enorme desequilibrador a jogar pela esquerda. É o jogador que mais facilmente consegue ganhar a linha de fundo (e na ausência do Nélson Semedo é praticamente o único que o faz) e tem criado diversos golos dessa forma. A jogar na direita a tendência era naturalmente a de flectir para o centro, onde os turcos amontoavam jogadores. Deixámos de ameaçar tanto a baliza adversária, pese uma ou outra jogada - ficou-me na memória sobretudo um passe do Gaitán que isolaria o Gonçalo Guedes na cara do guarda-redes, mas ele hoje não esteve nos seus dias e tropeçou quando tentava receber a bola. Por outro lado, também o árbitro da partida desatou a disparatar com um critério aparentemente aleatório na mostragem dos amarelos, tendo talvez perdoado o segundo a um jogador turco por jogar de forma ostensiva a bola com o braço.


Voltou o Benfica a entrar bem no início da segunda parte. Novamente mais velocidade, Gaitán de regresso à esquerda e com mais apoio do Eliseu nas acções ofensivas, e o Benfica a acercar-se da baliza turca. Cedo chegou ao golo, pois tinham decorrido apenas sete minutos quando isso aconteceu. Livre do Talisca para a cabeça do Jardel, a bola a ir ter com o Luisão que ficou meio embrulhado com ela, mas depois apareceu o Jonas para chutar de primeira de pé esquerdo e fazer o primeiro golo na Champions este ano. Parecia tudo bem encaminhado, mas fiquei com a sensação de que recuámos imediatamente após o golo. O Galatasaray, talvez pela primeira vez no jogo, veio para a frente e demorou apenas seis minutos a repor a igualdade. Foi num lance enervante em que a nossa defesa pareceu incapaz de afastar da área a bola vinda de um lançamento lateral, e esta acabou para sobrar para um remate cruzado de primeira do Podolski que não deixou possibilidade de defesa ao Júlio César. Praticamente no primeiro remate que os turcos fizeram à nossa baliza, marcaram. Lá teve que vir o Benfica novamente para a frente em busca da vitória, e voltou a empurrar o Galatasaray para o seu meio campo. Também não foi preciso esperar muito tempo para que o golo voltasse a surgir. Nove minutos após o empate, numa insistência após um canto o Jiménez cruzou a bola da zona do primeiro poste para o segundo, onde o Luisão, sozinho, a controlou e rematou para o ângulo da baliza. Desta vez o Benfica não cometeu o erro de querer defender logo a vantagem, e como resultado disso podia e devia tê-la aumentado, já que teve ocasiões para o fazer. As mais flagrantes tiveram assinatura do Gaitán, primeiro num livre onde fez passar a bola por baixo da barreira, mas a que o Muslera respondeu com uma grande defesa, e depois numa jogada individual de contra-ataque, na qual deixou a bola de calcanhar para um golo fácil do Jiménez. Mas o mexicano acabou por permitir a (grande) defesa do Muslera. A parte de maior sofrimento veio a cinco minutos do final, quando o critério disciplinar do árbitro valeu um segundo amarelo ao Gaitán e consequente expulsão. Aí foi tempo de cerrar fileiras e defender a vantagem. O que conseguimos fazer, embora passando por dois sobressaltos: um remate de fora da área que não passou muito longe, e uma situação já no período de descontos na qual após uma enorme defesa do Júlio César um jogador turco ficou com tudo para marcar na recarga, mas atirou por cima.


Não foi dos melhores jogos que já o vi fazer, mas ainda assim parece-me que o Gaitán foi dos jogadores em maior destaque na nossa equipa. Sobretudo quando jogou na esquerda - não gosto tanto de o ver do lado oposto. O Jiménez corre e luta muito, pressiona, mas um avançado vive de golos e estes parecem fugir dele. Ocasiões como a que desperdiçou hoje não podem acontecer. O Gonçalo Guedes hoje teve um jogo infeliz, em que pouca coisa lhe saiu bem. Nunca desiste e luta por todas as bolas, mas hoje não esteve nos seus dias. E porque passam a vida a bater no homem, sinceramente, achei que o Eliseu fez um jogo bastante razoável.

Esta vitória era fundamental para as nossas aspirações europeias, e foi por isso de extrema importância tê-la conseguido. Parece-me que o Benfica é uma equipa claramente superior ao Galatasaray, apesar de alguns nomes sonantes que jogam na formação turca, e por os jogadores sentirem isso a derrota na Turquia deve ter custado muito. Foi por isso muito bom corrigir o erro. Agora é tempo de voltar a centrar as atenções no campeonato e no jogo que se segue, contra o Boavista.

1 Comments:

At 11/04/2015 7:49 da tarde, Blogger joão carlos said...

A análise é o espelho daquilo que se passou em campo.


Se duvidas existissem sobre a menor qualidade do plantel este ano, apesar do excesso de quantidade, ou se calhar por isso, que cada vez aumenta mais com a vinda de jogadores da equipa B, basta ver o banco no jogo de hoje tirando o guarda redes e o central prontos para qualquer eventualidade tínhamos dois jogadores que ainda não tinham feito um único minuto sequer um júnior e apenas dois jogadores que tem sido alternativa esta falta de qualidade é uma atenuante mas não serve de desculpa para aquilo que o treinador ainda não fez e que tem de fazer mas alguém tem de assumir a responsabilidade por termos um plantel com quantidade em excesso e com qualidade escassa.
Se o objectivo é jogar sempre em todos os jogos sem excepção com dois avançados então ter apenas três no plantel é muito escasso, e nem se percebe o empréstimo de alguns que cá estavam e que fazem agora falta, porque depois acontece como neste jogo em que não tínhamos um único avançado disponível no banco e caso fosse necessário refrescar o ataque ou reforçar não tínhamos opção eu sei que temos um avançado que condiciona e exige a utilização de dois avançados mas neste meio termo não podemos ficar ou se opta por outra táctica para a qual temos opções ou se mantemos a actual temos de ter opções em quantidade para a sustentar.
Mantenho a opinião que sempre tive até mesmo sobre outros avançados que já passaram pela nossa equipa ponta de lança tem de marcar golos tudo o resto, capacidade de luta, disponibilidade, movimentação, ser aguerrido, é acessório e são apenas factores de diferenciação entre avançados que marcam golos ter tudo o resto e não ter golos não serve para nada e se neste jogo o nosso ponta de lança até teve varias oportunidades que falhou, algumas de forma absolutamente incrível, a realidade é que em jogos anteriores nem isso e nem se pode queixar de falta de oportunidades ou de jogar de forma intermitente, como outros no passado, isto para não falar naquilo que ele custou ponta de lança tem de marcar golo é isso que se exige e ou ele os começa a marcar ou então é muito curto para ponta de lança.

 

Enviar um comentário

<< Home