Péssimo
Um empate que, face ao desenrolar do jogo, é um péssimo resultado. Mas honestamente não fizemos assim tanto para o ganhar. Fizemos uma exibição bem abaixo daquilo que é exigível, e fomos incapazes de controlar o jogo contra uma equipa manifestamente inferior. Mas deixar escapar os três pontos em período de descontos, mesmo reduzidos a dez, dói e é obviamente frustrante.
Não me apetece escrever muito sobre o jogo porque a irritação com o resultado ainda é muita. Tivemos que esperar uma hora para que o jogo finalmente começasse por causa do dilúvio que se abateu sobre Chaves mas não foi preciso esperar muito para ficarmos em vantagem, pois o Rafa marcou logo aos três minutos depois de um cruzamento do Cervi. Parecia que tínhamos tudo para uma noite tranquila, mas pura ilusão. Fomos completamente incapazes de meter alguma ordem no jogo e controlar o adversário. O nosso meio campo foi incrivelmente macio e permitiu ao Chaves vir para cima de nós quase como quis. À parte um remate do Gabriel ao poste, foi o Chaves a equipa mais perigosa durante quase toda a primeira parte, valendo-nos o Odysseas em duas ou três ocasiões para evitar o empate. Tivemos também a primeira grande contrariedade do jogo, com o Jardel a lesionar-se sozinho ao fim de um quarto de hora e a dar o lugar ao Conti. A segunda parte foi um pouco melhor, pois conseguimos congelar um pouco mais o jogo. O Chaves chegava pouco à nossa área e o empate parecia ser muito menos provável. Poderíamos até ter aproveitado para matar o jogo, mas em duas ocasiões quase seguidas à passagem da hora de jogo o guarda-redes do Chaves negou o golo ao Seferovic, e aí comecei a antecipar que iríamos sofrer até ao final. Tal como no jogo anterior voltámos a ter um segundo jogador a sair lesionado, desta vez o Gabriel, e mais uma vez a lesionar-se sozinho. Mas o jogo até continuava relativamente tranquilo, sem que o nosso adversário assustasse muito. Só que a fase final do jogo acabou por ser um carrossel de emoções. A quinze minutos do final, o Chaves empatou literalmente do nada. Um livre em posição frontal, ainda muito longe da baliza (que nasceu de mais um dos infinitos disparates do Pizzi durante todo o jogo), uma barreira só com dois homens e colocada de forma a que parecia estar mais interessada em proteger a badeirola de canto, e o Odysseas muito mal batido. Face ao que tínhamos jogado até então não acreditei que conseguíssemos ganhar o jogo, mas o Benfica contrariou-me e a cinco minutos do final o Rafa aproveitou um passe do Rúben para as costas da defesa, correu para a baliza e fez o golo. Tudo voltava a parecer encaminhado, mas apenas dois minutos depois lá veio mais uma contrariedade, pois o Conti foi expulso com um vermelho directo (que me pareceu exagerado). Antecipação de mais sofrimento, e infelizmente o Chaves acabou por empatar mesmo quase no último suspiro do jogo, isto quando parecia que mesmo com dez jogadores estávamos a ser capazes de manter o Chaves controlado. Um remate colocadíssimo e inesperado do lado esquerdo da nossa defesa fez a bola entrar junto ao poste mais distante.
O melhor jogador do Benfica foi obviamente o Rafa. Foi aquele que mais fez para que o Benfica trouxesse os três pontos. Dois golos e mais meio golo oferecido ao Seferovic, que foi outro dos que acabou por se destacar da mediania, apesar de ter sido deixado quase ao abandono durante a maior parte do jogo. De resto quase toda a equipa esteve abaixo do que é exigível. Em particular o meio campo, que foi muito pouco combativo e onde o Pizzi foi literalmente um jogador a menos. O Odysseas esteve muito bem na primeira parte, mas tem muitas responsabilidades no primeiro golo do Chaves, pois a barreira estava pessimamente colocada e deveria ter mais do que dois jogadores, e mesmo assim ele tinha obrigação de fazer melhor numa bola rematada de tão longe.
Dois pontos deitados fora e com uma boa dose de certeza o desperdício da vantagem psicológica que seria entrar em campo contra o Porto em situação de vantagem. Tudo isto porque nos revelámos incapazes de controlar um jogo contra o Chaves, mesmo tendo entrado nele a ganhar. Não sei se estavam com a cabeça no jogo da Grécia, mas se estavam isso não é admissível. Não há forma de pintar isto forma positiva: a exibição foi má e foram dois pontos que deixámos fugir.
1 Comments:
Repetir sempre os mesmos erros esperando resultados diferentes é só parvo por inúmeras vezes a equipa ficando em vantagem desiste de dominar o jogo tenta controlar mas, alem de ser perigoso com tão curtas vantagem, os nossos jogadores não tem capacidade, nem características, para isso incapazes de ter a bola, incapazes de sair a jogar sem ser pontapé para a frente, com perda imediata de bola, incapaz de aproveitar o adiantamento adversário e fazer um contra ataque, já nem digo um de jeito, e isto é repetido bastas as vezes sempre com os mesmo resultados e sem que se tire as devidas ilações ou se corrija o que quer que seja.
O ano passado o que foi disfarçando a coisa foi a capacidade de finalização do nosso ponta de lança e tirando ele só mais um ou outro jogadores sabem finalizar o resto é uma nulidade e numa equipa tão dependente da capacidade de finalização do seu ponta de lança não podemos insistir num que a finalizar é simplesmente horrível, mesmo que tenha outras qualidades, e assim estamos num ciclo vicioso que não nos lesa a nada quem sabe finalizar não esta em forma, nem com ritmo, porque não joga quem esta com ritmo não sabe finalizar e convêm quebrar o ciclo porque este não nos leva a lado nenhum.
Isto já passou à muito o admissível já nem são as constante e recorrentes lesões que já por si condicionam a equipa agora também condicionam o desenrolar do jogo queimando substituições atrás de substituições e pelos vistos continuamos a desvalorizar a situação, mas sobretudo as suas causas e origens, enquanto não encaramos o problema como serio, grave e sobretudo urgente de resolver uma vez por todas não vai existir plantel que chegue nem qualidade que se consiga manter e a nada ser feito vamos continuar a ter os dissabores que já se vão arrastando à mais de um ano.
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