Quatro
Pode ter sido de uma forma pouco espectacular, mas a tarefa de nos qualificarmos para a final da Taça da Liga lá acabou por ser cumprida de uma forma realista.
Não se pode falar propriamente em poupanças da parte do Benfica para este jogo. Apenas o Moreira e o Maxi ficaram de fora do onze, tendo o Benfica iniciado o jogo com uma defesa constituída por quatro defesas centrais, já que foi o Míguel Vítor quem ocupou a direita da defesa. O Reyes também voltou à titularidade, tendo o Cardozo mantido o estatuto de titular. Foi uma entrada muito tímida do Benfica no jogo, para não lhe chamar algo pior. A equipa mostrava dificuldades para construir jogo e fazer a bola chegar jogável aos jogadores da frente. Por outro lado o Vitória, bem organizado e a jogar num bloco sólido, conseguia manter o Benfica dentro do seu meio campo, mostrando ainda uma boa circulação de bola. Mas como o Guimarães parecia mostrar sobretudo vontade em segurar o empate, não soube aproveitar este período de cerca de vinte minutos, em que foi claramente a melhor equipa em campo, para ameaçar seriamente a nossa baliza. Despertou o Benfica com o continuar do namoro entre o Cardozo e os postes e barras das balizas da Luz: após um livre do Reyes na direita, o bonito cabeceamento do paraguaio levou a bola a esbarrar na barra. Este despertar assentou sobretudo na mobilidade do Aimar, e no aumento da velocidade com que fazíamos a bola chegar ao ataque, em particular pelas acções do Carlos Martins. As oportunidades daí resultantes apareceram quase sempre pelo Cardozo, mas os seus remates resultaram num igual número de perdidas, a mais escandalosa mesmo em cima do intervalo, quando a um par de metros da baliza tentou encher o pé e acabou por enviar a bola para o Terceiro Anel.
A segunda parte, para a qual regressámos com o Maxi no lugar do Sídnei, voltou a mostrar um futebol sofrível da nossa parte, e um Vitória a parecer não ter grandes dificuldades para alcançar o objectivo pretendido, ou seja, manter o nulo. A presença do Maxi na direita veio dar-nos mais agressividade e objectividade por esse lado, já que as subidas dele criaram diversos desequilíbrios, mas os seus cruzamentos foram sempre mal aproveitados. E a meio desta enervante segunda parte, o Quique toma uma decisão estranha que fez os adeptos torcer o nariz, retirando o Cardozo para colocar o Di María no seu lugar, passando o Benfica a jogar sem ponta-de-lança fixo. Felizmente, nem deu tempo para o nariz ficar torcido por muito tempo. É que logo na primeira intervenção, o Di María ganha um canto, e na sequência do mesmo, marcado pelo Carlos Martins, o Grégory fez um autogolo. Este golo, que deu uma vantagem justa à equipa que mais procurou ganhar, mergulhou o jogo num período bastante monótono. Jogava-se mal, e tínhamos por um lado o Benfica satisfeito com a vantagem, e do outro um Vitória que tinha vindo à Luz para empatar e que agora via-se na contingência de tentar fazer algo para o qual não estava talhado, ou seja, jogar para ganhar.
Arrastando-se assim, o jogo chegou ao minuto oitenta e oito, e os seis minutos daqui até final, em emotividade, valeram pelo resto da segunda parte. Tudo começou com o segundo golo do Benfica, onde um passe do Katsouranis desmarcou o Aimar e o Di María, com o primeiro a colocar a bola no ângulo da baliza e assim, finalmente, a marcar o seu primeiro golo pelo Benfica. Parecia tudo decidido, mas como não podia deixar de ser, jogo do Benfica na Luz em que não acabemos com o credo na boca não é jogo que se preze, por isso, praticamente na resposta, o Guimarães reduziu, numa recarga a um primeiro remate que levou a bola ao poste. Depois, já em período de descontos, foi o Reyes quem, isolado pelo Aimar, falhou o chapéu ao guarda-redes. Finalmente, quase a acabar o jogo, o Carlitos teve uma boa ocasião, mas rematou para fora. Ficou o 2-1 no marcador, e ficou muito bem, obrigado. Já são quatro as vezes que defrontámos o Vitória esta época, e quatro são também as vitórias que temos nesses jogos.
Gostei muito do Aimar esta noite. Movimentou-se por todo o ataque, desmarcou os colegas inúmeras vezes (em particular, dois passes dele deixaram o Cardozo e o Reyes isolados em frente ao guarda-redes, mas nem um nem outro souberam aproveitar), foi travado em falta diversas vezes pelos adversários, e ainda conseguiu marcar o seu primeiro golo pelo Benfica, numa boa execução. Bom jogo do Carlos Martins, a inventar pouco e a jogar simples. Também bem o Miguel Vítor, em particular na segunda parte, quando jogou na sua posição, a efectuar várias dobras aos colegas da defesa e a desarmar os adversários em antecipação. O Cardozo também não esteve mal. Lutou muito e tentou marcar, mas um avançado vive de golos e esses continuam a fugir-lhe. E aquele falhanço sobre o intervalo, caramba, não lembra o diabo.
Lá teremos que defrontar a lagartagem na final, em local a anunciar. Agora é tempo de começarmos a pensar no próximo jogo, esse bastante importante para as nossas aspirações ao título de campeões.
5 Comments:
Este jogo valeu essencialmente pelo Aimar, acho que já começa a carburar e o golo foi muito importante, talvez ajude o ajude a desbloquear um pouco mais.
O Maxi esteve mal, como de costume, quando dobra no meio.O Inca Cardozo tem que ir à bruxa, mas dá para ver que já começa a mostrar mais qualquer coisa...melhor jogo de cabeça...mais remates de longe...melhor posicionamento.O que lhe falta melhorar é a cobertura da bola aquando da recepção, para um tipo que joga mais fixo e muitas vezes sozinho a poste, tem que saber segurar melhor o balon.
Apesar do Quim não ter culpa no golo, mete-me impressão a forma como ele se faz a lances como este, já que ele não se lança para a trajectória da bola, "voa" somente para cima e cai no mesmo sítio.
O Reyes está um pouco fora de forma e isso é preocupante na viagem ao dragoum-ue, mas com a subida do Aimar e o Suazo, mais alguns perlimpimpins penso que podemos sacar um bom score.
Este comentário não seria possivel sem o patrocínio dos Tractores Manitou.
QUEM GANHA ÉS TU!!
Mas no meio de tanto azar e golos falhados (mais uma vez)...valeu-nos o brilhante e de perfeita execução auto-golo do Gregory...
Aimar teve novamente mais 2 passes de génio, e tinha grandes esperanças de que assim que conseguisse desenbruxar e marcar um golo pudesse abrir o leque de grande jogador que esperamos dele.
Que aconteça! Perdeu ainda muitas bolas, mas é o que o treinador diz: tem de pegar no jogo e aos poucos ha-de errar menos e desequilibrar mais.
O Cardozo tá enguiçado, coitado! Aquele falhanço demonstra o desespero...
Carlos Martins e Katsoranis em bom plano (sem deslumbrar) e por acaso até acho que Miguel Vítor teve melhores momentos ontem à direita,pois cometeu 2 erros ao meio.
Vamos à final jogar com o adversário que mais detesto ter de enfrentar...vai ser um dia difícil de passar...espero que termine com a nossa conquista!
Boca de riso escarlate
Com dentes brancos no meio,
Meu coração bate, bate,
Mas bate por ter receio.
Dá-me um sorriso neste domingo.
Para à segunda eu lembrar.
Bem sabes: sempre te sigo
E não é preciso andar.
Aposto que o Pessoa era benfiquista;)))
si non è vero...
Não sei se era ou não. Mas eu também sou Pessoa :)
Fonix, isto nem de propósito!!!
Vou já meter o totoloto...
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