sexta-feira, outubro 14, 2011

Paciente

Vitória tranquila do Benfica numa exibição paciente e competente, que nos deu a passagem à quarta eliminatória da Taça de Portugal. A superioridade do Benfica nunca foi posta em causa, e o resultado foi conseguido sem ser necessário despender grandes esforços.

Dos jogadores que jogam mais habitualmente, o Jorge Jesus manteve apenas a dupla de centrais e dois médios-ala (Nolito e Bruno César). De resto, vários jogadores a disputarem os primeiros minutos oficiais da época: Eduardo, Miguel Vítor, David Simão e Nélson Oliveira, e ainda a estreia a titular do Rodrigo. A completar o onze, Matic e Capdevilla. O Benfica foi obrigado a ser paciente neste jogo porque o Portimonense apresentou uma estratégia digna dos tempos áureos do catenaccio, faltando-lhe apenas o jogo sujo para ser uma imitação perfeita de uma equipa italiana dessa era. Jogaram sem um único avançado de raiz, e acumularam jogadores atrás, o que resultou num jogo disputado quase na maioria do tempo no último terço do campo, junto à área do Portimonense. Nestas condições era complicado apresentar um futebol com muita qualidade, até porque, ainda por cima, o relvado estava em más condições e ainda dificultava mais a tarefa aos nossos jogadores. Também tivemos a nossa quota de responsabilidade nisto, porque não empregámos muita velocidade e pareceu-me que não explorámos muito os flancos, acabando por insistir muito pelo meio, precisamente a zona onde o Portimonense acumulava mais jogadores. As oportunidades acabaram por não ser muitas: o Nélson Oliveira teve um remate cruzado perigoso, ainda na fase inicial, e depois disso julgo que se destacarão apenas um livre do Capdevilla que levou a bola ao poste e um remate do Matic depois de uma boa iniciativa individual, defendido em dificuldade pelo guarda-redes.

Para a segunda parte o Benfica entrou com o Saviola no lugar do Nélson Oliveira e também com um pouco mais de velocidade, e logo no primeiro minuto teve outra boa oportunidade para marcar, mas o cabeceamento do Luisão, após livre do Nolito na direita, passou a rasar o poste. Antes de terminado o primeiro quarto de hora, e pouco depois de o Witsel ter substituído o David Simão, o Benfica finalmente furou a muralha defensiva dos algarvios, através de um livre do Bruno César. A bola foi rematada rasteira e a rodear a barreira, entrando no lado coberto pelo guarda-redes. Obrigado a abrir um pouco mais, o Portimonense começou a dar mais espaços para os ataques do Benfica, tornando-se mais previsível um novo golo. Este apareceu aos setenta e dois minutos, numa boa transição do Benfica. Ao bom passe do Bruno César correspondeu o Rodrigo com uma bonita desmarcação nas costas da defesa do Portimonense, finalizando depois com muita calma à saída do guarda-redes. Até final, tempo para mais uma estreia (Rodrigo Mora) e ainda algumas situações para ampliar a vantagem - a mais flagrante do Bruno César, que ficou solto na área mas demorou demais a decidir e acabou por não fazer o remate.

O jogador benfiquista que mais se destacou foi naturalmente o Bruno César, com um golo e uma assistência. Mas o nosso maior interesse residia em ver os jovens estreantes. Não foi um jogo fácil para eles, já que tinham responsabilidades no ataque e durante a maior parte do tempo apanharam com uma floresta de jogadores do Portimonense à frente, que poucos espaços concederam. O Nélson Oliveira não se viu muito, mas gostei de alguns pormenores do David Simão. Gostaria de ter visto se poderia aproveitar os espaços que o Portimonense concedeu depois de se ver a perder. Quem melhor aproveitou a oportunidade foi o Rodrigo, que tirou precisamente partido do maior atrevimento do adversário para marcar um golo na estreia a titular. É um jogador no qual depositamos grandes esperanças, e julgo que neste jogo justificou que mantenhamos as nossas expectativas altas.

Acabou por ser uma noite praticamente ideal para nós: a obrigação de vencer e passar a eliminatória foi cumprida, e foi-o sem ser necessário um grande esforço físico, permitindo-nos poupar jogadores para o importante jogo da Champions na Suíça, na próxima terça-feira. E apesar de utilizarmos uma equipa com jogadores habitualmente menos utilizados, a vitória foi clara e indiscutível (a não ser que se esteja inebriado ou se seja o treinador do Portimonense).

1 Comments:

At 10/16/2011 7:37 da tarde, Blogger joão carlos said...

Mais um post globalmente muito bom.


Em relação ao Nelson Oliveira é verdade não se viu muito mas se formos a analisar ao pormenor a sua exibição ele até terá sido dos melhores em campo na primeira parte ele esteve em duas das três jogadas de maior perigo feitas nesse periodo tal como referiste, foi ele que fez o primeiro remate com perigo e foi ele que sofreu a falta que depois resultou no remate ao poste, alias eu gostei mais da exibição do Nelson na primeira parte do que a do Rodrigo no mesmo período, este ultimo só se começou a mostrar quando passou a jogar como avançado mais adiantado enquanto esteve como segundo avançado esteve mais para o apagado e teve muitas dificuldades.

 

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