Positivo
O Benfica regressa da Holanda com um resultado positivo, após um jogo muito movimentado e agradável de seguir. No final fico com um sentimento misto de frustração e alívio. Frustração porque me pareceu que poderíamos ter praticamente sentenciado a eliminatória neste jogo, e porque acabámos por consentir o empate num lance irregular, mas alívio também porque as coisas poderiam ter corrido de forma completamente oposta, não fosse a noite inspirada do nosso guarda-redes a evitar um possível resultado negativo.
Benfica de regresso ao 4-3-3 (ou 4-5-1, é conforme preferirem), com o Cardozo na frente, regressos do Maxi e do Luisão na defesa, e entrada do Witsel para o meio campo no lugar de um dos avançados. Logo a abrir, oportunidade soberana para marcarmos, num lance em que o Gaitán misturou talento e sorte em doses iguais e viu-se na cara do guarda-redes, mas permitiu-lhe a defesa. Quase imediatamente a seguir, ficámos em desvantagem, pois o Twente marcou num lance em que o De Jong recuou para fugir à marcação dos centrais, recebeu um passe longo, e rematou cruzado de fora da área. Estar a perder após seis minutos é um cenário bastante desfavorável, mas o Benfica manteve a organização e a calma. O Twente também não complicou muito as coisas, já que eles próprios quase que pareceram surpreendidos com esta vantagem obtida tão cedo, e procuraram fazer posse de bola à saída ou mesmo dentro do seu meio campo, sem arriscarem ou pressionarem muito. Isto resultou no período mais morno de todo o jogo, que foi subitamente interrompido aos vinte minutos, quando o incansável Aimar conseguiu roubar uma dessas bolas que o Twente procurava manter no meio campo, e colocou-a nos pés do Cardozo para o contra-ataque. O paraguaio foi por ali fora sem oposição, olhou para a baliza, e ainda de muito longe nem sequer chutou com a força que lhe é habitual: colocou simplesmente a bola de forma perfeita fora do alcance do guarda-redes, empatando o jogo.
O jogo animou claramente após este golo, e a resposta do Twente foi imediata, com o Artur a fazer a primeira das suas grandes defesas para negar o golo aos holandeses logo na jogada a seguir ao nosso golo. Com o Twente a arriscar mais no ataque, começaram a ver-se mais espaços de um e de outro lado, e consequentes jogadas a ameaçar perigo para qualquer uma das balizas. Mas jogada mesmo foi a que o Benfica fez para chegar ao segundo golo, quinze minutos após ter feito o empate. Tudo começou num lançamento lateral do Maxi, com a bola depois a passar quase sempre ao primeiro toque pelo Gaitán, Witsel, Cardozo, Gaitán e Witsel outra vez, e finalmente um passe de morte do belga para o inevitável Nolito rematar para uma baliza aberta e marcar o seu quarto golo em quatro jogos oficiais pelo Benfica. Se toda a jogada é fantástica, o pormenor do Witsel, com tudo para rematar à baliza e rodeado de defesas, ter tido a visão e a calma para fazer aquele passe para o Nolito é revelador da qualidade deste jogador. O mais difícil estava feito, mas não foi sem dificuldades que o Benfica conseguiu manter a vantagem até ao intervalo, pois o Artur foi obrigado a mais duas grandes defesas já muito perto do apito, primeiro a um livre do Ruiz, e depois a um remate de primeira do Landzaat que levava selo de golo.
Na segunda parte o Twente resolveu arriscar tudo, colocando logo mais um avançado em campo. O Benfica fechou linhas e encostou-se mais atrás, procurando eventualmente explorar todo o espaço que os holandeses deixavam para o contra-ataque, mas com isto foi sujeito a uma pressão constante, com várias bolas despejadas para a área ou as suas imediações, e algumas delas resultarem em lances de perigo. O primeiro deles até resultou da única falha do Artur no jogo, ao atacar mal uma bola, o que resultou numa confusão dentro da área que felizmente acabou por não dar em golo. O período mais 'louco' do jogo foram os últimos vinte e cinco minutos, depois da troca do Aimar pelo Saviola (a saída do Aimar já se adivinhava, mas esperaria a entrada de outro médio, e não de um segundo avançado). O Saviola não entrou bem, e nunca conseguiu pressionar e incomodar os adversários da mesma forma que o Aimar o estava a fazer. Com os holandeses a darem o tudo por tudo, o Artur foi obrigado a pelo menos mais três defesas de grande dificuldade, mas do lado oposto os espaços eram cada vez maiores, e em mais de uma ocasião o Benfica viu-se em situações de igualdade ou mesmo vantagem numérica perante os defesas do Twente, não tendo sabido aproveitá-las. Foi pena que a dez minutos do final, numa fase em que o Twente já parecia estar a perder o fôlego, tenhamos sofrido o golo do empate. O lance começa numa asneira do Maxi, que se deixou antecipar e perdeu uma bola que devia ser sua, e terminou com um cabeceamento do Ruiz para o golo. Há falta evidente do Ruiz quando salta à bola, empurrando e apoiando-se sobre as costas do Emerson, mas mais uma vez o árbitro de baliza aproveitou para mostrar que não serve para absolutamente nada. O empate pareceu satisfazer o Twente, que quase não pressionou mais até ao apito final, tendo cabido ao Benfica a maior oportunidade para desfazer o empate, com o Nolito, isolado após tabela com o Saviola, a não conseguir bater o guarda-redes Mihaylov.
Melhor jogador do Benfica claramente o Artur. Contei-lhe pelo menos meia dúzia de grandes defesas, a evitarem golos do Twente, e não teve qualquer hipótese nos golos sofridos. Bem o Witsel, o Aimar (pode não aguentar os noventa minutos a correr daquela maneira, mas quando sai do campo já deu tudo o que aquele corpo franzino tem para dar), Nolito e Javi. Hoje não gostei muito do Maxi. Pareceu-me algo lento, e revelou sempre muitas dificuldades a partir do momento em que o número 24 (Ola John) entrou e se foi colar ao lado esquerdo. No lance do segundo golo ele não deveria ter perdido aquela bola a meio campo.
Partimos em vantagem para a segunda mão, e sinto-me confiante que, somando essa vantagem ao factor casa, conseguiremos daqui a uma semana confirmar o apuramento para a fase de grupos da Champions. O Twente mostrou alguma qualidade no ataque, mas certamente não é uma equipa fora-de-série, estando perfeitamente ao nosso alcance. Basta que mantenhamos a concentração e soltemos o talento dos jogadores que temos.
5 Comments:
Pedia-se o Urreta, jogador talhado para o contra-ataque. É uma pecha da equipa não saber jogar em contra-ataque. Aimar e Witsel parecem-me os melhorzinhos nesse aspecto.
Quatro jogos oficiais, três empates. Na época passada colecionámos derrotas no início de época, nesta colecionamos empates.
Não gosto do Gaitan como extremo direito...joga pior que à esquerda e reduz a sua influência no jogo.
Temos condições para jogarmos da mesma forma com que fomos campeões. O Witsel, pode jogar, em situações de ataque, mais descaído para a direita, tal como fazia o Ramires.
Dessa forma seria dada liberdade ao Gaitan para actuar como segundo avnaçado em todo o terreno.
O Aimar continuava mais recuado a armar o jogo e o Saviola continuaria no banco.
Bom resumo e análise do jogo, pouco fica por dizer!
Gostei bastante da 1ª parte, em jogo jogado fomos superiores ao Twente e houve várias combinações bem agradáveis de ver, neste periodo é de assinalar q sem ser por remates de fora da área o Twente apenas criou uma oportunidade flagrante (a seguir ao golo do Cardozo).
Continuo sem perceber as bravatas do JJ q estando a ganhar o jogo tira o Aimar para entrada do Saviola e daí até á entrada do Matic ñ surpreendeu o Twente ter chegado ao empate pq passou a criar maior perigo com maior frequencia dado o buraco q surgiu a meio campo.
E o treinador ñ é capaz de dizer ao Maxi q estando em vantagem e ele sem pernas para se deixar de subidas tolas ao ataque?
O Matic por seu lado entrou bem no jogo e por pouco ñ se chegou ao 3-2 com o gr adversávio a defender o remate picado do Nolito com a cara.
Acabou por ser um resultado positivo e o Twente revelou ser uma equipa bastante forte e mais equilibrado do q seria de esperar no campeonato Holandes. Agora em casa é saber jogar com este resultado e parar com os disparates para garantir a eliminatória sem sofrimentos escusados.
Mais uma analise no ponto.
Filipe mais do que não estar a jogar tão bem na direita, até pode ser uma questão de forma, o que esta a acontecer é que o Gaitan esta a defender menos que o Salvio fazia o que significa que os defesas direitos tem tido menos apoio e muitas mais dificuldades.
SLB4EVER “E o treinador ñ é capaz de dizer ao Maxi q estando em vantagem e ele sem pernas para se deixar de subidas tolas ao ataque?” inteligência tinha ele demonstrado quando da entrada de um gajo fresco e muito rápido para o lado esquerdo e com o Maxi de rastros em trocar os lugares do Maxi e do Ruben, ele que diz que vê coisas que os outros não vêem ou vêem mais tarde esta era evidente já que o Maxi já não tinha pernas para o homem e a cometer erros já não tinha quem o ajudasse.
joao carlos é bem verdade e isso bem contribuiu para o meu despero, com a entrada do Ruben esperava eu que a direita ficasse fechada mas esse lado continuou a ser o mais fraco e ñ foi surpresa o golo do empate resultar de um ataque construido por aí.
Recordo-me de algo q o Trap disse ao Petit: ' mais importante do que andar sempre a correr é saber quando e para onde o fazer'.
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